Rodrigo Adão da Fonseca no insurgente:
Obama tem o enorme mérito de ser o primeiro presidente da América que o mundo acolheu afectivamente como seu líder, liderança essa exaustivamente ratificada por sondagens globais que lhe dão uma expressiva “maioria absoluta”. Obama submeteu-se a um verdadeiro “sufrágio universal”. Por exemplo, em Portugal, Obama recolhe um prestígio e unanimidade que não estão ao alcance sequer de Cavaco ou Sócrates, por cá os mais populares. Sarkozy, Barroso, Brown, Merkel ou Zapatero vão ter de “comer muita fruta” para conseguir ombrear com Obama, e fugir dos seus ditames políticos; mesmo Chavez, Lula, ou Castro vão ter dificuldades em afrontar este político de palavras suaves e reconhecimento global: acreditar que Obama vai usar o seu prestígio caindo no multilateralismo é próprio de quem não percebe os mecanismos do Poder. A partir de Janeiro, o mundo vai conhecer, certamente, uma nova forma de unilateralismo, fértil em palavras simpáticas, sofisticação e glamour, transportado e legitimado pelos encantados media globais, no fundo, as grandes armas que Obama usou para se impor, pela força, a um planeta que se ajoelha perante o novo Messias. Obama não vai desiludir os seus eleitores globais; vai governá-los, como aliás os povos do mundo esperam, condicionando fatalmente os políticos que, sendo mais fracos, vão ter de ir beber da sua luz para sobreviver.
Depois de falhar pelo poder das armas, os EUA apostam no poder dos media. Os próximos tempos vão ser, como sempre foram, muito interessantes.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
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