terça-feira, 31 de março de 2009
Guia de Arquitectura Porto e Norte...1.7
As reconstruções/adaptações passam a ser uma das encomendas mais frequentes a partir dos anos 90 em diante. Távora na Sé do Porto reconstroi de uma maneira bastante audaz uma interpretação da famosa casa dos 24, antiga câmara do Porto. Uma torre cega nos dois alçados laterais e frontal e aberta para o morro da Sé. Os interiores revelam um certo luxo nos pormenores e nos materiais utilizados. João Carreira um discípulo de Souto Moura reconstroi e adapta o Teatro São João numa intervenção silenciosa muito ao gosto Less is More. Souto de Moura constroi casa própria no Porto na praça de Liege na Foz. Uma praça pacata repleta de árvores onde ele insere um pequeno bloco numa malha urbana de moradias de veraneio do século passado. O bloco comporta apartamentos de tipologia T3 que se abrem para a praça a partir de grandes envidraçados.Uma linguagem que o próprio já domina na perfeição.
54 - Torre da sé -Porto / Tower of the Sé / F. Távora 1995-2002
53 - Teatro S. João reconstrução - Porto / reconstruction of são João Theatre / João Carreira 1994-1997
52 - Edifício praça de liege - Porto / liege building / E.Souto de Moura 1994-2001
Também publicado em http://fdeprumo.blogspot.com/
Também publicado em http://fdeprumo.blogspot.com/
Caderno
Guia de Arquitectura
segunda-feira, 30 de março de 2009
Porto Canal
Temos o prazer de hoje à tarde podermos contar com um colaborador nosso num programa do Porto Canal. Rodrigo Lobo d'Ávila em directo as 16h sobre homofobia. A não perder.
Caderno
Materia para o Avila,
porto canal
domingo, 29 de março de 2009
Eu sempre fui contra que o homicídio fosse considerado crime, portanto...
Ontem, em Gondomar, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Santos Silva, reafirmou que "não há nenhum membro deste Governo que esteja indiciado ou sequer sob investigação". E explicou que o PS se opôs a que o enriquecimento ilícito seja considerado crime, por defender que "não se deve inverter o ónus da prova".
in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1184885
Já não falo da gravidade de um ministro andar a falar de quem é investigado ou não, o que, se não é uma grave intromissão do poder político no poder judicial, será uma mentira do pior, uma invenção do sr ministro, o que, qualquer que seja o caso, levaria à sua imediata demissão, num país decente.
Falo de agora, pelos vistos, pertencer a uma trupe que discorda com a lei servir de desculpa para o incumprimento da mesma e nos ilibe de qualquer crime!!
in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1184885
Já não falo da gravidade de um ministro andar a falar de quem é investigado ou não, o que, se não é uma grave intromissão do poder político no poder judicial, será uma mentira do pior, uma invenção do sr ministro, o que, qualquer que seja o caso, levaria à sua imediata demissão, num país decente.
Falo de agora, pelos vistos, pertencer a uma trupe que discorda com a lei servir de desculpa para o incumprimento da mesma e nos ilibe de qualquer crime!!
quinta-feira, 19 de março de 2009
Alta rotação (2)
O Manel tem toda a razão! Peço desculpa aos leitores pelo facto da crónica Alta rotação não ter tido a segunda edição na altura devida. Mas como nunca é tarde e como me quero redimir aqui vai a segunda crónica sobre automóveis.
Até poderia escrever sobre algum modelo recente mas a minha escolha desta vez vai recair mais uma vez sobre um modelo já com alguns anos.
Muitas pessoas apenas consideram um automóvel como um clássico se já tiver uma data de anos, se for inglês, se avariar a todo o momento e se alguém com mais de 1.80m não conseguir entrar lá dentro... Sim, estou a falar de MGB's, Jaguar E's, Triumphs TRxx's, etc. Sinceramente para mim esses carros não passam de sucata ambulante que nem no seu tempo, à excepcção do Jaguar E-type (explicarei a minha raiva sobre este carro mais tarde), conseguiram algo de relevante.
O modelo do qual vos vou falar hoje esteve em produção entre 1993 e 1998. É portanto um carro no máximo com 16 anos já com ABS, ar condicionado e muitos outros items que fazem um carro confortável mas com estatuto suficiente para ser considerado pelo menos por mim como um verdadeiro clássico. Falo-vos do Porsche 911 modelo 993.
O Porsche 993 é um modelo extremamente feliz do ponto vista estético. A frente é muito bem desenhada com os tradicionais faróis do 911 a serem ligeiramente modificados mas sem serem adulterados como aconteceu com a geração seguinte (996). A traseira para mim é a parte mais bonita do carro, principalmente nas versões S mais alargadas transmitindo um certo ar de poder!
Este foi o último 911 refrigerado a ar e é considerado pelos puristas como o verdadeiro 911. Este carro 911 não é um 911 qualquer, não é um Porsche para quem simplesmente quer ter um modelo da marca alemã, para isso comprem um 996 que é mais recente, gasta menos e tem mais equipamento. Isto é um carro para quem sabe o que está a comprar...
Há diversas versões do Porsche 911 993. Temos o Carrera 2 e Carrera 4 coupé ou cabrio (272cv e mais tarde 286cv), o Targa (muito bonito), o Carrera S ou 4S (286cv), o Turbo (402cv), o GT2, o RS, o RSR e uma versão 3800 cc muito rara com 300cv. Este carro trata-se de um autêntico super carro que se pode usar todos os dias e fazer 250000km sem problemas de maior. Como já disse, a gama de modelos é vasta e há 993's para todos os gostos e carteiras.
Há ainda outro factor neste carro que me deixa louco mas que não há palavras para descrever... vejam o video (aliás ouçam!)
Preço - entre 25000€ e 300000€ (dependendo do modelo e do estado).
Até poderia escrever sobre algum modelo recente mas a minha escolha desta vez vai recair mais uma vez sobre um modelo já com alguns anos.
Muitas pessoas apenas consideram um automóvel como um clássico se já tiver uma data de anos, se for inglês, se avariar a todo o momento e se alguém com mais de 1.80m não conseguir entrar lá dentro... Sim, estou a falar de MGB's, Jaguar E's, Triumphs TRxx's, etc. Sinceramente para mim esses carros não passam de sucata ambulante que nem no seu tempo, à excepcção do Jaguar E-type (explicarei a minha raiva sobre este carro mais tarde), conseguiram algo de relevante.
O modelo do qual vos vou falar hoje esteve em produção entre 1993 e 1998. É portanto um carro no máximo com 16 anos já com ABS, ar condicionado e muitos outros items que fazem um carro confortável mas com estatuto suficiente para ser considerado pelo menos por mim como um verdadeiro clássico. Falo-vos do Porsche 911 modelo 993.
O Porsche 993 é um modelo extremamente feliz do ponto vista estético. A frente é muito bem desenhada com os tradicionais faróis do 911 a serem ligeiramente modificados mas sem serem adulterados como aconteceu com a geração seguinte (996). A traseira para mim é a parte mais bonita do carro, principalmente nas versões S mais alargadas transmitindo um certo ar de poder!
Este foi o último 911 refrigerado a ar e é considerado pelos puristas como o verdadeiro 911. Este carro 911 não é um 911 qualquer, não é um Porsche para quem simplesmente quer ter um modelo da marca alemã, para isso comprem um 996 que é mais recente, gasta menos e tem mais equipamento. Isto é um carro para quem sabe o que está a comprar...
Há diversas versões do Porsche 911 993. Temos o Carrera 2 e Carrera 4 coupé ou cabrio (272cv e mais tarde 286cv), o Targa (muito bonito), o Carrera S ou 4S (286cv), o Turbo (402cv), o GT2, o RS, o RSR e uma versão 3800 cc muito rara com 300cv. Este carro trata-se de um autêntico super carro que se pode usar todos os dias e fazer 250000km sem problemas de maior. Como já disse, a gama de modelos é vasta e há 993's para todos os gostos e carteiras.
Há ainda outro factor neste carro que me deixa louco mas que não há palavras para descrever... vejam o video (aliás ouçam!)
Preço - entre 25000€ e 300000€ (dependendo do modelo e do estado).
Caderno
alta rotação,
carros,
CLÁSSICOS,
o manel é que pediu
Ouvi dizer...
...e lembro-me de ver aqui escrito que iria haver neste mui nobre blogue uma crónica semanal (acho eu) sobre automóveis novos e antigos. Tenho que pena que tenha caído no esquecimento.
Para quem, mesmo assim, quiser andar actualizado neste campo, recomendo o seguinte blogue:
http://www.4rodas1volante.com/
Já agora, sinto um certo distânciamento dos habituais bloguers e commentators deste "Novo Século". Partiram, juntamente com o seu contributo, para outras casas "côr de legume comido por grilos", e esqueceram-se desta, que os viu nascer. Neste dia do Pai, triste fico com a falta de respeito por esses senhores e senhoras, que tão facilmente se desligam das suas origens.
Fica o repto!
(Quero ver o blogue cheio de comments...)
Para quem, mesmo assim, quiser andar actualizado neste campo, recomendo o seguinte blogue:
http://www.4rodas1volante.com/
Já agora, sinto um certo distânciamento dos habituais bloguers e commentators deste "Novo Século". Partiram, juntamente com o seu contributo, para outras casas "côr de legume comido por grilos", e esqueceram-se desta, que os viu nascer. Neste dia do Pai, triste fico com a falta de respeito por esses senhores e senhoras, que tão facilmente se desligam das suas origens.
Fica o repto!
(Quero ver o blogue cheio de comments...)
terça-feira, 17 de março de 2009
Guia de Arquitectura Porto e Norte...1.6
Uma recuperação de Souto Moura na alfândega do Porto, edifício de grande qualidade construtiva, onde Souto Moura faz uma intervenção silenciosa adaptando todo o espaço a um Museu de Transportes e local de eventos. Contentores função colocados em locais precisos, rodas de bicicleta como uma assemblage de Duchamp ou escadas com rodas em madeira de pinho sem tratamento fazem com que a marca do autor seja notada em certos momentos de uma maneira subtil. Álvaro Rocha seguindo as pisadas de Souto de Moura cria um edifício de escritórios que pousa sobre um terreno de intersticios de cidade, subúrbios mal urbanizados. O edifício todo ele pensado de uma maneira modular usa os materiais e chapas metálicas para revestimentos. Um desenho rígido e minimalista sem momentos de audácia. Guedes + de Campos uma dupla que se começa a afirmar nos anos 90, também eles herdeiros de uma linha Souto Mouriana herdeira de uma linguagem miesieana desenham um bar contentor para o cais do Porto. Volume em vidro que pousa numa plataforma em calcário branco. Dois contentores em ardósia colocados em balanço contêm os serviços necessários. Uma dupla que vai dar que falar.
51- Café do Cais - Porto / cais bar / Guedes + de Campos 1994
Também publicado em http://fdeprumo.blogspot.com
51- Café do Cais - Porto / cais bar / Guedes + de Campos 1994
49 - Recuperação de edifício alfândega -Porto / reconstruction of alfândega / E. Souto de Moura 1993-1994
Também publicado em http://fdeprumo.blogspot.com
Caderno
Guia de Arquitectura
terça-feira, 10 de março de 2009
Liberdade Económica
No index of economic freedom de 2009 da heritage foundation, Portugal aparece em 53º lugar, atrás do Botswana, Arménia e Geórgia. Estamos todos de parabéns!!
Caderno
Economia,
heritage foundation,
Liberdade,
triunfos
Ciclos Historicos
Medina Carreira, na sua entrevista com Mário Crespo, mostrou um gráfico que representava o crescimento económico português ao longo do século XX. Segundo esse mesmo gráfico o crescimento económico desta década é mais ao menos semelhante á década que terminou com o ano de 1910. Não quero insinuar com isto que vamos acordar daqui a dois ou três anos, com a marinha de guerra a bombardear o palácio das necessidades; no entanto a historia repete-se e como dizia o outro, maybe "times they are are changing"(não necessariamente para melhor).
Caderno
Henrique Medina Carreira,
Mario Crespo,
rovolução
quinta-feira, 5 de março de 2009
The Road to serfdom
"Vá dizer aos adolescentes que namoram, que querem dar o passo seguinte e viver em união de facto agora vão ter que assumir tudo isto. E que quando a relação acabar terem de indemnizar o outro. Esta esquerda que se diz moderninha, quer entrar em casa das pessoas e impor os seus padrões."
Nuno Melo esteve muitissimo bem (o que não é, com certeza, motivo para admiração) ao falar sobre o mais recente ataque do PS à liberdade individual.
Também publicado aqui.
Casamento ou União de Facto?
Cada vez esta pergunta faz menos sentido, na medida em que o PS (na sua fúria reguladora) propõe uma aproximação dos regimes legais aplicáveis a ambas.
Ora, se tal, à primeira vista, parece fazer sentido, uma vez que ambas as situações jurídicas (casamento e união de facto) regulam a mesma situação de facto, a realidade é que tal vem, uma vez mais, meter o Estado no meio dos casais e impor regras, deveres, direitos, e obrigações que as partes não pediram nem desejam.
E mais grave porque a união de facto, ao contrário do casamento, não tem de ser reconhecida formalmente pelas partes (mediante expressão da sua vontade) para ter efeitos legais: a lei aplica-se, automaticamente, a qualquer união a partir do momento em que se cumpram dois anos de vida comum (como se faz a prova disso, não faço ideia, mas deve ser interessante!), quer as partes queiram, quer não queiram.
Por isso a pergunta que se impõe é a seguinte: e quem não quer ser casado, nem unido de facto, nem ter o Estado a impor regras à sua relação pessoal com que regime fica? Será que essas pessoas têm alguma protecção do Estado ou algum respeito (por parte deste) à sua liberdade pessoal? Ou, pelo contrário, esse casal, que nunca desejou ou aceitou contratualizar a sua relação, ver-se-á vinculado a uma panóplia de direitos e deveres que não pediu nem quer???
Numa altura em que se fala de dar direitos e os correlatos deveres a casais homossexuais (o que acho muito bem) julgo que se deveria aproveitar e discutir em nome de que sacrossanto poder de Estado este se julga autorizado a conferir direitos e obrigações a quem não os quer!
Também publicado aqui.
Guia de Arquitectura Porto e Norte...1.5
Souto de Moura começa a dar cartas nos anos 90 com uma série de obras, a habitação vai ser a sua principal encomenda inicial. As casa pátio em Matosinhos representam um modelo que mais tarde é adoptado pelo mesmo noutros projectos como as casas da avenida na Boavista. Estas casas desenham-se entre as sobras de terreno de uma grande quinta, tentando-se fundir pelo seu desenho minimalista nos jardins desta. Siza desenha um edifício para albergar o seu escritório assim como o de Távora e o de Souto Moura, depois de um concurso interno entre ambos. Siza desenha um edifício voltado ao rio aberto sobre um pátio central. Como Souto Moura o disse,o edifício parece um gato enroscado ao sol. O edifício da rua do Teatro na Foz de Souto de Moura é uma experiência invulgar e arriscada do autor em experimentar a construção em ferro. O edifício torna-se assim original por arriscar tanto na técnica como no conceito.
48 - Casas pátio - Matosinhos / courtyard houses / E. Souto de Moura 1993-1999
48 - Casas pátio - Matosinhos / courtyard houses / E. Souto de Moura 1993-1999
46 - Bloco da rua do teatro - Porto / Housing on foz / E. Souto de Moura 1992-1995
Também publicado em http://fdeprumo.blogspot.com
Também publicado em http://fdeprumo.blogspot.com
Caderno
Guia de Arquitectura
quarta-feira, 4 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
Cerco Moralista
Portugal só aquece politicamente para discutir a esfera íntima do 'sujeito privado' (aborto, eutanásia). A esfera do 'cidadão público' é debatida com evidente fastio e sem grandes diferenças de opinião. Quando o assunto é o Estado e a economia, Portugal deixa-se dominar por um consenso mais ou menos socialista. Mas quando o assunto é o aborto ou a eutanásia, ah, então sim, já temos divergências ideológicas. Isto acontece porque o nosso debate político vive cercado por duas forças 'apolíticas': a esquerda anticlerical e a direita reaccionária. Estas duas forças (as únicas que temos?) apenas debatem temas moralistas relativos ao 'sujeito privado'. A esquerda anticlerical avança com as "causas fracturantes", e, na hora marcada, a direita reaccionária aparece para formar a falange dos "bons costumes".
Henrique Raposo no Expresso
Henrique Raposo no Expresso
Subscrever:
Mensagens (Atom)