quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

5 minutos de fama!

Quer José Paulo de Carvalho, quer Luis Mota Campos, sobre a debandada que vai no CDS/PP, parecem querer demonstrar o que os move na política. Convocar uma conferência de imprensa para anunciar a entrega dos seus cartões de militante é, além de infantil, de uma mesquinhez gritante. Se a estratégia passava por beliscar a imagem de Paulo Portas, então, foi muito mal pensada e, diga-se, pouco inteligente. No fundo, o grande prejudicado com todo este folclore é um, somente um, ou seja, o CDS/PP. É o Partido que vai pagar os erros de Militantes que dão preferência à “praça pública” em detrimento dos órgãos competentes. É tão evidente que custa perceber como há quem não compreenda isto.Mesmo eu, que sempre fui, e continuo a ser, contra as Directas, não ponho em causa o resultado extraordinário (95%) de Paulo Portas. Argumentar que estamos perante algo que se assemelha a uma votação Norte – Coreana é, além de falso, pouco sério e, atrevo-me a dizer, irresponsável. Em bom rigor, JPC e LMC sabem que Paulo Portas é intelectualmente mais forte. Daí terem optado pelo ataque pessoal. E é exactamente neste ponto que falham. Não concordar com o Líder do Partido (ou a sua equipa) parece-me uma situação normal, principalmente no CDS (que abrange várias tendências). Agora, é por e para isso que existem Conselhos Nacionais e Congressos Nacionais. São o palco para os Militantes discordarem e exporem os seus pensamentos. Não é preciso berrar, nem, muito menos, montar um circo (de 5ª categoria, por sinal) para dizer umas quantas atrocidades. É lamentável que no meio de todo este cenário estejam presentes pessoas que assumem, ou assumiram, altos cargos da Nação – a estas é exigível muito mais responsabilidade. Com a agravante que JPC ao não abandonar a bancada parlamentar está, novamente, a prejudicar o CDS. E, mais uma vez, a meu ver, demonstra ser pouco inteligente a nível de estratégia politica. No fundo, a imagem que fica na opinião pública é que JPC é um “agarrado à cadeira”. Mas, quanto a isso, é um problema que só ele (e a sua consciência, já agora) pode resolver.

É triste, aliás, muito triste, quando vemos Militantes de saída, até porque a quantidade não abunda. Contudo, a meu ver, não é menos verdade que só faz falta quem cá está.

9 comentários:

James Aurens disse...

Claro que é triste, mas....
por outro lado acho que o CDS não fica a perder com a saida daquela pandilha...bem pelo contrario
Curioso mal se desfiliam pedem ao fundador do partido da andorinha para se juntar a eles num grupo de reflexão.
Já sabemos como a historia vai acabar....

José Miguel Guimarães disse...

Não concordo com a célebre frase (que eu ouço cada vez que um militante do CDS-PP se desfilia) "só faz falta quem cá está".

Concordo, no entanto, com o resto do post do André. É simplesmente ridícula esta atitude, quando ainda para mais ninguém teve coragem para se candidatar contra o Dr. Paulo Portas. Se não concordam com o "rumo" que o Partido está a tomar digam-no em sede própria. E, de preferência, apresentando um alternativa. Agora este triste espectáculo é que não é bom para ninguém: os senhores passam por bébés chorões, e o próprio CDS-PP fica com uma valente "CRISE INTERNA" estampada na cara, em vésperas de eleições.

Mas não deixa de ser curioso que, o Sr. José Paulo de Carvalho não deixe cair o seu mandato como Deputado na AR...enfim, vão se agarrando ao tacho que podem....

André Barbosa disse...

"Só faz falta quem cá está" é no sentido de aproveitar quem está, e quer estar, activo. Ou seja, ter militantes como, por exemplo, LMC que sempre (felizmente são poucas as vezes)que aparece ou é para atacar pessoalmente Paulo Portas ou, em alternativa, anunciar o fim do CDS. Portanto, militantes assim, a meu ver, não fazem grande falta.

Tens razão quando dizes "ainda para mais ninguém teve coragem para se candidatar contra o Dr. Paulo Portas". Nem mais! A derrota, sejamos sérios, era certa. Mas, pelo menos, perdiam de cabeça levantada e saíam como militantes que, não concordando com o rumo do Partido, deram a cara, apresentaram ideias e, acima de tudo, apresentaram-se como alternativa.

Rodrigo Lobo d'Ávila disse...

Caro André,
Estás a confundir siglas: embora o nosso amigo do abrupto esteja sempre metido em polémicas, acho que nesta em particular, não está.
Quanto á atitude de José Paulo Carvalho (JPC n JPP) e dos outros senhores, também não acho piada. Principalmente devido ao facto de JPC, resolver saír do partido mas manter o lugar de deputado. Acho isso absolutamente ridículo e de uma hipocrisia a toda a prova. A maneira de resolver isto é simplesmente uma: círculos uninominais, círculos uninominais, círculos uninominais!!
Contudo, não vou tirar conclusões precipitadas e dizer de princípio que a culpa é toda deles. Nem vou deitar-me a adivinhar os motivos deles: nem políticos nem psicológicos. Não faço a mínima ideia se a razão da saída deles, se deve á inveja que tem de Portas. Nem sei se deve unicamente a motivos mesquinhos e pessoais. Não vou andar a fazer juízos de valor sobre o que vai no subconsciente das pessoas. Acho pelo contrário que o partido deve tentar perceber o que leva a que tanta gente, que entra em divergência com uma das direcções, acabe por saír. E quando falo do partido não falo da direcção nacional apenas. Falo também do partido como um todo, como uma sociedade. Deve haver uma reflexão profunda sobre isto: afinal nem todos os divergentes devem ser meninos mimados, nem as direcções nacionais são todas autocráticas. A resposta deve ser mais complexa.
Quando á comparação ás eleições norte coreanas, acho que essa comparação se deve, á ausência de candidato adversário. Isso sim, muito mau sinal, e muito mau para o partido.
Mais uma vez isto deve-se a quê? Á suprema inteligência de Portas, ou ás suas estratégias politicas? Ou será que se deve a uma cultura instalada (esta é a minha opinião), no partido e em Portugal, que dá preferência a estar do lado do poder, do que a opor-se a este? Caso seja esta ultima não será ela penosa a longo prazo para o partido? Mesmo para a própria sociedade portuguesa?
Isto é que deve ser pensado e debatido sem partir de conceitos pré-establecidos. Quanto ao debate apenas ter que ser apenas e só, nos hemiciclos dos conselhos nacionais e dos Congressos também discordo. Já não estamos na república romana em que o debate era apenas feito na cúria do senado. Hoje a politica é demasiado vasta para se resumir apenas e só aos 2 ou 3 dias que duram um congresso ou um CN. Por isso é que há outras cúrias: os jornais, a tv, a rádio, os blogs etc. Contudo o debate não deve ser feito, estando os dois lados de pé-atrás , “dizendo só nós é que temos razão”. Para isso mais vale irmos beber uns copos.

André Barbosa disse...

1. Quanto às siglas, já foram devidamente corrigidas. Mas, apesar do erro, acho que era perfeitamente perceptivel. Peço desculpa aos visados;

2. Os motivos para o afastamento de JPC e LMC não são suposições minhas, mas sim, como poderás constatar, afirmações dos proprios à comunicação social;

3. Relativamente às eleições - à Coreia do Norte - a critica partiu do tal grupo de 100 militantes que pretende entregar os cartões. Sim, os mesmos que não se apresentaram como alternativa. Se é mau para o Partido? Eventualmente. Agora, quem tem coragem para afirmar tal "bomba", também, por coerência de ideias, devia apresentar uma candidatura. É a minha visão.

4. Nada contra que o debate de ideias seja feito em blogs, ou algo do genero. Debater posições nunca fez mal a ninguém...

Rodrigo Lobo d'Ávila disse...

"Em bom rigor, JPC e LMC sabem que Paulo Portas é intelectualmente mais forte. Daí terem optado pelo ataque pessoal. "

Eu não vi a conferencia de imprensa. No entanto, duvido k os senhores tenham dito "nos vamos embora pork o Paulo é mais esperto k nos..."

André Barbosa disse...

Isso é uma opinião pessoal. Acredito que PP é intelectualmente mais forte que JPC e LMC. Aliás, todo este circo criado só me vem dar razão. Nada tem que ver com a conferência (pelo menos directamente).

Sejamos racionais:
É normal alguém andar em bicos de pés a pregar a moral e os bons costumes e depois não os aplicar?

É normal um deputado entregar o seu cartão de militante (quando foi eleito pelo partido) e não abdicar do seu lugar?

É responsavel um deputado criar um mau estar no seio de um Grupo Parlamentar só porque não concorda com o lider do Partido e respectiva equipa? É previsivel que nas proximas sessões, na AR, Sócrates ironize com toda esta situação.

Militantes que ainda há 2 anos eram institucionalistas convictos e respeitadores dos Estatutos, agora são os primeiros a não cumprirem. Isto é normal?

Rodrigo Lobo d'Ávila disse...

"É normal alguém andar em bicos de pés a pregar a moral e os bons costumes e depois não os aplicar?" De que moral e bons costumes estás a falar?
Quanto á atitude do deputado, já disse a minha opinião. Concordo inteiramente contigo. Contudo, vou presumir a "inocencia" de todos os outros até provado o contrário.

André Barbosa disse...

Lês o post novamente e tiras as tuas conclusões!