quarta-feira, 30 de abril de 2008

Passo a passo *



"Mais liberdade no espaço público, mais liberdade na actividade económica, mais liberdade na vida privada, mais liberdade no exercício pleno da cidadania".

A frase é de Pedro Passos Coelho na apresentação da "Carta de Valores" da sua candidatura e podia ser, perfeitamente, subscrita por mim. Fosse eu militante do PSD e não tinha dúvidas em apoiar PPC em detrimento dos outros dois candidatos que, cada um à sua maneira, representam o passado e ideias gastas e estafadas. Passos Coelho, parece-me, poder vir a ser a alternativa mais séria e credível ao domínio socrático, e uma alternativa que põe a tónica na liberdade, valor que não me podia ser mais caro. PPC apresenta-se como um "liberal solidário" e como alguém que quer assumir uma mudança e um corte com o passado do PSD. Só por isso já me parece bem!

Eventualmente o que mais me aproxima de PPC é, mesmo, uma questão geracional. Cada vez mais acho que é preciso renovar a política e fazê-lo por via de uma mudança geracional de quem nos "governa". Porque, na análise que faço do que rodeia, a mudança geracional está intimamente ligada a uma mudança de paradigma e a uma nova visão do mundo. Quem tem 26 anos, hoje, não consegue perceber uma suposta futura candidata a Primeira Ministra que tem quase 70 anos (!). Muito menos entende que "mudança" podem trazer um ex Primeiro Ministro e uma ex Ministra que já tiveram as suas oportunidades (várias) e pouco ou nada mudaram... (e neste capítulo, apesar de tudo, ainda me merece mais simpatia Pedro Santana Lopes que Manuela Ferreira Leite, já que aquele sempre foi um agitador e quando teve a oportunidade ainda tentou agitar este pântano de águas paradas, mas não teve as condições necessárias para o fazer!).

Assim sendo, e porque é cada vez mais evidente que Portugal precisa de um "valente" abanão e que o sistema de partidos, tal como o conhecemos, tem urgente necessidade de ser redefinido e recentrado (não ler aqui qualquer simpatia por ideias de blocos centrais e afins), parece-me que PPC pode ter um papel a desempenhar neste jogo de tabuleiros, abrindo caminho a um reposicionamento do PSD que obrigará, também, a uma clarificação do CDS quanto ao espaço ideológico em que se quer mexer.

Esta redefinição, que considero fundamental, está, porém refém dos velhos do Restelo e de todos aqueles que com a tradicional atitude lusitana criticam o que "está" mas temem a mudança. É preciso, pois, que este país perceba a flagrante necessidade que tem de quebrar com as absurdas amarras que ainda o ligam a um passado (tão herdeiro de Salazar como da Abrilada) que convive mal com a liberdade, com a autonomia, com a criação de riqueza, com o investimento, com a mobilidade, com a flexibilidade, com a escolha, com a iniciativa privada, com a propriedade, com o progresso e com a modernidade! Sem criarmos um Portugal amigo dos Portugueses, respeitador da Liberdade, dinâmico, flexível e moderno, estamos condenados a continuar como estamos, no eterno «vai-se andando» que nos conduz a lado nenhum!

Como também diz PPC «há momentos em que é preciso assumir a coragem de mudar», e eu concordo. Esperemos que esta não seja apenas mais uma frase panfletária de campanha e que signifique, realmente, que alguma coisa pode mudar, sem que tudo continue na mesma!



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* Texto também publicado aqui.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Inacreditável!

Rui Pereira, relativamente à invasão da esquadra da PSP em Moscavide “considera "desaconselhável" haver apenas um agente numa esquadra da PSP”. Desaconselhável?!?
Senhor Ministro, desaconselhável será não usar um casaco nos dias frios de Dezembro ou não estudar para um exame. Quando uma esquadra é invadida pode usar os termos que quiser, a escolha para classificar tal acto é enorme, mas nunca afirmar que é desaconselhável. Para que se perceba a gravidade da situação, eis o que aconteceu: Alguém foi agredido, naturalmente dirigiu-se à esquadra da residência (suponho) para apresentar queixa dos agressores (ou devo dizer heróis? Hoje em dia, nunca se sabe) e encontra o seguinte cenário: 1 agente da PSP! Como se não bastasse, na perspectiva do ofendido, os agressores (ainda não satisfeitos) correm em direcção à esquadra para acabar o “serviço” e, como não são de modas, toca a “despachar” o queixoso! Muito resumidamente foi isto que aconteceu. E como reage Rui Pereira? Com um tímido “É desaconselhável”!
Qualquer dia, e não deve faltar muito, arriscamo-nos a que o Ministro da Administração Interna classifique os criminosos de rudes e extremamente mal-educados.
Rui Pereira, na mesma entrevista, ainda conseguiu dizer mais uma asneira – e das grandes – “ninguém pode garantir que não vai haver uma cena de violência perto ou dentro de uma esquadra”. Mas, então? Nem as esquadras estão a salvo de actos criminosos? O que o Senhor MAI não percebe é que com estas afirmações está a desbravar caminho para que o País se torne cada vez mais inseguro. E pensava que os meus/nossos impostos serviam, entre outras coisas, para garantir a segurança de Portugal! Haja decoro…

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Que Menino...

aqui tinha escrito que Luis Filipe Menezes se havia deixado levar por um caminho, aparentemente tentador, onde seria possível sair lavado em lágrimas para mais tarde regressar em ombros. Assim funcionam os Partidos. Quando a contestação começa a ganhar relevo, opta-se, sempre com as devidas cautelas - alterações aos Estatutos e afins - e atempadamente, pela saída. Naturalmente que esta saída não significa o fim da linha, bem pelo contrário. Geralmente funciona como um pré-aviso de uma recandidatura. O discurso da “vitimização” é bastante tentador, primeiro, porque está sempre envolvido num dramatismo tal, que chega a enjoar, que a besta passa a ser bestial (e se existe algo com que os Portugueses vibram, é com dramas). Segundo, porque a recandidatura é vista como uma espécie de legitimidade renovada. Acaba por ser uma dupla vitória (I)é reeleito (II) ganha um novo argumento, ou seja, mesmo com contestação voltou a ganhar. Confesso que até à uns dias acreditava que o mesmo se passasse com LFM no PSD.
Pois bem, como muitos outros enganei-me e ao que tudo indica LFM vai mesmo deixar a liderança do PSD (pela porta do cavalo, diga-se). O que me leva a pensar: LFM esperou toda a sua vida para ser líder do PSD e agora que o conseguiu abandona? Então o homem que se assumia como um guerreiro, (não confundir com o menino guerreiro, que esse anda por aí) ao primeiro sinal de alarme, abandona o barco? LFM é um menino...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

este ano está a correr bem

Rodrigo Moita de Deus no 31 da Armada diz:


Estamos a 24 de Abril e a associação do 25 ainda não gritou que a democracia está em perigo. Não há documentários na televisão sobre a inteligência de Vasco Lourenço e filmes sobre a coragem de Salgueiro Maia. Não há chorosas evocações na rádio de José Mário Branco. Não há regravações dos clássicos de Zeca Afonso nem novas fotobiografias dos combates estudantis de Coimbra. Não há poemas de Manuel Alegre. Não há debates sobre o papel de Otelo Saraiva de Carvalho. Não há, sequer, um cravozinho numa lapela.

Levou tempo, 35 anos, mas acho que o 25 de Abril finalmente acabou, pá.

O Regresso do Herói

terça-feira, 22 de abril de 2008

segunda-feira, 21 de abril de 2008

É mesmo para rir...

Manuela Ferreira Leite assume-se como candidata á liderança do PPD/PSD. Eu não sei o que é que a malta vê nesta senhora, que só fez asneiras na educação e "maravilhas" pelo crescimento do deficit, mas pelos vistos vai-se candidatar á liderança do PPD/PSD.
A única razão que me parece explicar a popularidade desta grand damme do PSD é o facto de em uns "prós e contras", há uns anos atrás, ter sido alcunhada de "Salazar de Saias" (o que fica sempre bem perante uma certa direita portuguesa).
Para mim esta senhora é apenas mais um "D. Sebastião" (desta vez no feminino) para ser destruído(a), não pelos mouros, mas pela crua realidade do passado, no qual ela participou.

Piu, piu..as aguias perderam as asas....


2-0


24 PONTOS DE AVANÇO


CAMPEÕES NACIONAIS 2007/2008

Miau, Miau: os Gatinhos perderam a juba...



4-1

Edwards urges students to make themselves heard


sexta-feira, 18 de abril de 2008

PPD/PSD


Luís Filipe Menezes (LFM) anunciou ontem que se demite da liderança do partido e pediu ao Conselho Nacional para convocar eleições directas para o próximo dia 24 de Maio.
Esta demissão mostra que este PSD é tudo menos uma alternativa viável ao PS nas próximas eleições legislativas.
O maior partido da oposição parece não ter aprendido a lição... Primeiro não devem ter reparado no flagelo com que o CDS se deparou na guerra que antecedeu as directas e nas consequências das mesmas, pois fizeram exactamente o mesmo... Depois não devem ter ficado contentes com o resultado e vão voltar a fazer igual...
LFM não é de certeza o melhor líder do PSD... Não é certamente capaz de derrotar Sócrates... É certo que tem um discurso divergente todos os dias e tem culpa pela quebra nas intenções de voto no PPD... Mas também é certo que essa mesma quebra não se deve somente a LFM mas também à guerra interna que assola o maior partido da oposição...
Mais uma vez voltando ao CDS... a grande quebra nas intenções de voto no partido do Caldas deveu-se não só devido à nulidade que era Ribeiro e Castro, mas também às cenas vergonhosas dos Conselhos Nacionais, às guerrinhas nos jornais, nas rádios, etc...
Estas directas somente vão servir para legitimar Menezes. Os barões não tem o apoio das bases nem vão avançar. Aguiar Branco é tudo menos alternativa pois a opinião pública não o conhece... Passos Coelho prepara-se para 2009... Marcelo Rebelo de Sousa seria mais um desastre dado que só está habituado a perder eleições. Rui Rio teria possibilidades de derrotar LFM e Sócrates, mas será que avança ou também espera por 2009?
A própria data das eleições foi feita para não permitir qualquer candidatura decente.. LFM que não estava na corrida mas que iria fazer na mesma a volta a Portugal que já estava programada... Não sendo candidato esta volta seria impracticavel com outros candidatos no terreno...
É por estas e por outras que as pessoas não acreditam na política e na direita..

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ainda o almirante vermelho (assim mesmo, de minúsculas)

E que sei eu? O seguinte: é verdade que a dada altura e por ordem do palhaço, a PSP foi substituída por patrulhas conjuntas dos três movimentos. Só estando lá se pode saber o que isso significou e as consequências que teve, nomeadamente em Luanda. Na minha família houve quem o sentisse na pele;
É verdade que o verme favoreceu o MPLA tanto quanto pôde e a desgraça que se seguiu tem a mão dele e do PCP;
É verdade que na casa onde eu morava com os meus pais e irmãos, numa quase aldeia perto da Gabela, 400 km a sul de Luanda, entraram três soldados (um do MPLA, outro da FNLA e outro da UNITA) fortemente armados (incluindo um RPG, desse lembro-me que me assustou) cujo papel era desarmar os brancos. Para quê e por ordem de quem? Do filho da puta. Não levaram duas caçadeiras do meu pai que estavam no armário do meu quarto, porque, por sorte, foi o soldado da UNITA que lá entrou e eu tinha um poster com a bandeira desse movimento por ali. Tanto quanto me lembro, no caso e na zona as coisas correram bem, não houve problemas, noutros sítios não foi assim. Há quem possa testemunhar e talvez o Ferreira Fernandes possa fazê-lo.
De comunistas arrependidos, meu caro, quero distância. Alguns até dão em neo-cons e outros em social-democratas, vê lá.

Hélder, n'O Insurgente

quarta-feira, 16 de abril de 2008

In Memoriam

Alexis Henri Charles Clérel, visconde de Tocqueville (29 de Julho de 1805 - 16 de Abril de 1859) foi um pensador político, historiador e escritor francês. Tornou-se célebre pelas suas análises da Revolução Francesa, da democracia americana e da evolução das democracias ocidentais em geral. Raymond Aron pôs em evidência sua contribuição à sociologia.

As obras completas aqui

terça-feira, 15 de abril de 2008

Um pouco da historia Torie

A ver a aqui

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Casamento Civil - A minha colherada

O Pires lançou aqui a discussão do casamento civil, julgo que para me tirar da letargia que tenho votado a este nosso blogue. Acho muito bem. Sobre tal tema celeumático, cá vai:
Recentemente vivemos debaixo duma ofensiva do PS-BE (uma possível coligação pós-eleitoral após 2009), para facilitar o divórcio e assim esvaziar o casamento de estabilidade e consequentemente de utilidade. Esta questão não é menor no debate sobre a utilidade de tal instituição, porque demonstra claramente: o estado tem a faca e o queijo na mão. O casamento não é como as pessoas querem, mas como o legislador quer.
Posto isto, parece-me justificado pôr em causa o facto que esteja na esfera do estado uma matéria privada, que o estado açambarcou e, como sempre quando o faz, se tenta substituir à liberdade dos intervenientes. Pelo bem comum, com certeza.
A primeira razão para que defenda o fim da sanção pública do casamento está dada no início. O estado, altera e modela a bel-prazer uma instituição que deveria apenas viver da vontade dos noivos. Assim, ao invés de estarmos perante uma união que satisfaça ambas as partes o melhor possível, estamos perante uma união que satisfaz um terceiro, e as partes envolvidas escolhem o menos mau dos possíveis regimes.
Daqui retiro também o interesse público para que os contratos civis sejam livres e não modelados por terceiros: é que com contratos civis livres, permitimos que esses contratos sejam experimentados de forma diferente por diferentes indivíduos, e que assim sejam avaliados pela experiência diferentes formas de viver a dois (ou mais). No sistema actual, um falhanço na definição dos termos feita pelo estado, leva a que esse erro se replique por todos os contratos, i.e., todos os casais. Isto vai no sentido, já agora, do que escrevi aqui. O facto de o casamento civil não satisfazer os portugueses, pode ajudar a explicar o decréscimo do número de casamentos.
Há outro fenómeno engraçado. A ICAR assinou uma Concordata com o estado português, que obriga os casamentos católicos celebrados em Portugal a serem reportados ao estado e a terem eficácia civil. É fácil de adivinhar que isso leva a que haja portugueses que se furtem a essa obrigação e vão a Espanha casar perante o seu Deus, sem dar baixa ao estado português. Não sou católico, mas não posso deixar de notar que a ICAR, ao assinar essa Concordata tirou mercado aos padres portugueses, a favor dos espanhóis, e que isso seria previsível.
Ouve-se por vezes a defesa de que a sanção estatal perante a união de dois indivíduos é, simbolicamente, importante e deve continuar. Pessoalmente, não compreendo que este simbolismo seja importante. Mas se de facto ele existe e é importante para alguns, proponho que o estado possa na mesma sancionar ou celebrar os casamentos de quem o requerer. Ficavam todos felizes.
Há ainda outra questão que vale a pena frisar. É que o fim do casamento civil como o defendo, não significa a anarquia na regulação do poder paternal. Esta, como envolve terceiros incompetentes, deve ser regulamentada pelo estado. Mas isso acontece com e sem casamento. Deve ser independente da situação dos pais.

O "Almirante Vermelho"


Este Domingo, na sua crónica do Publico, António Barreto fala do livro "Holocausto em Angola", escrito por Américo Cardoso Botelho. Este livro relata os massacres, as torturas, as prisões arbitrárias, em suma o terror, infligido pelas as autoridades angolanas a centenas de milhares de pessoas (incluindo ao próprio autor). Pessoas que eram muitas delas portuguesas, e que foram prosseguidas, torturadas e mortas por homens que hoje são respeitáveis, militarem, políticos e empresários.

O livro também revela a passividade e cumplicidade das autoridades portuguesas, (face aos crimes perpetuados pelas forças do MPLA, antes da independência), nomeadamente de Rosa Coutinho, também chamado de “Almirante Vermelho”o e á altura governador de Angola. Este livro apresenta provas documentais, que este senhor (agora venerado como herói da revolução) em conjunto com outras pessoas ligadas ao PCP e ao MFA, terá colaborado, e mesmo encorajado a perseguição genocida movida pelo MPLA, aos colonos portugueses, e a todas as forças que se lhe opunham.

Ora estamos a falar de alta traição, bem como de crimes contra a humanidade alegadamente perpetrados por uma certa elite revolucionária, que hoje ainda é saudada como salvadora da pátria. Espantam-se alguns por não ter havido qualquer reacção política ou judicial, face a estas revelações estrondosas. A explicação é muito simples: muito simplesmente estas revelações não tem nada de estrondoso, vindo apenas confirmar o que á trinta anos se fala baixinho e entre dentes, e que é conhecimento do publico em geral.

Como sempre, Portugal prefere fechar os olhos, e ignorar certos actos ,alegadamente perpetrados por alguns dos “pais da pátria”. Seria perigoso, muito perigoso, acusar estes homens pois desse modo destruir-se-ia o mito da “pureza” do 25 de Abril, pondo em causa o “pureza” do regime actual, que estes senhores ajudaram a fundar.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Fim de linha




Caro MSN, para quem parece conhecer-me tão bem (embora eu a si não o conheça) comete um erro imperdoável na avaliação que faz da minha personalidade quando diz «Imagino que a emoção de participar na Assembleia Distrital possa ser impeditiva de perceber muito do que lá se passou.» É que não era emoção... era SONO! A emoção guardo-a para coisas bem mais interessantes e prosaicas ... mas para saber isso deveria conhecer-me um bocadinho melhor. Talvez aí percebesse que uns Manolo Blanik* teriam um efeito muito mais desvastador no meu "equilíbrio emocional"! Quanto ao George não se preocupe que ele também não!




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E assim quebro a promeça de não falar de sapatos neste Blog...

Resposta 2

À Gi, que também eu conheço e muito respeito e considero, e a quem agradeço o texto que me dirige lamentando, porém, que diga que eu desprezo e desconsidero militantes. Não foi isso que eu disse ou, pelo menos o que quis dizer (admitindo porém que me tenha faltado a qualidade da prosa para me fazer entender).
Pois bem, quero esclarecer que eu não desconsidero nenhum militante! Antes pelo contrário, acredito que estes são a peça fundamental de qualquer partido! Mas reconheço que não há militantes melhores e outros piores. Os 100 novos militantes trazidos pelo AR são exactamente iguais aos 90 novos militantes feitos pelas concelhias do distrito de Lisboa que também não poderão votar e ao senhor ou senhora anónimo que hoje, depois de ver o debate quinzenal na AR, se dirigiu ao Caldas para se filiar, simplesmente porque acredita! São estas regras do jogo que todos aceitámos jogar no momento em que preenchemos aquela ficha azul e amarela!
Quanto a todos os eventos que a Gi refere dizendo que eu não estava lá, pois é verdade, não estava mesmo! Não acompanhei a formação e o evoluir deste movimento a não ser pelos jornais e só ontem ouvi alguém do movimento. E o que disse foi para se referir, exclusivamente, ao voto dos 100 novos militantes. Não falou de Lisboa, da implantação, das autárquicas, de um qualquer projecto diferente. Pediu apenas para 100 pessoas votarem e afirmou que ainda havia mais militantes a entrar esta semana.
Minha cara Gi, militantes fazem-se todos os dias, por todos os motivos, com ou sem movimentos, com ou sem reuniões, com ou sem jantares! E há um dia em que os cadernos eleitorais têm que fechar! É injusto? Pois é, mas nós advogados bem sabemos que qualquer prazo é injusto porque cria uma barreira fictícia!
Tenho pena que neste momento eu e a Gi estejamos em "lados diferentes", pelo menos em troca de galhardetes blogosféricos, embora saiba que alguém como a Gi só poderia vir para o CDS por bem, porque ela é uma pessoa de bem. Por isso sei que não será o facto da Gi não poder votar nestas eleições de dia 8 que a vai desmotivar ou fazer desistir de dar o seu melhor contributo ao CDS. E por saber isto tudo, sei também que um dia próximo estaremos do mesmo lado, a erguer bem alto a bandeira do CDS e a lutar pelos nossos candidatos contra este Governo e contra a esquerda.

Em jeito de resposta

Caro MSN

1) A Beatriz não apoiou qualquer atropelo estatutário e o processo que conduziu à eleição do Dr. Paulo Portas foi, à época, julgado como estatutariamente adequado e possível pelo Conselho Nacional de Jurisdição. E não é que isto releve, porque acredito que quem aplica os estatutos o faz por análise jurídica séria e independente, mas relembro que este órgão tinha sido eleito em lista afecta ao Dr. Ribeiro e Castro por oposição a uma lista, à época, encabeçada pelo Dr. João Rebelo.

2) Não me parece, de todo, má fé optar por antecipar as eleições em um mês ao invés de as protelar 4 meses, numa época em que, como sabemos, o calendário eleitoral é muito apertado e é fundamental que as distritais e concelhias se preparem para os actos eleitorais que aí vêm. Foi esta a explicação que foi dada em Assembleia Distrital e eu tomo-a por boa.

3) Eu não acho, meu caro MSN, mas ouvi ontem que a forma de dar as boas vindas aos novos militantes era deixá-los votar e que seria muito difícil de lhes explicar porque não o poderiam fazer. Confesso que eu já me filiei no CDS há uns anos, mas não me lembro de na altura estar muito interessada em votar. Queria aprender, participar, intervir, e votar não era, de todo, a minha prioridade. Estes 100 novos militantes terão todo o tempo de votar para as suas concelhias, distritais e até no líder, em eleições directas.


4) Como disse, e mesmo podendo desmascarar o facto de já ter alguns anos, eu filiei-me no CDS com 18 anos, há 8 anos. Nessa altura era Presidente o Dr. Paulo Portas. Sempre ajudei o partido no que me foi pedido. Sempre dei o que de melhor tinha pelas causas em que acreditava. Há 8 anos. Não me iria, naturalmente, desfiliar só porque a liderança tinha mudado. Fiquei e continuei a defender o projecto em que acredito, sempre de forma clara, aberta e frontal. Nunca escondi que votei no Dr. Telmo Correia no Congresso de Lisboa, que fiz parte do projecto Fazer Futuro que foi ao Congresso da Batalha e, naturalmente, estive ao lado do Dr. Paulo Portas desde o 1.º dia em que ele manifestou ao país a sua vontade de regressar à liderança do CDS. Podem dizer que sou um nadinha obstinada e demasiado “fiel” ao Dr. Paulo Portas. É verdade! E já agora, e para que conste, gosto bastante mais dele do que do George Clooney!

5) A Beatriz não gosta, de facto de transferências. Podia tê-las usado, mas nunca usei. A Beatriz também não gosta de golpadas. Também as podia ter feito e não quis. Por isso sei o que é ganhar eleições, mas também sei o que é perder. Já estive num lado e no outro! Podia ter ganho eleições na secretaria com esquemas processuais ou outros. Mas preferi sempre o jogo claro. Por isso já ganhei e já perdi. É naturalíssimo!

6) No CDS as sondagens nunca são de fiar. Sabemos que muitas vezes somos mais penalizados por elas que pelo voto efectivo. Por isso não serão as sondagens que me vão fazer dispersar ou desmoralizar! Acredito no CDS e acredito no líder do nosso partido. Acredito que ele ainda tem muito a dar a Portugal e que pode fazer um incrível trabalho em muitas áreas. A verdade é que nos últimos tempos o CDS tem marcado pontos em diversos assuntos: Fiscalidade, Educação, Segurança, Saúde, Economia, e são apenas exemplos!

7) Agradeço-lhe a correcção! Felizmente ainda não existe um acordo ortográfico português/espanhol exclusivo da Beatriz!

8) A Moção Fazer Futuro sempre se assumiu como um projecto geracional. Não é da JP mas essa geração estava na JP e representa o que é, e sempre foi, o espírito da JP: Autonomia, Liberdade, Irreverência, Dinamismo, Coragem e Frontalidade! Esse é o nosso espírito e a JP não se deixa, nem deixou nunca, instrumentalizar, por mais respeito e consideração que nos mereçam os dirigentes do partido.

9) Quanto ao tema das transferências assumo o meu perfeito espanto face ao seu comentário e ao pedido de prova da afirmação que faço, na medida em que foi ontem dito, por um representante do AR, durante uma Assembleia Distrital, que existiam 30 transferências. Assumi a informação por verdadeira. Terei feito mal?

O nosso CDS

Juro que há notícias que me irritam, bem como atitudes, comentários e discursos. Estes são dois exemplos: (i) eleições na Distrital do Porto do CDS, e (ii) marcação de eleições para a Distrital de Lisboa de irritações sobre as quais não posso deixar de falar!

Indo ao primeiro tema, as já célebres eleições para a CPD Porto, comparadas ao regime cubano (?) por algum iluminado, parece-me que pelos seus resultados esclareceram qualquer dúvida sobre irregularidades no processo… afinal quase 1000 votos contra 70 (números redondos) não me parece que se consigam com manigâncias de secretaria geral, por muito boa e eficaz que esta seja! Assim sendo, o candidato que teve 70 votos deveria, ao invés de atacar o “sistema”, essa entidade mítica (ou seria melhor chamar-lhe mito urbano), fazer o seu trabalho de casa se tem qualquer tipo de pretensão de disputar o que quer que seja! De outra maneira bem pode bramar aos céus contra o “sistema”, contra os “Portistas” (“pórtistas” de Portas, não confundir com portistas de FCP), contra a anterior e actual distrital e contra a Secretaria-Geral que mais não consegue do que passar por tonto e ressabiado, e convenhamos que nenhuma das coisa é, assim muito “bonita”!

Quanto à distrital de Lisboa, e porque também por cá teremos eleições (marcadas ontem para 8 de Maio), muito tinha sido comentado na imprensa o Movimento Alternativa e Responsabilidade (AR) que iria disputar a eleição a António Carlos Monteiro, actual Presidente da CPD e candidato novamente em Maio. Pois bem, parece que os senhores afinal já não avançam, vejam só, porque as eleições foram antecipadas um mês (meu Deus que nem estou em mim perante esta antecipação imensa da data do acto eleitoral!) e como tal os “seus” novos militantes não estão autorizados a votar! Pois é… TEMOS PENA!!!! Mais uma vez falam do “sistema” e de “manobras para evitar a renovação”. Convém, no entanto, explicar a estes senhores algumas coisas, e como eu sou muito da à pedagogia, até lhes posso fazer esse favor:

1) O CDS tem regras que têm que ser respeitadas por todos, quer antigos quer novos militantes. Uma dessas regras é a de que só podem votar pessoas filiadas há mais de 3 meses. Pretende esta regra evitar, exactamente, o que o movimento AR pretendia fazer: filiar pessoas especificamente para votar. Note-se, além do mais, que estas regras não são de agora, aprovadas de propósito para impedir que os 100 novos militantes AR votem. São já antigas e eram perfeitamente conhecidas. Talvez o movimento devesse ter começado a trabalhar mais cedo… fica a sugestão, e de borla!

2) Ninguém se deve filiar num partido única e exclusivamente para votar numas eleições. O acto de filiação parte de uma convicção e de uma vontade de contribuir para um projecto comum. Qualquer militante a sério não deserta nem desaparece só porque, de acordo com as regras da casa, não pode votar em determinada eleição. Além do mais, quem acredita no CDS, como eu acredito, filia-se no Partido e não num qualquer movimento de alternativa ou de renovação!

3) Considero, além do mais, fabuloso que o senhor responsável pelo movimento diga, e cito «Há muito tempo que não entravam para o partido mais de uma centena de militantes num mês». Devia talvez fazer as contas e saber um bocadinho mais de qual tem sido o trabalho das concelhias e ver, por exemplo, o número de pessoas que se filiou na sequência do regresso, (en ora buena), de Paulo Portas à direcção do CDS. E já nem vou chamar a atenção para o facto de 30% desses militantes de que o senhor tanto fala serem transferências para o distrito de Lisboa e o que esse processo significa em termos práticos (falava de manobras o Senhor, não era?!

4) Por fim, quer-me parecer que se os propósitos do movimento eram apresentar uma alternativa e assumir uma responsabilidade, ficava-lhes bem aproveitar o período eleitoral que se avizinha para se assumirem como tal e dar conta das suas ideias e projectos e discuti-los de forma frontal e construtiva, isto porque às vezes não nos candidatamos para ganhar mas apenas para abrir espaço ao diálogo e à construção de alguma coisa melhor (pensem, por exemplo, no caso da Moção Fazer Futuro da JP, em 2006). Mas lá está… eu penso assim porque gosto mais do CDS do que de qualquer lugar nos seus órgãos mas, pelos vistos, nem todos são assim!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

CONTAS DE CAMPANHA SÃO 'NORMAIS'

Vara garantiu não ter 'quaisquer dúvidas sobre o carácter e a honestidade' de Felgueiras, que 'tinha um grande capital de confiança do partido que não era passível de ser posto em causa'

A Fatinha afinal não tem culpa nenhuma, o culpado é afinal o secretário-coordenador da concelhia do partido. Curioso é que o denunciante do caso desistiu de querer ouvir José Sócrates e António Guterres no julgamento.
Infelizmente é assim que se preparam eleições autarquicas em Portugal e este caso é a prova mais que fundamentada que para o PS a Justiça só deve funcionar em alguns casos.

PSD


O glorioso PPD/PSD continua em grande! Agora foi a vez de Ângelo Correia começar a dar castanhada no líder do partido. O Presidente do Congresso laranja diz que falta debate de ideias interno e já começa a retirar apoio a LFM.
Convém notar que Ângelo Correia voltou à vida politica activa como apoiante de LFM sendo dos poucos, que no entender da opinião pública, é um verdadeiro notável do PSD.
Será que a máquina laranja não aguenta até às legislativas e provoca um congresso? As listas para as eleições devem estar prestes a ser feitas....

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Reabiltação - uma perspectiva


Estamos perante um século onde cada vez mais vamos nos deparar com edifícios e núcleos habitacionais onde será preciso adaptar, reconstruir, demolir.
Conjuntos ou edifícios que para muitos podem não ter o mesmo valor, sendo este simbólico ou arquitectónico, contudo precisamos de encarar todo o existente de uma maneira natural, pensando que estes vão ser alvo de uma metamorfose. Metamorfose esta, que deve ser entendida como uma transformação, uma adaptação do edifício ao seu novo uso.
Podemo-nos questionar se será mais valida a museolização de um edifício, a sua restauração segundo um conceito purista ou se deveremos questionar o edifício e adultera-lo criando assim uma nova história para o mesmo. Criando por conseguinte uma nova imagem.
No Bolhão no Porto, a Câmara dá à exploração o edifício a um promotor holandês a TCN e esta faz uma apropriação do edifício, dando-lhe uma leitura totalmente diferente do existente, isto é evidente na mais radical e evidente transformação, a construção de um novo piso intermédio e de um parque de estacionamento.
Resta saber se isto não foi uma maneira de poder adaptar ao edifício valências de um vulgar centro comercial. Perante isto temos de nos questionar se precisamos de mais um vulgar centro comercial mascarado de Bolhão ou se preferimos continuar a ter o genuíno mercado restaurado na integra mas com uma nova dinamização cultural e social, não deixando de permanecer como uma grande praça fechada dentro da cidade do Porto.
Não me interessa aqui questionar a imagem ou estilo de cada arquitecto ou empresa promotora, mas sim pôr em causa a abordagem, a mais valia que cada mercado ou edifício histórico pode passar a vir a ter com a modificação do seu original conceito. O Bolhão assim como o Ferreira Borges ou o Bom Sucesso podem e devem ser âncoras de encontro dos habitantes da cidade.
A memória colectiva que a cidade têm destes edifícios é importantíssima de ser mantida. Com o método adoptado pela câmara ou pela TCN estamos perante o livre arbítrio de cada um, de cada autor, poder criar à sua imagem em cada edifício, tendo este valor histórico ou não, pensando muitas vezes só no retorno económico.
Em casos como a Pousada do Bouro de Souto Moura, o objecto é desvirtuado da imagem inicial mas ganha novas valências como pousada de luxo. No entanto não nos podemos dar ao luxo de estar sujeitos a que cada um decida criar a sua imagem para um edifício existente. Se o projecto do Bolhão ou da Pousada do Bouro fosse dado a Frank Gehry, teríamos certamente um conjunto de telhados em titanium em vez de uma cobertura em placas de ardósia.
Intervir no existente passa por um distanciamento muitas das vezes difícil, (em arquitectos onde a prática é sempre a de construção de raiz), distanciamento este que deve se fazer em honra de uma memória colectiva do edifício perante uma sociedade que também ela retém uma imagem do edifício.
A função do técnico é dar o seu contributo para a instalação de mais um enxerto ao edifício, de adapta-lo à sua nova vida, dotando-a de novos meios técnicos, sem o desvirtuar, mas sem o medo de introduzir o novo sempre que este for necessário, de uma maneira natural e não forçadamente.

Morreu Charlton Heston

Isto sim é um politico...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Casamento Civil - Sim ou Não


O casamento civil tem suscitado algum debate , isto é alguns afirmam que esse contrato civil deveria deixar de existir e o Estado não se devia imiscuir na vida das pessoas em sociedade.

Não consigo conceber tal ideia na medida em que se o Estado regula a vida em sociedade e sendo a família o núcleo primário da sociedade, como é que pode o estado deixar de regulamentar esse contrato. Se o problema é o regime de bens ( comunhão geral, de adquiridos ou separação de bens ) isso só pode existir se o Estado tiver um papel a dizer, senão parece-me que seria uma bandalheira, o que não deixa de dar liberdade aos nubentes de escolherem o regime que desejam, por isso não entendo que exista coacção por parte do Estado.

Afirmam também que o casamento é uma coisa religiosa de que o Estado se apoderou, mas ninguém é obrigado a casar e se o faz sendo o Estado laico logo tem que regulamentar. Agora se quiserem que a Igreja e apenas a Igreja fique com essa responsabilidade à que dar poder a Igreja para tal.

Portanto sendo o casamento uma instituição de liberdade, na medida em que actualmente ninguém é obrigado a casar, não percebo o porque desta obsessão para que o estado não regule a vida em sociedade e se reduza a apenas a gerir alguns, poucos aspectos da Nação.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Novo Blog


Pode parecer mentira.....mas no dia de hoje nasceu mais um blog com colaboradores dos mais variados sectores da política nacional.