"Mais liberdade no espaço público, mais liberdade na actividade económica, mais liberdade na vida privada, mais liberdade no exercício pleno da cidadania".
A frase é de Pedro Passos Coelho na apresentação da "Carta de Valores" da sua candidatura e podia ser, perfeitamente, subscrita por mim. Fosse eu militante do PSD e não tinha dúvidas em apoiar PPC em detrimento dos outros dois candidatos que, cada um à sua maneira, representam o passado e ideias gastas e estafadas. Passos Coelho, parece-me, poder vir a ser a alternativa mais séria e credível ao domínio socrático, e uma alternativa que põe a tónica na liberdade, valor que não me podia ser mais caro. PPC apresenta-se como um "liberal solidário" e como alguém que quer assumir uma mudança e um corte com o passado do PSD. Só por isso já me parece bem!
Eventualmente o que mais me aproxima de PPC é, mesmo, uma questão geracional. Cada vez mais acho que é preciso renovar a política e fazê-lo por via de uma mudança geracional de quem nos "governa". Porque, na análise que faço do que rodeia, a mudança geracional está intimamente ligada a uma mudança de paradigma e a uma nova visão do mundo. Quem tem 26 anos, hoje, não consegue perceber uma suposta futura candidata a Primeira Ministra que tem quase 70 anos (!). Muito menos entende que "mudança" podem trazer um ex Primeiro Ministro e uma ex Ministra que já tiveram as suas oportunidades (várias) e pouco ou nada mudaram... (e neste capítulo, apesar de tudo, ainda me merece mais simpatia Pedro Santana Lopes que Manuela Ferreira Leite, já que aquele sempre foi um agitador e quando teve a oportunidade ainda tentou agitar este pântano de águas paradas, mas não teve as condições necessárias para o fazer!).
Assim sendo, e porque é cada vez mais evidente que Portugal precisa de um "valente" abanão e que o sistema de partidos, tal como o conhecemos, tem urgente necessidade de ser redefinido e recentrado (não ler aqui qualquer simpatia por ideias de blocos centrais e afins), parece-me que PPC pode ter um papel a desempenhar neste jogo de tabuleiros, abrindo caminho a um reposicionamento do PSD que obrigará, também, a uma clarificação do CDS quanto ao espaço ideológico em que se quer mexer.
Esta redefinição, que considero fundamental, está, porém refém dos velhos do Restelo e de todos aqueles que com a tradicional atitude lusitana criticam o que "está" mas temem a mudança. É preciso, pois, que este país perceba a flagrante necessidade que tem de quebrar com as absurdas amarras que ainda o ligam a um passado (tão herdeiro de Salazar como da Abrilada) que convive mal com a liberdade, com a autonomia, com a criação de riqueza, com o investimento, com a mobilidade, com a flexibilidade, com a escolha, com a iniciativa privada, com a propriedade, com o progresso e com a modernidade! Sem criarmos um Portugal amigo dos Portugueses, respeitador da Liberdade, dinâmico, flexível e moderno, estamos condenados a continuar como estamos, no eterno «vai-se andando» que nos conduz a lado nenhum!
Como também diz PPC «há momentos em que é preciso assumir a coragem de mudar», e eu concordo. Esperemos que esta não seja apenas mais uma frase panfletária de campanha e que signifique, realmente, que alguma coisa pode mudar, sem que tudo continue na mesma!
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* Texto também publicado aqui.
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