quinta-feira, 26 de junho de 2008

Feminismo*





Parece que se vai realizar em Lisboa um Congresso apresentado como Feminista. A ideia, só por si, causa-me arrepios só de pensar... imagino uma sala escura cheia de senhoras "género Maio de 68", sem soutiens (porque os queimaram) a reivindicar igualdade com os homens e a deitar abaixo tudo o que é tipicamente feminino, em nome da exaltação de uma igualdade absoluta entre sexos... e tudo isto, como imaginam, é um susto!!!!!

Eu sou mulher, feminina mas não feminista, e não passo os meus dias obcecada com a minha condição de género. Não trabalho como mulher, não penso como mulher, não faço política como mulher. Sou mulher, ponto. Isso é genético e está no meu ADN. Em tudo o que faço essa é uma condição inalterável, por isso não tem que ser racionalizada! E não me venham dizer que deveria ser diferente porque o cérebro, que eu saiba, não tem sexo... ou pensa bem ou pensa mal (ou não pensa, de todo) e não há discurso feminista ou machista que mude esta realidade!

E quanto à igualdade pois aí é que me chega, mesmo, a mostarda ao nariz!!!! Se me falarem em igualdade de direitos, tudo bem. É um princípio básico do direito: igualdade de todos perante a lei. Portanto, tal questão nem deveria ser problemática porque é um contra-senso. A mulher ao pedir igualdade está, ela própria, a descriminar-se ao aceitar que um princípio universal, por si só, não se lhe aplica.

E depois, chegamos ao ponto que me tira, realmente, do sério: as feministas que odeiam ser mulheres. É que só pode. Elas queriam ser homens (daí tanto ansiarem por igualdade com o sexo oposto) e ficam frustradas porque não o são. Daí queimarem os soutiens (esta nunca hei-de perceber) e dizerem que, por exemplo, o Sex and the City é um filme machista porque torna as mulheres objectos de uma sociedade machista(!?). Mas desde quanto gostar de roupa e sapatos é ser objecto???? Desde quando querer um Mr. BIG que nos dê um CLOSET do tamanho do mundo é ser objecto??? Desde quando ser fashion victim e feminina é ser objecto??? Desde quanto gostar de diamantes é ser objecto???

Eu lamento informar o mundo, mas eu não quero ser igual a um homem (que medo!) e muito menos quero que os homens sejam iguais a mim!!!!! Já viram o susto que seria homens de saltos altos e vestidos???? Ou homens a devorar o Sexo e a Cidade por causa dos Manolo Blahnik e dos Louboutin e dos Pucci (aiii)??? E homens a aproveitarem a hora de almoço para ir arranjar as mãos ou o cabelo??? Era o mundo desajustado, do avesso mesmo... uma sensaboria, sobretudo para aquele grupo de mulheres que, como eu, ainda faz questão de gostar de "homens Homens"!

Mulheres e homens são diferentes, gostam de coisas diferentes, têm prioridades diferentes (para nós faz, de facto, todo o sentido andar um dia inteiro com sapatos que nos magoam horrores só porque são LINDOS!), gostos diferentes e visões do mundo diferentes. Têm, contudo, os mesmos direitos e não podem ser discriminados nem por serem homens nem por serem mulheres. Para a lei são absolutamente iguais, porque a lei não tem sexo, nem cor, nem idade, nem religião. Em tudo o resto somos diferentes, e, digo eu, ainda bem!



_______________________________
Também publicado aqui.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sem dúvida, iguais em direitos, diferentes em tudo o resto.

Mas estes direitos, segundo as feministas, não passam apenas por aquelas coisas básicas, tipo votar, carta de condução, etc.. Passa também pelo acesso ao poder e à riqueza. E neste ponto, basta ver as estatisticas para constatarmos que as mulheres ganham menos que os homens e têm um muito menor acesso ao poder, blá blá..

E como qualquer gajo machista, em doses saudáveis digamos, dá-me um tremendo prazer poder dizer: "este filme é bem machista".

Porque demonstra que a Carrie não conseguia ter o tal "closet" se não fosse o "máchô" de serviço.


p.s. vá, esquece lá essas coisas de mulheres que queiram ser "iguais" aos homens. Das meninas feministas que conheço, guarda-roupa é coisa que não falta...