«O número de portugueses que consumiu drogas alguma vez na vida aumentou de 7,8 para 12 por centro entre 2001 e 2007. A droga que prevalece, segundo os dados hoje apresentados pelo presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), é a cannabis. Mas o consumo continuado destas substâncias decaiu na generalidade.»
Ao ler [toda] esta notícia não pude deixar de ficar impressionado ao verificar que o IDT comete o pecado capital da generalidade das pessoas no que à droga diz respeito. É que dizer que a cannabis é a droga mais consumida em Portugal é esquecer-se que o tabaco e o álcool também são drogas, qualquer um deles com índices de consumo bem mais elevados.
Para além disso, partindo do pressuposto que o tráfico de drogas existe para dar uma resposta directamente proporcional ao seu consumo, não será difícil de supor que a droga mais traficada é a cannabis e que uma boa parte dos 75 milhões de euros que o Estado gasta anualmente no combate ao tráfico seja no combate a este tipo de droga. Uma vez que a cannabis apresenta efeitos prejudiciais no consumidor semelhantes aos do tabaco e, potencialmente, mais baixos que o álcool, a conclusão que se tira é a de que o Estado anda a roubar os contribuintes – no dinheiro e na liberdade.
[no Público]
Ao ler [toda] esta notícia não pude deixar de ficar impressionado ao verificar que o IDT comete o pecado capital da generalidade das pessoas no que à droga diz respeito. É que dizer que a cannabis é a droga mais consumida em Portugal é esquecer-se que o tabaco e o álcool também são drogas, qualquer um deles com índices de consumo bem mais elevados.
Para além disso, partindo do pressuposto que o tráfico de drogas existe para dar uma resposta directamente proporcional ao seu consumo, não será difícil de supor que a droga mais traficada é a cannabis e que uma boa parte dos 75 milhões de euros que o Estado gasta anualmente no combate ao tráfico seja no combate a este tipo de droga. Uma vez que a cannabis apresenta efeitos prejudiciais no consumidor semelhantes aos do tabaco e, potencialmente, mais baixos que o álcool, a conclusão que se tira é a de que o Estado anda a roubar os contribuintes – no dinheiro e na liberdade.
2 comentários:
Gostaria de saber em que é que se baseia para dizer que a cannabis é tão prejudicial para a saúde como o tabaco... Sempre foi do meu conhecimento, que a cannabis tem, no sistema cardio-respiratório, efeitos tão ou mais graves do que o tabaco; Isto para não falar dos efeitos psicológicos, especialmente a longo praso;
De resto, gostaria que informasse, do dinheiro que é gasto no combate ao tráfico e contrabando de estupefacientes na Holanda, país em que as drogas leves estão legalizadas; Se calhar iria ter uma bela surpresa...
O facto de o consumo ter aumentado drásticamente de 2001 para 2008, só revela a total ineficiência do IDT, cujo desempenho chega a ser contraproducente!
"Gostaria de saber em que é que se baseia para dizer que a cannabis é tão prejudicial para a saúde como o tabaco..."
Baseio-me neste relatório (ver quadros comparativos nas págs. 1050 e 1051).
"De resto, gostaria que informasse, do dinheiro que é gasto no combate ao tráfico e contrabando de estupefacientes na Holanda, país em que as drogas leves estão legalizadas"
Não lhe sei dizer exactamente. Nem eu nem o último relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência que, ainda assim, estima que Portugal tem gastos 25% superiores aos da média comunitária com o combate à droga.
O que interessa é que, por muito mal que faça, os danos da cannabis situam-se essencialmente na esfera pessoal. Com que direito se proíbe as pessoas de fazerem coisas que só os prejudicam a eles?
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