Souto de Moura depara-se nos fins dos anos 90 com um impasse na sua obra. O neoplasticismo e uma certa linguagem associada a mies van der rohe, desenvolvida até à exaustão em vários programas de habitação chega a um fim.Começa então uma nova busca formal, onde a obra da casa do cinema Manoel de Oliveira é um dos primeiros exemplos. O edifício nasce como uma câmara de filmar onde olhos tipo mosca ( as aberturas) tentam captar as vistas de mar por entre as torres de habitação que lhe estão à frente, um edifício pintado em cinza escuro com um embasamento em chapa de inox. Guedes + de Campos uma dupla que já se começa a celebrizar na arquitectura Portuguesa recente, constroi um conjunto de bares no cais de Gaia. Contentores minimalistas onde a dupla explora uma linguagem associada à escultura minimlista dos anos 60/70 americana, onde Donald Judd é figura de destaque. Os Bares abrem-se à paisagem e ligam-se com os serviços por uma passagem em lona industrial articulada. Souto Moura desenha na Maia um bloco de habitações, aqui o desenho minimalista é totalmente evidente, uma linguagem que Souto Moura não abandona apesar das suas novas tendências formais. O bloco é um grande contentor revestido em persianas de alumininio onde a diferença entre aberturas e panos de parede não é notada. Quase como uma grande caixa metálica pousada num terreno. Os interiores dos apartamentos vão primar pelo detalhe do pormenor a que o autor já nos habituou.
60 - Casa do cinema Manoel de Oliveira - Porto / manoel de oliveira cinema house / E. Souto de Moura 1998
59 - Bares de gaia - V.N.Gaia / gaia bars / Guedes + de Campos 1998-2002
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