sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Onde eu vou estar...

Hoje á noite (dando largas á minha veia eslava), vou estar a assistir a algo como isto:

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Momento Professor Marcelo

Ao contrário da teimosia, a leitura deste livro é altamente recomendável à ministra da educação e aos sindicatos do sector.


“A preferência pela negociação sobrepõe-se ao estabelecimento de uma disputa que gera hostilidade e resistência à resolução dos problemas; Cada uma das partes apresenta-se na negociação com uma perspectiva de que irá conceder algo, na esperança de receber, do mesmo modo, um benefício”.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

MFL e a democracia, parte 3

Por fim, a última parte da minha “tese” a propósito das declarações de MFL: admitindo que a líder do PSD não gosta mesmo de democracia e que acha necessário suspende-la durante seis meses, qual a novidade? MFL limita-se a dizer o que Sócrates faz e outros antes dele também fizerem. Apenas noto uma diferença, MFL assume o que pensa e di-lo frontalmente, enquanto outros se escondem atrás da Constituição, das Instituições democráticas, do palavreado que ninguém entende e da distribuição de Magalhães! De resto, na essência, no que realmente conta, se MFL pensa o que diz, pensa exactamente o mesmo que muitos que nos governaram nos últimos anos.

Por isso, a pergunta que eu gostava de fazer, mais do que confrontar MFL com as suas palavras, era: existe, neste momento, uma verdadeira democracia em Portugal?

Não me parece… mas também não me parece que isso interesse a alguém. O povo português (e nele incluo os nossos governantes) tem a democracia e a liberdade constantemente no discurso mas esquece-as na primeira esquina do poder! Os portugueses não gostam de democracia e de liberdade na prática. Gostam de cânticos revolucionários, de comemorações do 25 de Abril, de manifestações contra os tiranos que nos governam, mas não gostam da verdadeira democracia, porque esta dá trabalho e exige responsabilidade.

Por isso, por mais lamentável que seja esta opinião de MFL (que o é), a senhora não disse nada que não andemos todos a pensar: a democracia é bonita e fica bem num discurso, mas não serve bem para nos governar. Se calhar Júlio César até tinha razão quando dizia que “há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar”. Esse porventura sempre foi o nosso mal e por isso apanhámos com os Salazares, com os Cavacos e com os Sócrates desta vida a quem, como miúdos mal educados chamamos “pai tirano”, mas no fundo gostamos é de levar com o cinto e ir fechados para o quarto, porque sabemos que mais cedo ou mais tarde o “pai” lá nos vai passar a mão pela cabeça e dar um doce. E a democracia? Que se lixe* a democracia!



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Peço desculpa pelo calão, mas nenhuma outra expressão me pareceu mais adequada à atitude nacional!

MFL e a democracia, parte 2

Depois da defesa da intenção (dentro do possível), sobra o facto consumado que é: quer tenha sido, ou não, seu objectivo, MFL, para o país publicado (o tal que existe nos jornais), disse que a democracia devia ser suspensa por 6 meses se queremos fazer as reformas essenciais de que Portugal precisa.

Resulta das suas palavras que isso de ter que chegar a acordo com os médicos, os juízes, os militares, os polícias e os professores (então esses!) é um aborrecimento para qualquer governante. Por isso, que se suspenda a democracia (e com ela, de caminho, os direitos, liberdades e garantias, que também são um empecilho a tudo o que se quer fazer) e que se reforme Portugal!

Obviamente que isto é grave, ao ponto de, em qualquer país civilizado, esta senhora não acabar o dia como líder do maior partido da oposição. E isto independentemente de MFL pensar ou ter querido dizer o que agora todos acham que ela disse. Porque em política, como sempre me disse o meu avô, o que “é”, não interessa nada, importa sim o que “parece que é”, e no mundo do que parece MFL não tem já condições para ser líder do PSD.


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MFL e a democracia, parte 1*

Cai o Carmo e a Trindade e fazem-se crucificações em praça pública porque Manuela Ferreira Leite (MFL) falou em “suspender” a Democracia por 6 meses para se poder reformar o país.

Sendo eu insuspeita como advogada de defesa de MFL (não apenas não sou militante do PSD como até tenho um “fraquinho” – político, entenda-se – pelo seu oponente Pedro Passos Coelho) devo dizer que não me parece que MFL tenha dito o que se pretende fazer crer que ela disse.

Uma vez mais, porém, a sua intrincada forma de expor uma ideia que seria simples, não lhe correu bem e subverteu, totalmente, o sentido da sua declaração. Na verdade, se bem leio por trás do soundbyte, aquilo que MFL pretendeu fazer foi uma crítica (certeira, por sinal) ao actual governo e à sua forma, pouco democrática, de implementar as suas tão propagadas reformas.

No fundo, simplificando, MFL quis dizer que Sócrates é pouco democrático e que neste momento não há verdadeira democracia em Portugal, porque as reformas se fazem contra quem com elas tem que viver (caso dos professores na educação, dos médicos na saúde, dos juízes na justiça e dos militares na defesa, etc…), sem a mínima preocupação em criar consensos ou em “incorporar” a democracia no processo de decisão política.

A ideia era boa, mas MFL não foi capaz de transmitir… Começa a ser um problema recorrente desta líder do PSD.


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* Temos que ir por partes que hoje a senhora superou-se...

Como Sócrates vai salvar Portugal da crise..

PLANO PARA SALVAR PORTUGAL DA CRISE*

 
Passo 1:
Trocamos a Madeira e os Açores pela Galiza, mas os espanhóis têm que levar o Sócrates.
Passo 2:
Os galegos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário). A indústria têxtil portuguesa é revitalizada. A Espanha fica encurralada entre os Bascos e o Sócrates.
Passo 3: 
Desesperados, os espanhóis tentam devolver o Sócrates. A malta não aceita.
Passo 4:
Oferecem também o Pais Basco. A malta mantém-se firme e não aceita.
Passo 5:
A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados, os espanhóis devolvem-nos a Madeira e os Açores e dão-nos ainda o Pais Basco e a Catalunha. A contrapartida é termos que ficar com o Sócrates. A malta arma-se em difícil mas aceita.
Passo 6:
Damos a independência ao País Basco. A contrapartida é eles ficarem com o Sócrates. A malta da Eta pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Sócrates Portugal torna-se um paraíso e a Catalunha não causa problemas.
Passo 7: 
Afinal a Eta não aguenta o Sócrates, e o País Basco pede para se tornar território português. A malta faz-se difícil mas aceita (apesar de estar lá o Sócrates).
Passo 8:
Fazemos um acordo com o Brasil. Eles enviam-nos o lixo e nós mandamos-lhes o Sócrates.
Passo 9:
O Brasil pede para voltar a ser colónia portuguesa. A malta aceita e manda o Sócrates para os Farilhões das Berlengas apesar das gaivotas perderem as penas e as andorinhas do mar deixarem de pôr ovos.
Passo 10:
Com os jogadores brasileiros mais os portugueses Portugal torna-se campeão do mundo de futebol!
Passo 11:
Os espanhóis ficam tão desmoralizados, que nem oferecem resistência quando os mandamos para Marrocos.
Passo 12:
Unificamos finalmente a Península Ibérica sob a bandeira portuguesa.
Passo 13:
A dimensão extraordinária adquirida que une a Península e o Brasil, torna-nos verdadeiros senhores do Atlântico. Colocamos portagens no mar, principalmente para os barcos americanos, que são sujeitos a uma sobretaxa tão elevada que nem o preço do petróleo os salva.
Passo 14: 
Economicamente asfixiados eles tentam aterrorizar-nos com o Bin Laden, mas a malta ameaça enviar-lhes o Sócrates e eles rendem-se incondicionalmente.


*recebido por e-mail

Paradoxos

Temos jovens comunas, os amigos da revolução, a sair para a rua com um bando de imberbes ignorantes atrás para defender, com um conservadorismo digno de fazer inveja a muito reaccionário, a inviolabilidade do actual sistema de escola pública.

Já eu, que como comunas ao pequeno-almoço, ando apelar a uma revolução no sistema público de educação, regozijando-me com o efeito paradoxal destas manifs: la crème de la crème dos defensores desta escola pública mostrando em directo na televisão a falibilidade de um sistema que, afinal, cria aqueles monstrinhos com uma massa cinzenta estéril que debitam discursos decorados ou dizem disparates próprios de quem não sabe o que está ali a fazer.

Lembranças dos meus tempos de jovem: greves dos alunos

Parece que vem aí mais um dia dedicado à Luta [sim, com “L” maiúsculo] dos alunos. Mais uma manifestação para, entre outros, defender a manutenção da actual escola pública, pedir a rápida inclusão da educação sexual nos curricula e lutar contra a privatização dos serviços de apoio [não cheira nada a JCP, pois não?]

Lembro-me bem como funcionavam estas coisas. Lá na escola todos os anos os alunos faziam greve pelo menos uma vez. Havia sempre motivo que, para a larga maioria, era o mesmo todos os anos: faltar às aulas. A AE que era dominada pela JCP [nem é costume, pois não?] mobilizava os alunos que, sem saber bem porquê, iam normalmente até ao Porto fazer barulho. Outros, pura e simplesmente, ficavam na cama a dormir mais umas horas. Era um dia de descanso para aqueles que, como eu, não tinham grande jeito para fazer a Luta e que não se dispunham a ser parte de um bando de alunos que, acriticamente, seguiam dois ou três jovens comunistas com o discurso decorado e a postura ensaiada, gritando chavões carregadinhos de dogmatismo cujo significado e alcance não percebiam realmente.

Ah… bons tempos!

Guia de Arquitectura Porto e Norte...0.5

Um mercado mais uma vez do atelier de arquitectura ARS, onde se inclui Morais Soares, mais um belo exemplo de coberturas em vãos de grandes dimensões, uma habitação icónica de Celestino Castro onde é bem patente o movimento moderno da arquitectura e as influências do international style e um bairro de casas onde o volume da casa ganha graça escultórica com a micro monumentalidade da sua cobertura.



16- Mercado Bom Sucesso - Porto / Bom Sucesso Market / ARS 1949-1952

17- Casa José Braga - Porto/ José Braga House / Celestino de Castro 1949




18- Cooperativa o lar familiar - Porto / o lar familiar building complex / Mário Bonito 1950

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domingo, 16 de novembro de 2008

BPN: o que aconteceu, como, e o que deve vir a acontecer (supostamente)

O Manuel habitual ferquentadador deste blog fala do colapso BPN:

"(...)Antes de se atribuir à prática do livre-mercado (bode expiatório para todos os males do mundo, e quiçá do mau estado em que se encontram alguns planetas do nosso sistema solar) analisemos o que correu mal e o que foi feito no Banco Português de Negócios (BPN). (...)
Nessa altura estava na Presidência do BPN um antigo ministro de Cavaco Silva, José Oliveira Costa (que ocupava o cargo no BPN desde 1997). Após uns problemas em 2008 com o Banco de Portugal (envolvia informações sobre accionistas e separação de áreas financeiras que não foram prontamente cedidas) os principais stock-holders do BPN, assustados com a fama que tanto o banco como o seu Presidente estavam a ganhar, pressionaram Oliveira Costa a sair. Dito e feito, Oliveira Costa saiu. Sucede-lhe Abdool Vakil, e mais tarde Miguel Cadilhe. Ambos reportam ao Banco de Portugal as inúmeras infracções cometidas pela anterior administração, e as falhas de regulação que o sistema cometeu.
Ciente da situação cada mais "mergitur" e menos "fluctuat" do banco, e com uma recessão económica a caminho, Miguel Cadilhe optou por sanear algumas contas do BPN com venda de património, filiais e apoios de outros bancos. Insucesso atrás de insucesso, foi pedir ajuda ao Grande Pai, o Estado. Propôs um plano que envolvia, em princípio, 600 milhões de euros para tornar o Banco insolvente. O Estado nacionalizou o BPN, contra a vontade de Cadilhe, e já injectou, até agora, cerca de 800 milhões.
As razões para esta acção do Estado baseiam-se na recusa de uma colaboração com a administração actual do banco e a ideia de que o dinheiro dos investidores seria melhor investido numa nacionalização, bem como o perigo de que uma falência do BPN poderia causar na economia portuguesa.
Assim, o Estado resolve fazer o seu plano. Morrem as partes do BPN que não interessam (deixa-se o mercado funcionar com a sua acção negativa e regeneradora) e salva-se as partes que interessam, como os investimentos, negócios e a parceria com a Sociedade Lusa de Negócios, que segundo Cadilhe terá muito a perder com esta nacionalização.
Chega assim a hora de culpar e pedir contas aos verdadeiros protagonistas deste primeiro arrombo da crise de 2008 em Portugal.
Terá sido o Mercado Livre e a falta de regulação? Não. O Mercado Livre nunca poderia originar uma situação destas por razões muito simples: os problemas do BPN baseiam-se na criação do banco. Corrupção, financiamento ilegal, contas "off-shore", lavagem de dinheiro, todo o tipo de coisas que se conseguem com o número exacto de conhecimentos tidos dentro dessa enorme alcateia de opções para facilitar o negócio a que se chama "Governo". O problema no BPN não foi a sua liberdade de investir em coisas que deviam ser controladas por um qualquer poder político. O BPN violou sistematicamente a Lei, e a mais elementar supervisão, normalíssima num Estado de Direito e que neste caso devia ter sido feita pelo Banco de Portugal, falhou. E falhou "de propósito", pois está corrupta até às raízes.
A culpa é do estado de letargia em que Vitor Constâncio, Governador do Banco de Portugal, responsável pela nacionalização,se encontra mergulhado voluntariamente, dentro de uma tina de formol, e da qual acordou para importunar o pânico dos acordados..."

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A aula de Constancio



Terça-feira resolvi assistir á longa maratona de 5 horas, que foi o inquerito ao Governador Vitor Constâncio. A razão porque assisti a esta monumento ao tédio não o sei. Talvez por me sentir com problemas de consciência e me quisesse, subconscientemente, penitenciar.
Deparei-me com um espétaculo absolutamente ridiculo: Não parecia que Vítor Constâncio tinha ido ao parlamento prestar esclarecimentos. Parecia antes que tinha lá ido fazer uma conferencia, até na forma em que estavam dispostos os lugares: os deputados num plano inferior, e o governador num plano superior.
A conferencia começou como é obvio com um discurso do conferencista, que deveria demorar 30 min mas acabou por demorar 70. De seguida vieram as duvidas: os deputados em vez de interrogarem o Governador á vez, como o deputado Nuno Melo tinha pedido, não : apresentaram as suas duvidas em bloco. Como isto não facilitasse suficientemente a vida a Vítor Constâncio, este ainda teve direito ás perguntas brilhantes do deputado socialista, que andavam sempre á volta do “porque é que o senhor é tão inteligente?” ou “diga-me senhor governador, como consegue se vestir tão bem?”.
Depois de Constâncio passar a hora inteira de perguntas, de cabeça virada para baixo (talvez lhe pese a consciência), vieram as respostas . Se aquilo fosse um circo, esta seria a parte em que entram os leões, os elefantes, os tigres e os palhaços todos ao mesmo tempo:
O governador começa por chamar burros aos deputados dizendo que eles não sabem o que é a regulação (eu arriscaria que o problema não é a ausência de conhecimento da parte dos deputados, tendo estes apenas uma definição de regulação ligeiramente diferente da de Vítor Constâncio). Durante a hora e meia seguinte, o representante máximo do banco de Portugal, fez mais uma vez um discurso extremamente chato, no qual repetiu incessantemente que não podia ter feito mais nada, ao mesmo tempo que se desculpava com os escândalos financeiros que houve em outros países, e que também escaparam ao controlo das autoridades. Adoro esta característica muito portuguesa: se “lá fora” fazem tanta ou mais merda que nós, a merda que nós fazemos, por definição, deixa de ser merda. Como é obvio no meio desta avalanche verbal de aborrecimento, ficaram por responder muitas das perguntas pertinentes feitas pelos deputados: com por exemplo o tempo de demora (90 dias) até ser apresentada queixa no ministério publico. A falta de reacção do BP ao vaivém de auditorias e de administradores, no BPN, também ficou por explicar. Etc.
Eu não queria entrar no habito, extremamente português de gritar “lincha! Mata! Esfola!”, mas penso que neste caso o pedido de demissão feito por Paulo Portas, é inteiramente justificado.

Caso BPN explicado às crianças

Fui perguntar aos meus primos de 8 anos o que achavam das críticas dos pais à minha decisão de os deixar fazer tudo quanto queiram enquanto estão sob a minha supervisão.

Esta foi a resposta que eles me deram: «não vemos "nenhuma razão para se dizer que a supervisão falhou".»

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Roubos e enganos

«O número de portugueses que consumiu drogas alguma vez na vida aumentou de 7,8 para 12 por centro entre 2001 e 2007. A droga que prevalece, segundo os dados hoje apresentados pelo presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), é a cannabis. Mas o consumo continuado destas substâncias decaiu na generalidade.»

Ao ler [toda] esta notícia não pude deixar de ficar impressionado ao verificar que o IDT comete o pecado capital da generalidade das pessoas no que à droga diz respeito. É que dizer que a cannabis é a droga mais consumida em Portugal é esquecer-se que o tabaco e o álcool também são drogas, qualquer um deles com índices de consumo bem mais elevados.

Para além disso, partindo do pressuposto que o tráfico de drogas existe para dar uma resposta directamente proporcional ao seu consumo, não será difícil de supor que a droga mais traficada é a cannabis e que uma boa parte dos 75 milhões de euros que o Estado gasta anualmente no combate ao tráfico seja no combate a este tipo de droga. Uma vez que a cannabis apresenta efeitos prejudiciais no consumidor semelhantes aos do tabaco e, potencialmente, mais baixos que o álcool, a conclusão que se tira é a de que o Estado anda a roubar os contribuintes – no dinheiro e na liberdade.

Valores, Dostoiévski e a Liberdade

O poder é, regra geral, um instrumento que leva os que o detêm a cair na tentação do abuso. A imposição de valores sempre foi um deles. Determinados valores, apesar de este ser genuinamente um conceito carregado de uma ampla subjectividade, vão sendo sucessivamente impostos na defesa de um suposto bem comum. Ao mesmo tempo, uma boa maioria deles vai colocando um outro em causa: o da Liberdade. Curioso é que a Liberdade é, provavelmente, o único valor que, ainda que imposto, não colocaria reservas ao seu incumprimento. Por absurdo, podemos afirmar que quem não quisesse ser livre teria a… liberdade para não o ser. A Liberdade é, de facto, o grande valor da vida humana, a condição indispensável para o ser humano ser gente.

A propósito da liberdade enquanto condição natural do Homem, escreveu Dostoiévski, no seu Cadernos do Subterrâneo, que “se um dia de facto se descobrisse uma fórmula para todos os nossos desejos e caprichos – (…) isto é uma fórmula matemática exacta - então, muito provavelmente, o homem deixaria imediatamente de sentir desejo.”

Da mesma forma, quando alguém julga ter descoberto essa fórmula, e no fundo apenas terá desencadeado uma série de considerações ético-morais baseadas nos seus próprios valores, a imposição cai-nos em cima e leva-nos o desejo – ou a liberdade de desejo e de escolha, como explica Dostoiévski.

Mergulhar na previsibilidade de um mundo carregado de caminhos pré-definidos planeados por outros, e de portas que não podemos sequer arriscar abrir porque alguém nos tirou a chave, é perder esse desejo. E é, no fundo, não viver. É ser “transformado numa peça de um órgão ou algo do género”, como continua Dostoiévski, em favor de um qualquer conjunto de valores entendidos em cabeça alheia serem os certos.

Cada vez tenho menos dúvidas de que vivemos embalados num mundo onde a possibilidade do desejo está menos presente do que devia; onde a vida vai sendo tirada aos bocadinhos a cada pequena obrigação que nos diz pouco ou nada.


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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Umas eleições para sempre recordar!!

Guia de Arquitectura Porto e Norte...0.4

Dois edifícios de habitação, comércio e escritórios, programas que começavam a ser comuns nos anos 40/50, do atelier de Arménio Losa, atelier que este ano comemora o seu centenário e uma sala de espectáculos muito ao gosto das linhas modernistas da arquitectura de então onde sobressaiam as linhas ondulantes e curvas do edifício.


15- Edifício soares e irmão - Porto / soares e irmão building / arménio losa 1949

14- Cinema Batalha - Praça da Batalha - Porto / Batalha Cinema / Artur Andrade 1946


13- Edifício da Carvalhosa - Rua da Boavista - Porto / Carvalhosa Building / Arménio Losa 1945-1950

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Será um saloon do far-west?


"Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus":
Santo Sepulcro palco de violência entre monges gregos e padres arménios

McCain and Obama



Há algo no discurso dos dois candidatos que só tinha visto até agora nos livros de história: há dignidade, cavalheirismo, sentido de estado ,de cidadania e de história.
Na minha opinião os candidatos vieram de dois mundos diferentes. Mas no entanto eram o melhor que ambos os mundos tinham para oferecer. Isto foi positivo para um mundo em que os políticos assumem cada vez mais a imagem de burocratas cinzentos.
McCain com o seu passado de militar , com a sua, honestidade rebeldia, e individualismo (“O Maverick”) é um herói clássico, e faz parte da mitologia americana. Talvez esse tenha sido a origem da campanha falhada de McCain. É que um rebelde, um cawboy solitario, por melhor que maneje o seu “six-shooter”, nunca pode ser um líder. O herói clássico (rebelde e individualista) quando líder e portanto membro do grupo, perde-se, confunde-se, sente-se preso . Ninguém se lembra de Aquiles a comandar os Mermidões. No entanto todos se lembram de Aquiles a lutar “mano a mano” contra Heitor.
No entanto, apesar do falhanço da sua campanha, notou-se, quando Obama no seu discurso de vitoria o elogiou, e aquelas 100000 pessoas se calaram num silencio respeitoso, que todo o povo americano tem um enorme carinho e respeito por McCain.

Por outro lado temos Obama: inovador, inteligente, extremamente carismático, nunca demasiado fracturante, nem negro, nem branco, mas com uma pose e atitude que poderia ser do mais elitista WASP, ou BB. Ele é sem duvida o líder, o factor de união. A intrigante mistura de aristocrata e populista fazem dele uma espécie de César dos tempos modernos. He is the king! Foi por isso na minha opinião que Obama ganhou.
Ele, como nunca outro, pelo apoio que tem das duas câmaras, pelo apoio incondicional da opinião publica, tanto americana como mundial pode fazer provavelmente mais do que qualquer presidente americano. Contudo isto é o que me preocupa: O apoio das duas câmaras, mais da opinião publica americana e mundial tornam-no demasiado poderoso, se calhar poderoso em demasia. Tenho medo que adulação que lhe é prestada por dezenas de milhões em todo o mundo: Não poderá subir á cabeça de Obama? Afinal não seria a primeira vez que um virtuoso líder se tornaria num corrupto tirano.
Por ultimo: não pode este homem, que á primeira vista parece admirável, começar a fazer todos os disparates possíveis e imaginários porque tem legiões de fanáticos por trás a gritar "yes we can"?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

She had a dream...*




Notinha fútil: estes não são uns Manolo!!!!!!!!



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* Recebido por e-mail

Apontamento Poético de Descontentamento


"Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal, nem o que é bem.
( Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro….

É a Hora!"

Fernando Pessoa ,in Mensagem

Comemorações D. Carlos 100 Anos



No ano em que se comemora 100 do Regicídio, a organização da Feira Nacional do Cavalo presta uma justa e merecida homenagem a S.A.R. D Carlos I de Portugal, bem patente no cartaz da festa e também pela exposição - “ D. Carlos, Um Rei Constitucional “ e pela palestra “ D. Carlos e o Cavalo “
Numa época que se dá pouca atenção a cultura tipicamente portuguesa aqui fica um belo programa para esquecer a parvoíce que se tornou Portugal.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

America

Agora que toda a gente fala da América com tanta admiração não consigo deixar de me lembrar dum filme e musica fantásticos:

O problema das renováveis

Estreia em 2009 (só em Matosinhos)


A seguir Aqui!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Mrs. President

Se vamos ter Clooney na corrida em 2012, permitam-me sugerir alguém da mesma linha S-B-S (Stupid But Sexy) que prefiro claramente. Desde já me ofereço para vice-presidente.




Iate de Saddam foi posto à venda


Piscinas interiores e exteriores, torneiras de ouro, um heliporto e uma passagem secreta para um mini-submarino de fuga, são apenas alguns dos luxos existentes a bordo do 'Ocean Breeze'.

Seria, provavelmente, aqui que eu me esconderia..... (talvez para sempre)

Realmente....

Sugere-se ao senhor deputado que para a próxima utilize uma bandeira da União Soviética. A mensagem política será a mesma, mas dessa feita, realizada de forma legal…….


Via Blasfémias

Mr. PRESIDENT (2)

Já que falamos de possiveis presidentes palermas:

Mr. PRESIDENT



Em dia de rescaldo eleitoral, numas eleições em que eu não tinha candidato, importa recordar aquele que poderia ter feito, efectivamente, história: George Clooney!

E faria história porquê, perguntam vocês??? Porque podiamos não acordar hoje com o primeiro Afro-Americano no mais alto cargo da nação, mas acordariamos, sem qualquer dúvida, com o Presidente mais SEXY de sempre... aiii que a diplomacia americana nunca mais seria a mesma!!!!!!!!!!!!!!!!! You Betcha!!!!!



Maybe Clooney 2012... or 2016 :)

Obamania III

Rodrigo Adão da Fonseca no insurgente:
Obama tem o enorme mérito de ser o primeiro presidente da América que o mundo acolheu afectivamente como seu líder, liderança essa exaustivamente ratificada por sondagens globais que lhe dão uma expressiva “maioria absoluta”. Obama submeteu-se a um verdadeiro “sufrágio universal”. Por exemplo, em Portugal, Obama recolhe um prestígio e unanimidade que não estão ao alcance sequer de Cavaco ou Sócrates, por cá os mais populares. Sarkozy, Barroso, Brown, Merkel ou Zapatero vão ter de “comer muita fruta” para conseguir ombrear com Obama, e fugir dos seus ditames políticos; mesmo Chavez, Lula, ou Castro vão ter dificuldades em afrontar este político de palavras suaves e reconhecimento global: acreditar que Obama vai usar o seu prestígio caindo no multilateralismo é próprio de quem não percebe os mecanismos do Poder. A partir de Janeiro, o mundo vai conhecer, certamente, uma nova forma de unilateralismo, fértil em palavras simpáticas, sofisticação e glamour, transportado e legitimado pelos encantados media globais, no fundo, as grandes armas que Obama usou para se impor, pela força, a um planeta que se ajoelha perante o novo Messias. Obama não vai desiludir os seus eleitores globais; vai governá-los, como aliás os povos do mundo esperam, condicionando fatalmente os políticos que, sendo mais fracos, vão ter de ir beber da sua luz para sobreviver.

Depois de falhar pelo poder das armas, os EUA apostam no poder dos media. Os próximos tempos vão ser, como sempre foram, muito interessantes.

Obamomania II

As circunstâncias farão Obama. Mais do que as suas convicções, ideias, sonhos ou projectos. Tal como foram as circunstâncias fizeram W. Bush, e Clinton, e Bush, e Reagan, e todos antes dele... ser Presidente mais do que ter convicções inabaláveis, é saber responder, da melhor maneira, aos desafios que são colocados a cada momento. O 9/11 fez Bush, assim como o 9/15 (falência do Lehman Brothers) fará Obama, para o bem e para o mal!

Discursos

Primeiro o derrotado:


Depois o victorioso:

Obamomania


Para além da sua óbvia vitória política, Obama representa uma tremenda vitória dos Estados Unidos no plano internacional: a sua eleição deita, finalmente, por terra o preconceito europeu (sobretudo alimentado pela esquerda) relativamente aos Estados Unidos. Independentemente daquela que vier a ser a sua agenda e as suas políticas, com Obama, a América deixará de ser vista como a terra dos "cowboys" para ser a verdadeira "land of the free", em que o filho de um queniano e de uma americana do Kansas, chega a Presidente. E isto muda o paradigma das relações do mundo com a América. Ainda que, na essência, Obama seja igual aos seus antecessores.

Embora não acredite em homens providenciais nem tenha sido especialmente cativada pelo charme do Senador do Illinois, não tenho qualquer dúvida que com Obama acabam os ataques tacanhos da esquerda atabalhoada aos EUA, sempre pronta a invocar a "estupidez" de Bush (um dia, estou certa, ainda lhe reconhecerão o seu valor como Presidente), o imperialismo americano, o fantasma dos "neo-cons", as teorias da conspiração… Agora essa esquerda que mina a comunicação social e formata o pensamento europeu (politicamente correcto) tem lá o “seu” candidato e, portanto, deixou de ter pretextos para o ataque fácil. Atacar os Estados Unidos deixa, assim, de ser desporto rei porque o "palhaço" de serviço saiu de cena e entrou o "homem providencial".

Acontece, porém, que eu não tenho a mais pequena dúvida que todos aqueles que hoje exultam "os amanhãs que cantam" de Barack Obama irão ter, nos próximos meses, a maior e mais dolorosa das desilusões. O homem providencial será, afinal, igual aos demais. E será, acima de tudo, Americano, para o bom e para o mal. Mais intervencionista ou mais isolacionista, a verdade é que defenderá, sempre, o interesse Americano. No Iraque, no Afeganistão, no Paquistão ou no Irão. Mais liberal ou mais estatista, irá sempre procurar manter os EUA como (um)a grande potência económica. Mais conservador ou mais progressista, terá que equilibrar o interior rural e algo provinciano com a cosmopolita Costa Leste. E, por tudo isto, Obama será, muito possivelmente, uma agradável surpresa para todos nós que não lhe atribuímos qualidades messiânicas nem engolimos o discurso da mudança pela mudança. Porque, on duty, as Commander in Chief, Obama vai governar como qualquer outro que tivesse sido eleito para o cargo. Como diz, e bem, o Tiago (lá mais em baixo), Obama será, "na economia, mais liberal do que se pensa. Socialmente, menos estatista do que parece prometer. Nos costumes, mais conservador do que se julga. Na política externa, menos pacifista do que se espera".

E, no final de contas, o que irá, efectivamente, mudar? Talvez a decoração da Casa Branca, se Michelle não gostar da "herança" de Laura!

Virar a casaca

Já não sou do CDS: encontrei um partido a sério. Outros partidos porreiros aqui.

O Candidato Pop


O novo presidente dos USA é o exemplo máximo da cultura pop.

Parabéns

Andy Warhol deve estar as voltas na tumba porque perdeu este novo ícone, que a par dos outros era mau no que fazia.

Este É um post pró-Obama!!

Congratulations Mr. PRESIDENT!

Como será um Obama presidente? (3)

Para uma boa parte do mundo, com a velha Europa e a América do Sul neo-bolivariana à cabeça, representará um bom motivo para fazer as pazes com os EUA, sem ganhar grande coisa com isso.

Para a sociedade americana, Obama significa uma real possibilidade para ajudar a esbater divisões que, historicamente, vêm fracturando a sociedade americana em termos étnicos, culturais, religiosos…

Como será um Obama presidente? (2)

Para a esquerda portuguesa, que o venerou durante a campanha, será progressivamente uma desilusão, um mentiroso, mais do mesmo, (outro) presidente americano ignorante, culminando com o rótulo de liberal (para os mais arrojados com o prefixo neo, o preferido pela esquerda para desqualificar alguém).

Como será um Obama presidente?

Na economia, mais liberal do que se pensa. Socialmente, menos estatista do que parece prometer. Nos costumes, mais conservador do que se julga. Na política externa, menos pacifista do que se espera.

O mundo ao contrario

Temos o mundo ao contrario onde se elege alguem unicamente pela cor da pele. pergunto se o Obama fosse nativo americano, isto é indio teria o mesmo efeito?
Temos agora Cuba,Irão,Venezuela e outros paises amigos da democracia a dar pulos de alegria, mas infelizmente é assim..... quem vai sofrer é o resto do mundo porque não podemos esquecer que o Senado americano já era democrata por isso vamos ter mais do mesmo.

Noite eleitoral americana 2

O Senado vai permanecer democrata, pergunto onde esta a mudança?

Noite eleitoral americana

Sic Noticias - Nuno Rogeiro afirma que a sorte de ambos os candidatos é estarem desligados da economia real.

Presidenciais nos EUA

Pacheco pereira á cerca das paixões que obama invoca: "Obama tem mel".

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cabo verde

Via 31 da armada fiquei a saber que esta nossa ex-colónia tomou uma atitude bem mais madura que o nosso governo face ao escândalo do BPN. Ao contrário do nosso estado, que faz de conta que não vê, ou não vê mesmo, comete o mesmo erro um ano depois e mantém o governador do Banco de Portugal no lugar que ocupa há tantos anos, não actuando quando deve e depois nacionaliza um banco onde, por coincidência, tem investidos milhões de euros, o jovem país insular optou por manter a confiança no mercado financeiro "sólido e em crescimento", esperando que este mesmo resolva o problema e traga a verdade ao de cima.
Talvez Cabo Verde não tivesse sido tornado independente, mas antes termos trocado de posições e deixar-nos governar por gente mais sábia

Olha quem faltava - "O Jovem"

"McCain é velho, belicoso, inculto e pouco inteligente, além de não ter saúde", disparou o líder cubano de 82 anos"
O senador McCain até é mais novo que este biltre 10 anos.
Deixo uma pergunta porque será que toda a gente deseja Obama na Presidência?

Golegã 2008


Mais um ano mais uma grande festa e continuando uma inciativa elaborada pela JP de Santarem.
A JP irá ter a sua barraquinha na festa.
A visitar

Antena Aberta

Ao ouvir o programa Antena Aberta da RTPN, escutei uma das "melhores" defesas para Obama ser eleito - uma senhora afirmou que se deve apoiar Obama porque "Obama tem duas licenciaturas...." (Columbia University and Harvard Law School) Curioso George W. Bush tambem tem duas licenciaturas uma em Yale e outra em Harvard e nunca ouvi ninguem a utilizar esse argumento.
Os bitaites portugueses sobre a eleições americanas são verdadeiras perólas de humor, será que alguem vai dizer que Socrates afinal é engenheiro nas proximas legislativas?

Quem é este conservador?


Obama o reacionário?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Guia de Arquitectura Porto e Norte...0.3

Em todas as obras de hoje impera o luxo e a qualidade dos materiais assim como da construção.
Uma sede para um Banco onde o atelier ARS, desenha um edifício de linhas modernas com o uso de materiais de invulgar nobreza onde sobressaiam os granitos, mármores e ferros trabalhados. Uma sala de espectáculos que se tornou um ícone da cidade do Porto,o coliseu obra assinada por Cassiano Branco demonstra uma linguagem modernista nas linhas curvas e na qualidade do detalhe e uma casa particular de invulgares dimensões, quase um pequeno palacete numa das mais prestigiadas avenidas da cidade onde Januário Godinho reintrepreta modelos de arquitectura tradicional Portuguesa e de uma certa grandiosidade modernista.




12- Palácio Atlântico - Pr. Filipa Lencastre - Porto / atlântico building / ARS 1944-1950




11- Coliseu do Porto - Rua Passos Manuel - Porto/ Oporto Coliseum / Cassiano Branco 1938-1940

10- Casa Daniel Barbosa - Av Marechal Gomes Costa - Porto / Daniel Barbosa house / Januário Godinho 1936
Também publicado em http://fdeprumo.blogspot.com/

Severiano vs Severus


Reza a historia que o imperador romano Septimo Severo, quando estava ás portas da morte disse aos seus filhos Caracalla e Geta: "Paguem ás legiões, a tudo o resto sejam indiferentes." Severus sabia que a submissão do exercito ao poder civil, pendia por um fio, dado que quem tem o veradeiro poder (o poder das armas) eram as legiões. Já o nosso ministro da defesa, não Severo mas Severiano não segue a mesma lógica. Como consequencia temos cada vez mais as forças armadas a rosnar e a suspirarem pelos tempos em que podiam brincar aos guardas pretorianos. Nestes momentos dou graças aos deuses por fazermos parte da U.E.. É o que nos mantem os tanques fora das ruas...

Ultima Palestra


Recomendo vivamente este video. Trata-se da ultima palestra que Randy Paush, (um dos maiores genios criativos e cientificos que os EUA viu nos últimos tempos), deu poucos meses antes da sua morte: uma especie de final legacy . O que parece ser á primeira vista uma palestra sobre os avanços da realidade virtual, e sobre como alcançar os nossos sonhos, revela-se uma verdadeira lição sobre como devemos conduzir a nossa vida, de uma forma aberta, flexível. Para citar uma amigo que me recomendou a palestra: Só assim se pode ter um quadro de valores, ideológicos e éticos sólidos. De outro modo, sem nos expormos ao contraditorio, todo o nosso sistema de valores, não passam de (...) “ frases ocas e sem significado, que podem ser derrubadas pelo primeiro vento que atirem a nós”.


O que mais me impressionou , foi a dignidade, e mesmo grandeza com que ele se comportava. Afinal de contas o "common men" não reage bem ao facto de conhecer o seu prazo de validade. E no entanto aqui temos este homem, relativamente novo , nessa situação de saber a data sua morte , a comportar-se com uma compostura que faria inveja a alguns gentlemans ingleses do sec. XIX. Qual a razão da calma deste homem? Penso que ele não tem medo da morte, dada a forma como marcou o mundo que o rodeia ( através dos seus projectos, alunos, pupilos, obras de caridade). Acontecendo isto, ele de certa maneira continua vivo, em todas as pessoas que influenciou, em todas as tecnologias que criou etc. Assim tendo a sensação de dever cumprido ele pode, ( como dizia Petronios) “beber o calice da morte com um sorriso nos labios”. Penso que isto é o terceiro e não mencionado "head fake". As nossas vidas, medem-se não pelo sucesso que temos, não pelo dinheiro que ganhamos, não pelas vitorias saborosas que temos sobre os nossos inimigos, não pelo status que ocupamos na socieadade. Mede-se antes pela maneira que influenciamos e mudamos (para melhor ou pior) o mundo a nossa volta, permanecendo assim nas mentes das gerações vindouras. Só assim conseguiremos alcançar um bocadinho de eternidade.

domingo, 2 de novembro de 2008

Hello Governor Palin, this is Nicolas Sarkozy

Sarah Palin foi "apanhada" por uma dupla de comediantes canadianos que criaram uma rábula e fizeram com que a governadora acreditasse estar a falar com Nicolas Sarkozy. É genial!!!!!

Vale mesmo a pena ouvir!

sábado, 1 de novembro de 2008

Silogismos da moda

A crise teve origem na intervenção do Estado americano
O liberalismo é contra a intervenção estatal
Logo, a culpa da crise é do liberalismo

Existem dois milhões de pobres em Portugal
Em Portugal nunca se tomaram medidas liberais
Logo, a culpa da pobreza é do liberalismo


Óbvio, não é?

Perguntas de um liberal ignorante

Que mal vos pergunte, meus caros arautos da sapiência económica, mas a crise actual não se iniciou por força da intervenção do Estado americano que, através do controlo financeiro (via Fennie Mae e Freddie Mac) e das taxas de juro (via Fed), facilitou o acesso ao crédito para fins imobiliários a toda a gente numa tentativa de não se mostrar “indiferente às questões sociais” e à pobreza (seguindo a premissa de que os pobres têm tanto direito ao crédito como os ricos)?

Então porque é que o liberal (seja de que “raça” for), avesso à intervenção estatal e favorável à poupança por contraponto ao recurso ao crédito, deve penitenciar-se por ser a suposta fonte de todos os males? E, já agora, porque raio há-de considerar que as suas propostas estão longe de constituir a solução para a crise?