sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Long Live kosovo, and all the other things to come...


Há pouco mais de uma semana, o que era até aí uma pequena e insignificante região da Sérvia, declarou unilateralmente a independência, sem proceder a qualquer negociação prévia com a Sérvia. A declaração de independência foi seguida logo com o reconhecimento diplomático por parte dos EUA, e dos grandes estados da União Europeia (Alemanha, França, Itália, e Reino Unido).

Todos os intervenientes nesta comédia diplomática, sorriem de satisfação. Os EUA sorriem, pois deste modo deram mais uma pancadinha na Rússia, minando a sua credibilidade junto dos seus estados aliados/vassalos. A U.E., excepto a Espanha (que se tem comportado como um oásis de lucidez), também sorri: estupidamente mas sorriu. É a Europa, não os EUA, que é directamente afectada por toda e qualquer instabilidade que haja nos Balcãs. É a Europa, que terá suportar os custos de manter os custos dum protectorado, que pouco mais se trata dum “narco-estado”. E no entanto a U.E., sorri no meio da sua impotência e satisfação sorri: fez história (ou assim pensa ela), e deu uma pisadela àquela irritante Rússia, que parece que tem um gostinho especial em humilhar a Europa, demonstrando ao mundo a sua fraqueza e impotência. Está tão feliz consigo mesma que nem se preocupa com os problemas, que podem ocorrer a nível regional: caso os haja, poderemos recorrer sempre á solução mágica: a adesão em massa de todo e qualquer organização territorial, que se assemelhe ligeiramente a um estado-nação, á União Europeia.

E na sua satisfação e contentamento, a Europa não vê o perigo que para ela decorre de conceder a independência a uma parte histórica e integrante duma nação, apenas porque a maioria da população difere etnicamente e religiosamente do resto da população da mesma nação: a Europa esquece-se que tem, muitos problemas que podem vir a ser agudizados com este precedente. Não, não estou a falar da questão Basca, ou Irlandesa. Refiro-me sim a outras questões profundas, e mais longínquas. Refiro-me ás comunidades muçulmanas que residem na França e na Alemanha, e que devido a uma politica incorrecta de imigração, de integração e de assimilação, constituem autenticas sociedades á parte da sociedade (Não me refiro ao R.U. porque a integração aí já foi mais correcta). Essas comunidades tem uma taxa de natalidade incrivelmente superior, á média Europeia, o que levará a que muito em breve as comunidades muçulmanas constituam a grande maioria em determinadas regiões.

Dado a falta de identificação que estas comunidades sentem com a sociedade ocidental, poderão, a médio e longo prazo, começar a pedir autonomia e mesmo independência. E aí o que fará a Europa? O que fará a França se, daqui a bastantes anos, nascer a “Republica Islâmica do Rossilhão” ? Não poderá fazer grande coisa, porque existirá o precedente Kosovar a apoiar as intenções das populações locais. E aí, perderá o sorriso, e amaldiçoará o apoio, que muitos anos antes, resolveu dar a um pequeno e insignificante estado dos Balcãs.

O Novo Século

Em 1978 desapareceu um jornal mítico do panorama da imprensa portuguesa. O Século havia sido fundado em 1880. Vivera o ultimato inglês, o regicídio, as duas guerras mundiais, o Estado Novo e a guerra fria. Foi nacionalizado a seguir ao 25 de Abril e morreu - sem fazer um século. O óbito é directamente relacionado com a revolução e declarado por Maria José Matos Morgado, na altura chefe de gabinete no ministério das finanças e hoje com idênticas funções no gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues. Foi portanto o estado que mandou fechar O Século (Ainda se voltou a publicar em 1986 para fechar em definitivo em 1993).
Com a revolução no entanto não morreu só O Século. Morreu também uma direita empoeirada e totalitária, para dar espaço a uma nova direita. Uma direita que nunca vingou em Portugal, o que poderá atribuído a vários factores. Será da Constituição socialista que nos governa? Dos medos que o Estado Novo deixou? Dum discurso desactualizado? Será um diagnóstico difícil, mas aqui afirmamos: a nova direita está aqui. Entre Conservadores e Liberais, Republicanos e Monárquicos encontraremos o denominador comum para a discutir o futuro. O socialismo é o inimigo declarado.
Do século XX, retemos as guerras e os totalitarismos.
O Novo Século será diferente e começa hoje.