terça-feira, 28 de abril de 2009

Guia de Arquitectura Porto e Norte...1.9

Souto de Moura depara-se nos fins dos anos 90 com um impasse na sua obra. O neoplasticismo e uma certa linguagem associada a mies van der rohe, desenvolvida até à exaustão em vários programas de habitação chega a um fim.Começa então uma nova busca formal, onde a obra da casa do cinema Manoel de Oliveira é um dos primeiros exemplos. O edifício nasce como uma câmara de filmar onde olhos tipo mosca ( as aberturas) tentam captar as vistas de mar por entre as torres de habitação que lhe estão à frente, um edifício pintado em cinza escuro com um embasamento em chapa de inox. Guedes + de Campos uma dupla que já se começa a celebrizar na arquitectura Portuguesa recente, constroi um conjunto de bares no cais de Gaia. Contentores minimalistas onde a dupla explora uma linguagem associada à escultura minimlista dos anos 60/70 americana, onde Donald Judd é figura de destaque. Os Bares abrem-se à paisagem e ligam-se com os serviços por uma passagem em lona industrial articulada. Souto Moura desenha na Maia um bloco de habitações, aqui o desenho minimalista é totalmente evidente, uma linguagem que Souto Moura não abandona apesar das suas novas tendências formais. O bloco é um grande contentor revestido em persianas de alumininio onde a diferença entre aberturas e panos de parede não é notada. Quase como uma grande caixa metálica pousada num terreno. Os interiores dos apartamentos vão primar pelo detalhe do pormenor a que o autor já nos habituou.



60 - Casa do cinema Manoel de Oliveira - Porto / manoel de oliveira cinema house / E. Souto de Moura 1998
59 - Bares de gaia - V.N.Gaia / gaia bars / Guedes + de Campos 1998-2002



58 - Edifício de habitação maia - Maia / maia building / E.Souto Moura 1997-2002

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quarta-feira, 22 de abril de 2009

diz que o socrates vai dar bolsas de estudo ao segundario...

...e o alberto martins pensa com muita futuridade

Porque é que sempre que tenho paciência para ver debates fico com a noção de que o governo em vez de estar a mostrar o seu trabalho está a fazer oposição à oposição?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Guia de Arquitectura Porto e Norte...1.8

Os fins dos anos 90 caracterizam-se por uma grande encomenda pública a arquitectos de equipamentos de referência para as diversas cidades do Pais.O museu de Serralves convida Siza nos anos 90 para desenhar o seu museu. Siza escolhe um local dentro do parque de Serralves, uma parte do pomar e constroi um edifício que se esconde do exterior através dos muros da quinta e que se alarga para os jardins. O museu contêm todos os pormenores já habituais...à la siza, e faz a ligação em alguns dos seus espaços com a emblemática casa de Serralves isso bem patente no átrio principal do museu. Alexandre Burmester desenha um pavilhão para a expo 98, que é transportado e montado no parque da cidade, este pavilhão que incide sobre o tema da água é patrocinado pela empresa Unicer e é a interpretação do próprio de um contentor virado ao contrário, inclinado de onde acedemos por um dos extremos. As peles que revestem o edifício podem se assemelhar a novas linguagens também experimentadas por arquitectos suíços que começam a ser referência em Portugal, a dupla Herzog & de Meuron. José Manuel Soares desenha uma biblioteca para o Porto, escondendo-a como Siza o faz em Serralves nos jardins do Palácio de Cristal,o local destinado a este equipamento pela câmara, um edifício que também ele faz uso das peles exteriores e que se esconde do exterior encostando-se aos muros do Palácio de Cristal.

57 - Museu de Serralves - Porto / Serralves Museum / Álvaro Siza Viera 1996-1999
56 - Pavilhão da Agua -Porto / water pavillion / Alexandre Burmester 1996-1998



55 - Biblioteca Almeida Garret -Porto / Almeida Garret Library / José Manuel Soares 1995-2001


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quarta-feira, 15 de abril de 2009

A excitação juvenil

O candidato Vital Moreira, no seu blog, acusa Paulo Rangel, também ele candidato, de "excitação juvenil" (sic).*

Eu não sei bem por que padrões etários ou semânticos se rege o ilustre Professor de Direito, mas acho importante fazer-se notar que, para os devidos efeitos, o Dr. Paulo Rangel dificilmente pode ser considerado um "jovem", apesar de ter pouco mais de 40 anos.

Bem sei que a Constituição (da qual o Senhor Professor é parcialmente pai) não define o conceito de jovem (nem sei bem porquê, já que define tanta coisa, igualmente irrelevante) e talvez por isso o Professor Vital tenha dificuldade em lidar com um conceito sem densidade constitucional... mas vamos tentar dar-lhe uma ajuda.

Não me parece que o Dr. Paulo Rangel possa ir aos correios e tirar o cartão jovem (infelizemente, eu também não), que se possa filiar na JSD ou que se possa candidatar ao arrendamento jovem. Não me parece, também, que o Dr. Paulo Rangel possa já aproveitar os programas Inov Jovem ou Inov Contacto. Não pode sequer ser considerado um jovem empresário. Portanto, em que medida é o Dr. Paulo Rangel jovem? Só por comparação com a avançada idade do Senhor Professor que com os seus 65 anos já pode aproveitar inúmeros descontos para "seniores" em vários serviços.

Assim sendo, se o candidato Vital Moreira acusa o Dr. Paulo Rangel de "excitação juvenil", sem qualquer correspondência deste ao "grupo alvo", acho que nada impediria o candidato do PSD de classificar tais declarações como "senilidade própria da idade"... fica a sugestão!


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* É sabido que os assuntos da "idade" e da "juventude" me afectam muitíssimo. Por um lado, o meu lado "pp" (pragmático e político) acha inconcebível que se continue a chamar jovens (num sentido menorizador, como se a juventude fosse defeito) a pessoas com 40 anos e mais do que provas dadas. Por outro, o meu lado "ff" (fútil e feminino) fica deliciado, porque se o Professor Vital Moreia considera o Dr. Paulo Rangel um "jovem", isso significa que eu ainda tenho longos anos pela frente em que não tenho que me preocupar com a idade e com o envelhecimento... pelo menos mais 14 anos de "juventude" (e correlata excitação) tenho garantidos!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Descubra as diferenças





Deve ser dos brasileiros...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Durão Barroso e as Europeias

Nas europeias, um voto no PS é um voto contra um Presidente da Comissão Europeia português.


A todos os títulos, excelente este post do Vasco Campilho. *




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* A ideia de que se pode substituir Durão Barroso por António Guterres é tão ridícula que nem merece comentário... só "portuguesinhos" é que acreditam que um Português (que não Barroso) volta a ocupar algum cargo de destaque Europeu nos próximos 50 anos... a concorrência é feroz!

Ainda o divórcio

Como eu previa, a lei do divórcio, não veio facilitar a vida aos cidadão e acabou por complicar, ainda mais, muitas situações. Quem o diz, agora, são advogados e magistrados que, ao fazerem o balanço da aplicação do novo normativo, não escondem o desencanto.

A lei, como eu disse na altura, é má, está mal feita, apresenta lacunas graves e representa, na prática, mais uma complicação jurídica do que outra coisa. O PS admite agora fazer "pequenas correcções". Mais uma vez é flagrante a teimosia da maioria em fazer e aprovar leis que não valem nada, para poucos meses depois lhes introduzirem "correcções" e "ajustes" que a oposição pediu logo de início. Porém, como diz o velho ditado Português, o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita! Parece-me que é esse o caso da lei do divórcio.

PARABÉNS FC PORTO!




Na primeira mão dos quartos-de-final da Champions, o FC Porto deu uma lição de futebol ao actual campeão europeu, em Old Trafford.

Esperamos ansiosamente uma segunda mão de igual nível e superioridade portista no Estádio do Dragão!

Parabéns FC Porto!

sábado, 4 de abril de 2009

Autarquia Nacional

Segundo o semanário Sol, Lopes da Mota (o patusco que alegadamente avisou Fátima Felgueiras e é agora presidente da Eurojust), andou a pressionar os dois magistrados encarregues do caso freeport, ameaçando-os de represálias caso estes não arquivassem o processo. Também diz que Lopes da Mota, agiu ás ordens do ministro da justiça que por sua vez agiu ás ordens do Sr. Pinto de Sousa. Isto somado ao caso Independente, ás assinaturas de projectos, a todas as outras pequenas chico-espertices que envolvem a vida de Sócrates, e por fim ao vídeo em que o nosso primeiro é acusado de ser corrupto e estúpido, levaria a concluir que a popularidade de Sócrates estava nas ruas da amargura (dado a facilidade com que o povo português faz julgamentos). No entanto não está, muito pelo contrário!! Será porque a malta acredita na inocência e seriedade do nosso primeiro? Não! Simplesmente, não leva isso a mal. Basicamente temos aqui um gigante "Sindrome de Felgueiras/Marco de Canaveses": "Rouba mas tem obra", diz a malta. Paciência, cada povo tem o governo que merece...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sucata ambulante


1998 Chrysler Sebring Convertible

Seras sempre a minha pátria, Mompracem...

Tendo sido convidado pela Maria João, para escrever no ” Cons(c)elho” sobre cultura, decidi falar sobre livros de aventuras (tentando assim corrigir uma grande injustiça). Mais que populares estes livros (geralmente lidos na adolescência e na juventude), são marcantes para o resto da vida (afinal quantos homens de 50 anos ainda guardam carinhosamente os seus livros de Emilio Salgari, ou a sua colecção de Tintin). Não pretendo com este texto fazer uma dissertação profunda e generalizada sobre o tema (até por nunca os ter estudado profundamente); pretendo antes falar um pouco sobre os que mais me marcaram.



Fala-se em livros de aventuras e fala-se em Emilio Salgari; fala-se em Salgari e fala-se em Sandokan, o Tigre da Malásia. Foi dos primeiros livros que li, e através dele conheci o oriente longínquo: Não o oriente real da pobreza, da miséria, da doença, da fome, mas o Oriente lendário misterioso, opulento e excessivo. Com Sandokan e com o seu irmão de armas ,Eanes de Gomera (um português com um apurado sentido de ironia) lutei contra a opressão colonial do império britânico, percorri as ruas de Calcutá, embrenhei-me nas selvas malaias e naveguei no longínquo mar da Ásia a bordo dos paraus de Tigre da Malásia.



Mais tarde embrenhei-me em Dumas, principalmente na sua obra prima, os três mosqueteiros. Ao serviço do rei, percorri á desfilada as estradas de França, tentei impedir o assassinato de Buckingam e combati por honra (e acima de tudo por proveito), contra os inimigos do trono e do altar. Através dos olhos de d’Artagnan (uma espécie de Ulisses da idade moderna), vi a sociedade como só um homem com um grande sentido de humor a pode ver. Conheci os grandes do mundo; aqueles que com uma ordem apenas decidem o destino de povos e nações: os Richelieus, os Buckingams, as Anas d’Austria. Mas também conheci os pequenos, a carne para canhão: os Planchets, as Bonancieux, e os próprios 3 mosqueteiros, Atos, Portos e Aramis.


Muito mais tarde (por estranho que pareça), comecei a aventurar-me em alguns romances gráficos. Estes tiveram o seu apogeu na década de 70: o mundo tinha perdido as suas ilusões romanescas sobre a nobreza da guerra e dos guerreiros, ao ver as imagens transmitidas em directo do Vietname. Logo o personagem principal já não é um herói; é o contrário: é um anti-heroi, um renegado, um pária da sociedade, com a qual pouco se identifica. Não é admirado pelos que o cercam, sendo muito pelo contrário desprezado ou odiado. Altamente individualista raramente serve apenas uma causa, e se a serve deve-se a motivos muito próprios.

Dos romances gráficos que li, os que mais marcaram, (pela sua complexidade e pelo seu estilo um pouco "noir") foram Corto Maltese e Blueberry.




O primeiro retrata a história dum marinheiro sem pátria: filho de uma prostituta cigana, e de um marinheiro inglês, cresce no bairro judeu de Córdova, não assumindo assim uma única identidade cultural. Enquanto novo, uma vidente revela-lhe que a sua mão não tem a linha da vida. Corto reage a esta situação cravando-a com uma navalha, , tornando-se assim para sempre, único senhor do seu destino.
Ao lado de Corto Maltese, e de Rasputine (não confundir com o místico russo) , observei as grandes nações a degladiarem-se nos campos da Flandres, assisti ao principio do fim da sociedade aristocrática, com a derrota e morte de Manfred Von Richthofen (o barão vermelho), o seu ultimo campeão. Vi também mais tarde o nascimento de uma nova e mais terrível sociedade, na tundra siberiana, durante a guerra civil russa. Isto tudo e muito mais, vi na primeira pessoa. Mas em nada interferi, a (quase) todas as lutas e combates fui indiferente; não tomei partido. Conheci também pessoas fascinantes: frios senhores da guerra, sensuais (e não menos frias) condessas russas, lideres de sociedades secretas, revolucionários, espias, prostitutas, ciganos, homens santos. Todos eles cumprimentei com um sorriso de desprezo nos lábios. Vi-os no apogeu da sua vida; no auge da sua importância; e vi-os também na hora da sua morte, quando o destino indiferente à classe, educação, riqueza, ou ideais políticos, lhes veio cobrar a sua divida.



Termino falando do Tenente Blueberry ( Mike Donovan ), através do qual conheci o velho oeste americano. A sua história começa pouco após o fim da guerra civil americana: vemo-lo pela primeira vez em “Junta Junction”, de facto branco inconsciente devido ao efeito do álcool, caído numa pocilga. Nessa imagem está toda a história do personagem: o cavalheiro sulista (que se alistou no exercito unionista), o soldado incapaz de se adaptar á vida em paz, o magnifico guerreiro que atravessou a Guerra Civil como se esta fosse uma pista de obstáculos, arrasado pelo que sente e que não pode partilhar, pela morte e destruição que provocou. Do outrora orgulhoso aristocrata georgiano só sobra o velho fato. O resto, pai, bens, amor, foi destruído pela guerra.
Enquanto serve na ultima fronteira Blueberry opta muitas vezes por auxiliar os índios (o que acabará por levar á sua expulsão do exercito), tornando-o assim duplamente renegado. A partir daí Blueberry levará a vida dum pistoleiro e jogador errante, tornando-se em grande medida num herói trágico: sabe que tem os dias contados, que a chegada da civilização ditará o seu fim. Por isso desloca-se sempre para oeste tentando fugir de todos os seus símbolos (o comboio, o juiz, o homem de negócios, a lei) tentando assim adiar o inevitável.


Muitos livros ficaram por falar: o corsário negro, o ultimo moicano, Ivanhoe, O Bobo, a flecha negra, Miguel Strogoff etc. A grande questão é: porque são estes livros tão marcantes, para tantas pessoas? Talvez porque através deles viaja-mos e conheçamos os quatro cantos do espaço e do tempo: Conhecemos o ocidente e o oriente, as selvas e as montanhas, o oceano e o deserto. Não como foram na realidade, mas como deveriam ter sido. Como foram apenas e só na mente dos homens, ou seja na lenda. Ou talvez porque nós, que nos preparamos para ter um qualquer emprego conformista de colarinho branco, ainda tenhamos um pequeno recanto do subconsciente, que quer gritar desesperadamente, “EU NÃO VOU POR AÍ!!”. Talvez queiramos como os heróis recusar o obvio, a conformidade, a igualdade, e tentar contra todas as adversidades , lançarmo-nos na busca pelo “El Dorado”, pelo Shangri-La , pelo Xanadu, pelo Éden perdido no principio dos tempos… Ou talvez não. Talvez só esteja a dizer disparates… O que interessa é que se tratam de bons livros, não devendo por isso ser desprezados; antes lidos na altura apropriada.


P.S.: Tambem publicado no jornal da jp-porto

O porta-aviões da rotunda da Boavista

JCD no Blasfemias, fala-nos daquele maravilhoso "porta-aviões", que os nossos bolsos fizeram aportar ali na rotunda da Boavista:

"As contas da Casa da Música do Contribuinte estão hoje no Público. São excelentes. A Casa deu lucro, em 2008. Os proveitos estão em alta. A saber:cm

Vendas de Mercadorias: 9 mil euros.
Prestação de Serviços: 914 mil euros.
Proveitos Suplementares: 1,7 milhões de euros.
Subsídios: 13,6 milhões de euros.

Parabéns à magnífica equipa gestora. Note-se que os lucros foram conseguidos apesar de estarem a amortizar loucamente 700 mil euros do edifício que custou 100 milhões, o que significa que ao fim de uns breves 150 anos, apenas, já está tudo amortizado.

No relatório, chamam aos clientes dos espectáculos ‘utentes’, o que é muito agradável. O esplendoroso espírito de repartição pública atinge numa só palavra o seu máximo esplendor.

PS: Dizem lá que os subsídios representam 48,21 € por cada ‘utente’. Coisa pouca, para um país em que o problema do défice já é uma coisa do passado. A Casa é tal qual um hospital. O que o ‘utente’ paga pelos bilhetes para alguns espectáculos não é nada mais que uma simples taxa moderadora."

Daniel Oliveira a ter uma apoplexia...

Oh Dani, vê com quem é que Cristo está:

quarta-feira, 1 de abril de 2009

É dia das mentiras sempre que José Sócrates quiser




Uma iniciativa da Juventude Popular a propósito deste dia que já não tem nada de especial.