sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dissertações várias.

Tudo fala da crise, tudo escreve sobre o tema onde, na maioria das vezes não percebe rigorosamente nada do que se trata. No entanto, desde que empregue conceitos como Wall Street, Dow Jones, PSI-20, enfim, digamos que, pelo menos o tique de entendido passa e, afinal, numa sociedade mediática, de sound-bites é isso que convém - Não importa não ser, é suficiente parecer.
E, no meio de tudo isto, muitos escrevem, quase todos se atropelando para ver quem escreve mais (e melhor) sobre a temática numa lógica de exaustão e repetição para "ver se cola (finalmente!)".
Curioso ou não, e, desmentindo todas as convenções da lógica, desatam aos berros os liberais radicais, os liberais retrogrados, os liberais não sei o quê, enfim, tudo quanto há grita, berra, numa ânsia em defender o um liberalismo descontrolado, numa ânsia em ser o primeiro a "revelar" a solução para a crise, ou, para se auto-promover mostrando uma atitude supostamente moderna e sofisticada.
Contudo, os mais perigosos de todos são os liberais religiosamente/fanaticamente liberais, os liberais (como alguém disse em matéria de socialismo) "beatinhos" (muitos deles também "betinhos"), os quais terroristicamente tentam convencer tudo e todos que a solução para a crise está nas suas propostas, um tanto ao quanto wild.
Em suma, uma disfarçada nouvelle vague.
Ironicamente escrito, serve tal para mostrar de que a resposta da direita, (onde se incluí claro, a portuguesa) deve ser a seguinte: deve a direita defender em absoluto sim a economia de mercado mas, uma economia de mercado responsável, regulada o suficiente e, não indiferente às questões sociais. A política é das e serve para todas as pessoas, a política não pode ser uma tábula rasa indiferente à pobreza (que, em Portugal atinge cerca de 20% da população nacional - 2 milhões de seres humanos) e à fome no mundo.
A política deve ter na sua base ideais, devendo estas ser necessariamente praticavéis, caso contrário ou tornar-se-ão comunistas (na forma de o ser, hoje em dia), ou, um dia encontrar-se-ão todos aqueles que se podem dar ao luxo de dissertarem livremente sobre tudo aquilo que quiserem, numa qualquer sala virtual ou física em processos de "masturbação intelectual" sem consequências/conclusões práticas.
Como afirma Pacheco Pereira numa das suas crónicas semanais, já quase não existem seres livremente pensantes no sistema político-partidário português mas, o reduto que ainda persiste metaforiza um "harém" no deserto da política actual.

Oh Yeah!!!

Agora em Portugal


Uma Polícia com nível




a Polícia Italiana recebeu esta semana os novos Lamborghini Gallardo com que vão patrulhar as estradas à volta de Roma. Estes vem substituir os anteriores que já tinham aproximadamente 150 mil Km. Só 20 polícias é que vão ter as "habilitações" necessárias para guiar estas bombas. Até a sirene foi aerodinamicamente optimizada para não "incomodar" a estabilidade do carro a 300km/h. Os adeptos dos cavallino rampante e da casa de Sant'Agata Bolognese que se cuidem... Eu assim não me importo de ser apanhado!

Disparates


Não é que aprecie de todo o General Loureiro dos Santos, mas as suas declarações juntamente com as de outras altas patentes das FA preocupam-me largamente.
O general Loureiro dos Santos chamou à atenção para o desespero que se está a apoderar de alguns militares e alertou para a possibilidade de algumas atitudes que podem pôr em causa a democracia portuguesa. Como é óbvio a vergonhosa associação de Sargentos confirmou os alertas.
«Há militares jovens que também já se aperceberam das injustiças a que a instituição e eles próprios estão a ser sujeitos em comparação com as profissões que são consideradas como equivalentes às profissões militares...Essa gente pode fazer alguns disparates, mas que poderão ter uma certa repercussão pública não só nacional, mas até internacional e portanto ter também efeitos muito negativos para a nossa democracia avançada e madura».
Não consigo conceber como é que um anterior CEMGFA atira para o ar declarações tão irreflectidas como estas e depois se recusa a dar mais explicações sobre o assunto. Não é de todo agradável a ideia de ter por ai "militares jovens" a fazer disparates...

Bela confusão...


Estou confuso com esta história dos nacionalistas. Dizem que são contra a homossexualidade e na Áustria é vê-los enrolarem-se uns com os outros. Também dizem que são contra a imigração e a prostituição e este artista vai preso por albergar umas quantas imigrantes, ainda por cima ilegais, que explora como modo de vida.

Também deve ser preso político como o outro...

Leopardo das Neves


Foto tirada por Steve Winter, que ganhou o prémio "Wildlife Photographer of the Year 2008". Não consigo deixar de ficar maravilhado com a majestade serena, presente nesta imagem.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Há dois tipos de linhas? Claro que há...

São as eleições, pois...

Ainda sobre isto e isto, recomendo a leitura de este e mais este post do Carlos Guimarães Pinto, no Insurgente. Apesar de ser militante do CDS/PP, não concordo, de todo, com o aumento do salário minimo, aliás, não acredito que faça sentido a existência do S.M.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

É o modelo nórdico, estúpido!

Os paladinos do Modelo Nórdico, atendendo à proposta do Conselho Nacional de Educação (CNE), por esta altura, devem estar eufóricos. O CNE vai propor ao Governo o fim das reprovações até ao 9º ano. A argumentação de tal medida reside no exemplo finlandês, ou seja, o País em que os Alunos têm o melhor desempenho do Mundo – será porque ninguém reprova durante a escolaridade obrigatória? Suspeito que sim.
Advogam os Conselheiros, entre outras coisas, do mesmo calibre, que “há alunos que acumulam insucessos em anos educativos, ficando desenquadrados nas turmas em que são colocados e, em muitos casos, não encontrando alternativas, a não ser o abandono”. De facto, é uma tragédia. O malvado do Sistema que os obriga a estudar e a atingir mínimos para passar o ano! Fascistas! Fascistas! Vão ainda mais longe quando soltam esta pérola “A repetição (do ano) atira a responsabilidade da não aprendizagem para o aluno e sua família”. Este raciocínio “A culpa do chumbo não é do aluno, mas sim, do sistema”, é, no mínimo, brilhante. Querer chumbar alguém, cuja tarefa é estudar, por ser incompetente é escabroso. Só por cá! Fascistas! Fascistas!

O que vai acontecer, obviamente, caso a medida seja adoptada:
Professora: Zezinho! Tiraste negativa no teste de Português.
Zezinho: Não tem mal Sra. Professora!
Professora: Mas, não estudaste?
Zezinho: Não. Fiquei a jogar Playstation, com o meu irmão.
Professora: Olha que ainda reprovas o ano!
Zezinho: Não se preocupe Sra. Professora, os Socialistas não deixam.

Eu não gosto de pagar Impostos, mas não é por deixar de ir às repartições de finanças que os deixo de pagar. O mesmo se deve aplicar aos alunos, isto é, também gostava que todos tivessem aproveitamento, mas a solução não pode, nem deve, ser por decreto. Muito menos, apostar numa politica de desresponsabilização de todos os intervenientes, sejam eles, Alunos, Pais, Professores.

Se o objectivo é melhorar as estatísticas, muito bem, estão na direcção certa. Agora, se realmente querem melhorar o Ensino, não será melhor apostarem na aprendizagem e no cultivo do mérito e da competência?

Nota: Sim, faço parte do Clube que gosta de competência e promove o mérito! É com orgulho que sigo esta “manada” :)
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Alucinante- Cântico Negro de José Régio

Estranho? Nem por isso...

«O ensino privado domina os lugares cimeiros do ranking. Entre as 30 melhores, apenas oito escolas são públicas (eram 13 em 2007). A melhor escola pública, a Secundária Infanta D. Maria, de Coimbra, desceu de 5º para 14º lugar, em relação ao ano passado.»

Enquanto não se derem às escolas públicas os meios para competir de igual para igual com as privadas, a tendência dos rankings será esta. Ou os resultados dos critérios de distribuição de alunos e professores usados pelo Ministério da Educação se conjugam de tal maneira que permitam a cada escola ter os professores e os alunos certos, ou boa parte dessa possibilidade cai por terra. Bom (e mais fácil) seria dar ao sistema público aquilo que ele de que ele carece em relação ao privado: liberdade de escolha para escolas e alunos.

A propósito, ouvi há pouco um professor do Colégio São João de Brito que, comentando os resultados, dizia que o problema da escola pública é estar demasiado dependente da 5 de Outubro. Como se tal não bastasse, o mesmo professor, que dizia já ter trabalhado numa escola pública, acrescentou que essas escolas funcionam como se não tivessem dono, porque não sentiam que tivessem um. Ninguém que se preocupe realmente. E uma vez que, como dizia Friedman*, “ninguém cuida da propriedade alheia melhor do que cuida da sua”…


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*Sim, eu sou adepto do Friedman Futebol Clube... :)

Ridiculus????





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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Regresso de Keynes



Hoje Teresa de Sousa no Publico, juntou-se um coro de vozes cada vez mais crescente, que defende que esta crise financeira, marca o regresso de Keynes.
É verdade, que Keynes é um dos grandes génios da economia, estando provavelmente a par de Adam Smith. É verdade as sua teoria económica, ajudou a recuperar o mundo da grande depressão. No entanto devemos pensar um pouco antes de nos atirarmos para os braços das politicas Keynesianas. Por um lado porque o Barão Keynes foi usado (injustamente diga-se) como desculpa para cometer algumas das maiores barbaridades da história económica: em Portugal temos o perfeito exemplo disso, no aumento do volume do estado e na construção de grandes obras publicas que ocorreu na década de 80 e 90. Tudo isto foi feito utilizando a bandeira de Keynes, ignorando-se no entanto duas grandes premissas do grande economista:

1º) A intervenção do estado na economia deve funcionar de forma anticiclica, devendo-se por isso o estado retirar-se da economia em épocas de prosperidade económica. Só desta forma poderá ter margem de manobra para actuar em épocas de crise.

2º) O volume do estado não deve ultrapassar 1/3 do PIB (no caso português é á volta de 50% do PIB).

Por outro lado também temos que ter em conta contexto histórico e político no qual surge o Keinesianismo, ou seja na década de 20 e 30. Numa época em que o proteccionismo era a regra, poder-se-ia relançar a economia dum país, fomentando a procura, que por sua vez levaria ao aumento da produtividade. No entanto, não faz sentido aplicar esta doutrina na época da globalização, dado que a facilidade para ocorrência de trocas comercias, permitiria que a procura gerasse pura e simplesmente um aumento das importações, e não necessariamente um aumento da produtividade.
Pode se ainda a argumentar, que o aumento do proteccionismo, por parte dos estados, no pos-guerra levou a diminuição da interdependência dos mesmos, provocando um aumento do isolacionismo, que em muito contribui-o para II Guerra Mundial.
Concluindo, se quiserem o Keinesianismo de volta, tem que comprar o pacote todo ( isto inclui o aumento do isolacionismo dos estados) . Eu por mim (embora tenha muita consideração por John Maynard Keynes) continuo leal a Milton Friedman, porque muito simplesmente o comercio livre contribui mais para a paz e estabilidade mundial, do que ONUs, UEs e diálogos ecuménicos, todos juntos.

Socialismo beato

A expressão é de Henrique Raposo que chama socialismo beato à democracia cristã. Concordo. Isto, somado às reacções perante a actual crise financeira, lembra-me mais uma vez que não há, de facto, partidos que apresentem soluções verdadeiramente à direita, nas diversas áreas, em Portugal. Tem razão Jerónimo de Sousa quando diz que por vezes o PS apresenta propostas mais à direita do que as dos partidos ditos da direita. Mas, ao contrário do que ele pretende dizer, tal não acontece porque o PS tenha atravessado a linha divisória das geometrias políticas, mas porque o PSD e o CDS estão longe de ter uma postura consistente nesse campo. Como o mesmo Henrique Raposo disse há uns tempos, em Portugal existe a esquerda totalitária (PCP), a esquerda circense (BE), a esquerda socialista (PS), a esquerda social-democrata (PSD) e a esquerda beata (CDS). No fundo, ninguém ousa questionar a obesidade do Estado e a sua omnipresença opressora da liberdade individual. Estará tudo à espera que ele rebente?

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Gostava de ter escrito isto...

Como aumentar o desemprego?

Sócrates, em tom eleitoralista, quando adianta "que o governo vai propor um aumento de 5,6 por cento para o salário mínimo nacional, que chegará aos 450 euros" desconhe - como tantas outras matérias - que este aumento, na actual conjuntura de crise económica, acarreta desemprego.
É, de facto, uma excelente medida para aumentar o desemprego e incentivar as insolvências.
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Guia de Arquitectura Porto e Noorte...0.3

Um mercado de uma equipa de arquitectos onde se inclui Morais Soares, o atelier ARS que fez inúmeras grandes obras pelo Norte do Pais, um edifício de habitação e comércio na Avenida que começava a ser a via mais cosmopolita da cidade de um arquitecto que comemora este mês o seu centenário, a figura de Arménio Losa e um frigorífico de Pescado que engloba mais que a sua função de armazém mas também a de habitação e escritórios.



09- Mercado Municipal de Matosinhos - Matosinhos / Matosinhos Market / ARS 1936- 1946

08- Cooperativa Pinheiro Manso - Av Boavista - Porto / Pinheiro Manso Building / Arménio Losa 1935

07- Armazéns Frigoríficos de Massarelos -Porto / Massarelos Fish storage / Januário Godinho 1934
Também publicado em http://fdeprumo.blogspot.com/

sábado, 25 de outubro de 2008

Destinos de sonho

Para quem gosta de viagens, hoje é dia de aconselhar duas. Um destino nacional e outro internacional. Braga e China, pois claro!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sobre as directas...

A propósito das directas volto a publicar um texto que já tinha publicado à seis meses:

Venho hoje falar-vos (se é que alguém está disposto a ouvir-me) das directas e dos efeitos que estas tiveram nos partidos da direita portuguesa. Foram aclamadas como o maior avanço da democracia desde tempos imemoriais: acabaria com os “baronatos” dentro dos partidos e daria a possibilidade aos militantes base de escolher o seu líder. Com isto acabaram os congressos como nós os conhecíamos: os congressos em que a disputa da liderança possibilitava a um feroz debate de ideias; os congressos em que um militante base podia intervir, da mesma maneira que intervinham os candidatos á liderança, gerando um empowerment que conferia estrutura e musculo ao partido. Depois das directas, o congresso, passou a tratar-se duma mera formalidade, em que nenhuma ideia surge: uma aclamação do líder, no qual muito pouca gente se afasta da corrente do "Uni-Pensamento".

Desta maneira os partidos ficam mutilados á partida; sem o debate interno que possibilitava a definição do caminho que o partido e o líder deveriam traçar, toda a organização vira-se para o segundo á espera que ele defina toda uma doutrina, ideologia e programa politico. Ora como os líderes partidários não podem fazer consigo mesmo o debate necessário, sob a pena de se tornarem esquizofrénicos, restam-lhes muito poucos caminhos: primeiro renovam ambos a imagem e os símbolos do partido, enquanto vão clamando que a nova imagem representa um partido novo, que esse sim vai ganhar as eleições. A partir daqui há duas opções: no caso do glorioso PPD\PSD, transforma-se o partido numa espécie de Circo Cardinal, e faz-se uma “tour” da carne assado pelo país até 2009; neste caso a oposição feita ao governo limitam-se a acções de circunstância, dando a parecer que o PSD aspira a ser em tudo igual ao PS, excepto na cor. Já o CDS-PP que galopa entusiasticamente para a glória eterna (ao bom e velho estilo da Light Brigade), utiliza uma estratégia ligeiramente diferente: copia quase toda a performance dum partido estrangeiro que esteja na moda (geralmente os Tories), sem se preocuparem se esta é aplicável á realidade nacional, nunca aprofundando demasiado as questões, que esta levante. Deve-se dizer, honra seja feita ao CDS e a Paulo Portas, que a oposição feita por este ao engenheiro Sócrates seja bastante mais credível e eficaz que a dos seus compinchas um pouco mais á esquerda. O único problema é que todos os simpatizantes que CDS ganha na assembleia da república, perde-os na capa do Expresso, ou do Público.
(...)

Ultima hora

Mais uma vez Paulo Portas surpreende e mostra que está em grande forma! De facto, saber fazer (no caso política ao mais alto nível) faz toda a diferença!

De acordo com o calendário eleitoral proposto pela direcção, e que será sujeito a votação em Conselho Nacional no próximo dia 30, dia 6 de Dezembro decorre a eleição directa do líder e a eleição dos delegados ao XXIII Congresso.

Por este calendário, a reunião magna dos democratas-cristãos*, que será electiva e organizativa, como sublinhou Portas, fica marcada para os dias 13 e 14 de Dezembro.




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* Podiam deixar, de uma vez por todas, de nos chamar democratas-cristãos? Será que custa muito dizer CDS ou CDS/PP?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Tipo as SA...


Estes tipos são todos iguais: muitas paradas, muito machões, mas dps: Áustria: sucessor de Joerg Haider confessa que era seu amante

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Do avesso

"A verdadeira lição desta crise é, afinal, civilizacional: viveremos melhor se as grandes escolhas do, até há dias, sacrossanto credo neoliberal – muito Estado nas questões morais e nenhum na economia – forem viradas do avesso. Nenhum mal vem ao mundo se os gays se puderem casar; mas se os Estados e a Europa continuarem a correr atrás do prejuízo, sem coragem para atacar a fundo os especuladores e a louca financiarização em que mergulharam as economias, todos, menos os prevaricadores, ficarão a perder. Infelizmente, voltaremos ao assunto."
Miguel Portas, no SOL, 11 de Outubro de 2008


A minha pergunta é simples: porquê virar do avesso as "grandes escolhas do sacrossanto credo neoliberal"? Porque não aplicá-las, por igual, a todas as dimensões da vida e a todas os domínios da relação do Estado com os cidadãos?

Ou bem que acreditamos no indivíduo, na sua liberdade e no seu livre arbítrio (dentro de regras previamente definidas, como é natural) ou bem que não acreditamos. O discurso liberal não pode gostar de liberdade económica e temer a liberdade social, cultural ou moral. "Virar as coisas do avesso" não resolve nada, ou melhor, apenas nos dará mais do mesmo, e disso já estamos todos cansados!


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Se a moda pega.....

Se a moda pega vamos assistir a Augusto Santos Silva ("Ministro da Informação" do séc. XXI) a pressionar, perdão a "aconselhar" todos os canais de televisão a deixarem de satirizar o " Salvador da Pátria" José Socrates.
Parece-me que a Liberdade de Expressão já teve melhores dias..........

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Até que o Estado os separe

A propósito da promulgação da lei do divórcio por Cavaco Silva, recupero um post que escrevi há meio ano, em vésperas da primeira discussão parlamentar sobre o diploma. Mais importante do que discutir o divórcio (tal como o casamento entre pessoas do mesmo sexo) seria mesmo discutir o casamento civil.

Tempos houve em que nenhum motivo, fosse qual fosse, possuía força suficiente para determinar o fim de um casamento. Felizmente os tempos mudam. Hoje, mais de 30 anos depois da instituição do divórcio em Portugal, o PS prepara-se para fazer aprovar um remake da proposta apresentada há cerca de um ano pelo BE, rejeitada então pela maioria socialista que a rotulou como «divórcio na hora».

Se este tipo de incongruência em tons rosa continua a ser um fenómeno de frequência elevada mas de explicação desconhecida, os contornos da proposta que tem sido noticiada e que será debatida no próximo dia 16 explicam-se de forma relativamente simples: o PS pretende acabar com o divórcio litigioso possibilitando a declaração do fim do casamento de forma unilateral, fazendo uso dos novos instrumentos que a lei disponibilizará para o efeito, nomeadamente o argumento da violação de direitos fundamentais (que poderá abranger as mais diversas situações), num processo totalmente gerido pelos tribunais.

Se, à primeira vista, esta proposta de lei parece vir para revolucionar, na verdade ela representa mais do mesmo. Com efeito, o Estado terá a faca e o queijo nas mãos nas decisões de divórcio e outras questões subjacentes (como a do poder paternal).

Na minha perspectiva, se queriam realmente dar um passo em frente, deveriam atribuir ao Estado um papel meramente instrumental na celebração do contrato de casamento civil (cuja existência considero importante pelo simbolismo social que detém e por permitir o casamento fora do âmbito religioso), fazendo-o imiscuir-se o menos possível na celebração do mesmo, nomeadamente em certos termos nele presentes. Assim, julgo que o momento da celebração do contrato deve ser aproveitado para que as partes (leia-se, os noivos) negociem as cláusulas que dele devam fazer parte, nomeadamente as condições do término do mesmo.

Mais do que a ideia da pura extinção do casamento civil, esta ideia, que não é nova, parece-me a mais acertada para se começar a responder à necessidade de retirar, de forma substancial, o Estado desta relação jurídica, de equilibrar progressivamente os direitos e deveres inerentes ao casamento civil com os das restantes tipologias de vida em comum, e de olhar os nubentes como pessoas livres e responsáveis que são.


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Publicado em 8 de Abril de 2oo8 no Papel, Pedra, Tesoura.

Declinio e queda...



Ás vezes interrogo-me : Porque cai uma sociedade? O que faz ruir, dum momento para o outro ,uma civilização que até aí parecia invencível? Uma invasão destrutiva de um qualquer povo bárbaro? Ou Um grande cataclismo? Uma enorme crise social que provoca uma revolução? Sempre que penso nisso vem-me á memória a imagem dos aristocratas franceses, pouco antes da revolução, a aplaudirem de pé, as “Bodas de Figaro”, quando a esfinge que representa a sua classe é enforcado. Tudo isto em nome das ideias iluministas da moda. Foi assim que caiu a sociedade do “Ancient regime”: com risos e aplausos, dançou alegremente a mazurca até á guilhotina. Isto é ,na minha opinião, a principal razão da queda duma sociedade: a descrença dos seus membros nela própria.
Quando vejo coisas como estas, (que são provocadas pelo medo do islão radical), parece que estou a ver a história a repetir-se. Não é a esfinge da aristocracia, que é enforcada mas antes as pedras basilares da sociedade ocidental: a liberdade de expressão e a importância do indivíduo. Paralelamente a elite ocidental aplaude estas medidas. Não em nome de qualquer ideia passada por Voltaire (este deve estar ás voltas no tumulo), mas antes pela ideia algo esotérica do Multiculturalismo.
Assim caminhamos para o abismo: cantando e dançando em nome do multiculturalismo; duma bondade e compreensão humana que o resto do mundo, islâmico (ou não), autoritário, ditatorial, agressivo e sobretudo muito perigoso não reconhece e despreza. Assim arriscamo-nos a desaparecer como civilização. Assim arriscamo-nos a cair aos pés desse mundo extremamente perigoso. Mas não por causa deste último; o culpado , se ele existe só podemos ser nós: porque muito simplesmente deixamos de acreditar no que fez do Ocidente, o que ele é hoje.

P.S.: Tambem publicado aqui.

A morte do capitalismo

Divórcio ou a lei da falta de amor



O Presidente promulgou a Lei do Divórcio "com recados". Acho mal e discordo profundamente dos “recados”, assim como discordo da técnica legislativa utilizada na nova redacção da Lei (que é má, qualquer que seja a minha ideologia ou o meu credo).

Em nome de uma suposta justiça, o que os senhores deputados conseguiram foi pôr um juiz a julgar a minha falta de afecto, de amor, ou a ruptura definitiva do meu casamento. Como se o afecto (ou tal "gostar") se medisse, se provasse ou fosse sujeito a contraditório em Tribunal. Pois... a verdade é que passou a ser. Já não temos divórcio fundado, apenas, na culpa (e ainda bem) mas temos a falta de amor ou a impossibilidade de vida em comum julgada pelos tribunais.

Se para mim é obvio que eu não posso ser forçada a estar casada com alguém que já não suporto (mas que continua não apenas a suportar-me a mim como a exigir a permanência do vínculo do casamento), já não será assim tão óbvio que tal falta de capacidade de suportar o outro seja julgada pelo tribunal. Talvez fosse mais fácil instituir um regime de "divórcio denúncia" validado pela Conservatória do Registo Civil. Até porque, "it takes two for tango" e se eu não quero estar casada não pode ser o meu cônjuge (o tal que eu já não suporto) a obrigar-me a assim permanecer. Claro que tal conduta gerará responsabilidade civil, nos termos comuns do direito das obrigações, na mesma medida em que a denúncia de um contrato gera, naturalmente, responsabilidade e obrigação de indemnização para a parte que exerce o seu direito.

Esta solução, à luz da lei das obrigações, parecer-me-ia bem mais condizente com a vontade do legislador. Agora, denúncia validada por tribunal nunca vi. Ou bem que temos um caso de resolução (também ela unilateral mas vinculada) ou bem que libertamos o divórcio da culpa e instituímos um regime de livre denúncia ligado à responsabilidade civil. Sistemas mistos, que não são carne nem são peixe, ainda que por motivos diferentes daqueles que o PR menciona, só podem conduzir às mais vis injustiças!

Por último, resta dizer que para além do tal sistema de denúncia do contrato, a lei tem naturalmente que determinar quais os casos em que se admite a resolução fundada da culpa. Caso contrário, e mais uma vez, poderemos entrar no campo da impunidade e da injustiça, uma vez que a culpa é elemento determinante para determinar a responsabilidade civil.

Como se vê, a lei é má e não resolve nada, antes pelo contrário. Enfim, coisas à PS!

Casamento Feliz



«A profunda injustiça da lei emerge igualmente no caso de o casamento ter sido celebrado no regime da comunhão geral de bens, podendo o cônjuge que não provocou o divórcio ser, na partilha, duramente prejudicado em termos patrimoniais»,


«padece de graves deficiências técnico-jurídicas e recorre a conceitos indeterminados que suscitam fundadas dúvidas interpretativas».


«dificultando a sua aplicação pelos tribunais e, pior ainda, aprofundando situações de tensão e conflito na sociedade portuguesa».




Perante tudo isto seria de esperar que o Presidente da República vetasse de novo a Lei do Divórcio mas como num passe de magia o dito para não criar mais embaraços ao amigo Socrátes decidiu que seria melhor promulgar sem ser obrigado.

Os "louvores" que deixa a nova lei são de facto dignos de quem "concorda" com o proposto e já obteve o agradecimento do lider parlamentar do PS que afirma que «uma boa lei do divórcio, que teve uma maioria de aprovação de quase dois terços.É um grande serviço que se faz ao povo português com a feitura, a aprovação e promulgação desta lei»

Estamos perante uma união que tem os seus arrufos mas no final acabam a dançar ao luar!!!.


Guia de Arquitectura Porto e Norte...0.2

As obras seleccionadas hoje, são equipamentos da época Arte Nova/Art Deco, que perduram como ícones na cidade do Porto. Garagens com mais funções que meramente a de armazenar automóveis e uma farmácia concebida como uma obra de escultura.



06- Farmácia Vitália - Praça da Liberdade - Porto / Vitália Pharmacy / Manuel Marques 1932

05- Garagem O comércio do Porto - Praça Filipa de Lencastre - Porto / O comércio do Porto Garage / Rogério de Azevedo 1930



04- Garagem Passos Manuel - Rua Passos Manuel - Porto/ Passos Manuel Garage / Mário Abreu 1930-1938

também publicado em http://fdeprumo.blogspot.com

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Não percam!


A JP Maia realiza no próximo dia 23 de Outubro, pelas 21.00h, um debate sobre Educação no Fórum da Maia, que contará com a presença do Dr. Diogo Feyo (Deputado e Líder Parlamentar do CDS) e da Drª. Alcídia Lopes (Deputada do Partido Socialista). Não percam!

Parabéns

Parabéns a Artur Lima e ao CDS-PP dos Açores pelo histórico resultado nas eleições para a Assembleia Legislativa dos Açores.

UPSS!!!

“É difícil criar 150 mil empregos-diz Vieira da Silva.O ministro do Trabalho e Solidariedade Social, Vieira da Silva, reconheceu que, actualmente, é “difícil” cumprir a promessa feita pelo Governo de criar 150 mil postos de trabalho devido à crise financeira mundial."

domingo, 19 de outubro de 2008

Sermão da Montanha

Sermão do "messias" na montanha:


1Then it came to pass in the Land of Entitlement that the Word became Change and the Change became Hope and the Hope became Change You Can Believe In. 2And The Obamessisah went about all fifty-seven states, teaching at their Caucuses and Primaries, healing malaise among the poor in spirit, and preaching the gospel of Progress. 3Then His fame went throughout all the land; and they came to Him all people who were afflicted with Bush Derangement; and those who were hopenitized; moonbats and troofers; and He wooed them. 4Great multitudes followed Him - from Chicago to Jersey, and beyond the Hills of Beverly.
~

5 And seeing the multitudes, He went up on a mountain and stepped into the floodlights where they had built for Him a temple, and His disciples gathered around Him. Then He opened His mouth and taught them, saying:

6 "Blessed are the poor,
For theirs is the kingdom of State expropriated wealth.

7 Blessed are the jobless,
For the taxpayers shall be their keepers.

8 Blessed are those who lost their homes,
For they shall inherit a bailout.

9 Blessed are those who hunger and thirst for Change™,
For they shall be filled with a great taxpayer-funded feast.

10 Blessed are all who have grievances,
For they shall be compensated through civil rights lawsuits.

11 Blessed are the peace protesters,
For theirs is the Progressive World of Next Tuesday™.

12 Blessed are those one illness away from disaster,
For they shall obtain free health care.
(...)

The No Smoking Orchestra



Kusturica e a no smoking orchestra estarão no pavilhão municipal de Gaia, dia 21 de Novembro ás 22h. Estarei lá!!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Professores obrigados a louvar «Magalhães»

Que pena que é ver os professores a louvarem os beneficios do computador portatil "Magalhães" e por consequência José Socrates.
Gostava de saber quando é que o Ministerio da Educação faz com que os professores louvem e ensinem os feitos e obras de Fernão de Magalhães,Luis de Camões, Vasco da Gama e outras personagens da História e da Cultura Nacional.
Gostava mesmo muito que o Ministerio da Educação assumisse que toda a politica de educação elaborada por este Governo tem o intuito de criar imbecis e criar uma imagem falsa da educação em Portugal perante os parceiros europeus.
Em suma com este Governo ficamos a saber que o "Magalhães" ultrapassa as suas capacidades de ferramenta de ensino para servir tambem de arma de humilhação dos professores.

Bebedeira...

Parece que a injecção de toneladas de capital, (devido ao plano paulson e ao plano europeu)no mercado, teve o mesmo efeito que a ingestão de vários litros de álcool: primeiro uma grande euforia devido á bebedeira, seguido de uma grande ressaca...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

OE chegou atrasado e pela metade*



Se nem na previsão da data e hora de entrega do Orçamento de Estado o Ministro das Finanças acerta, como confiar nas suas previsões económicas???




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* E isto não é piada!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Marx. Esse Cristão.

Rodrigo Moita de Deus no 31 da armada:

Em bom rigor reconheço imensas virtudes ao marxismo. Reconheço o papel social da economia, reconheço a mais valia do trabalho, reconheço a necessidade de redistribuir a riqueza e até reconheço a luta de classes. Se acrescentassemos Cristo à equação, enquanto princípio fundador da igualdade entre os homens, o marxismo seria quase perfeito. Mas acho que chamam ao Marxismo com Cristo Doutrina Social da Igreja.

Inflação


No dia 6 de Outubro o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou que "as pressões inflacionistas diminuíram", sugerindo que poderá haver espaço para uma redução de juros numa altura em que a crise financeira está a afectar a economia da Zona Euro.
Hoje o Instituto Nacional de Estatística avançou com a notícia de que a inflação aumentou 3,1% em Setembro face ao mês anterior. No Reino Unido a inflação sobe ao ritmo mais rápido desde 1997. Na Bélgica, na Alemanha e na Holanda também houve um aumento da inflação...
E agora Sr Trichet?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pérola 0.1

No meio de um blog só de texto aparece uma pérola sobre arquitectura com algumas imagens, um guia para coleccionar e visitar.



Guia Arquitectura Porto e Norte... 0.1


Passo a publicar um guia de obras seleccionadas de arquitectura que merecem uma visita, algumas delas já publicadas e comentadas no blog FIO DE PRUMO http://fdeprumo.blogspot.com...Publicarei 3 obras por semana.


03- Teatro Rivoli - Porto / Rivoli Theatre / Júlio de Brito 1929
Morada : Praça D.Filipa de Lencastre



02- Sanatório Heliantia - Francelos / heliantia sanatorioum / F.Oliveira Ferreira 1926- 1930Morada : Francelos

01- Casa de Serralves - Porto / Serralves house / Marques da Silva 1925 – 1944Morada : Rua de Serralves

Telhados de vidro

Devo dizer, para começo de conversa e em jeito de declaração de interesses que, sendo cristão, não sou filiado em qualquer corrente religiosa. Acresce a isso, o facto de não sofrer de anti-clericalismo ou outro qualquer “anti” em relação ao mundo religioso.

Por estes dias, o bispo de Leiria-Fátima veio dizer que é imperioso “rever os sistemas de remuneração e gratificação dos dirigentes de instituições financeiras” que considerou escandalosos. Numa crítica subliminar ao capitalismo, juntou-se aos seus detractores lembrando que “as coisas têm um preço, mas os homens têm dignidade”.

É interessante verificar, no entanto, que um dos locais em que as todas as coisas têm mesmo preço... é Fátima. Uma pequena localidade que vive, literalmente, à custa da fé dos peregrinos. Onde existe uma área circundante ao santuário repleta de lojas e lojinhas que vendem artigos religiosos a preços razoavelmente elevados, hotéis e pensões com abundância anormal para uma terra daquelas dimensões, e restaurantes com nomes que mais parecem de associações religiosas. Em cujo santuário a fé dos peregrinos é posta ao serviço do tal capitalismo em forma de velas de cera ou daquelas mais modernas que acendem à força de moedinhas. Não é que o maldito capitalismo funciona bem em Fátima? Tanto, que recentemente se fez por lá um opulento investimento de 80 milhões de euros para a construção de uma igreja toda ela revestida de avareza e vaidade (dois pecados capitais, lembram-se?). Tudo coisas tão criticáveis e condenáveis aos olhos de alguns, e tão legítimas aos olhos de outros (incluindo eu), como o vencimento dos gestores de instituições financeiras.

Concluo portanto que o bispo se equivocou na sua crítica ao capitalismo. Na verdade, ou queria criticar um certo capitalismo que não lhe interessa (coisa que não me parece muito honesta), ou estava pregar os bons e velhos valores católicos. Mas, uma vez que até estava em Fátima, não teria sido boa ideia começar a fazê-lo por dentro?


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"Direito à diferença"

Acho muito bem que se ponham para aí a apregoar o fim das discriminações.
Força estado a acabar com aquelas que ainda se encontram na lei de uma vez para sempre!!!

Agora, ou bem que acabamos com todas as discriminações, ou então que assumam que são um estado discriminatório para com algumas minorias.

É simplesmente ridículo que grupos que advogam o fim das discriminações, que exigem esta e aquela alteração a uma lei por ela ser discriminatória, sejam os primeiros a discriminar.
Até que ponto é legítimo, em nome do princípio da igualdade, dar tratamentos diferentes a determinadas pessoas apenas por estas descriminarem?
A que ponto é legítimo, no mundo igualitário em que vivemos, o estado ser o prmeiro a discriminar ao criar crimes tais como o de "discriminação racial"?
A que ponto é legítimo censurar e olhar de lado os "homófobos", "xenófobos", "aracnófobos", inimigos dos animais e comedores de carne?

Nunca, mas nunca, à luz da actual filosofia dominante, se pode prejudicar um grupo apenas pelas suas "opções". É uma hipocrisia tremenda impor leis de paridade, casamentos gay e outras igualdades e, ao mesmo tempo, tratar os que discordam dessas opiniões como sendo imbecis, indgnos de serem chamados pessoas, atrasados e inimigos da nação e do desenvolvimento.
A posição destes grupinhos e associações devia ser discordar com as opiniões dessas pessoas, sem, com isso, as prejudicas. É preciso dar o exemplo!

Um crime nunca deve ser agravado por uma qualquer fobia. O racista vai preso se cometer um crime e pelo crime, não pode nunca ir por não gostar de pretos, nem estar mais tempo na cadeia por isso.
Não pode ser crime ser de extrema direita!
Não pode ser argumento contra as ideias de alguém acusá-lo de uma discriminação!

Portanto, penso que está na altura de se decidir se, no nosso país, somos regulados pela igualdade, ou pela liberdade.
Se for o primeiro, e à luz da bacoquisse da actual interpretação do termo, ninguém pode ser censurado pelas suas opiniões, mesmo que essas sejam contra os princípios básicos do estado.
No caso da segunda, podemos sim senhor censurar quem quisermos, mas exige-se que, em matéria legislativa, seja seguida apenas a opinião da maioria, e que esta não seja influenciada por falinhas mansas e argumentos que interfiram nos seus sentimentos, do género de "coitadinhos, eles querem e não podem", ou "e depois a criança fica aí a tombar pelas ruas, sem uma família organizada que a sustente":


Ou então, por último, conclui-se que somos uma sociedade inteligente e acaba-se de vez com os extremismos por parte do estado e dos que têm tempo de antena nos media, quer sejam de direita, de esquerda, ou dessa anarquia que agora nos governa, esse"extremo centro", que é aquele que sem dúvida pode ter efeitos mais nefastos.

Deixem-me ser católico!
Deixem-me gostar de carne e não suportar a ideia de passar a vida a comer ervas!

Deixem-me que não goste disto e daquilo e não me venham chamar de fundamentalista, aqueles que são os grandes fundamentalistas do anti-fundamentalismo!

domingo, 12 de outubro de 2008

Chavez está com medo (2)




Chavez é um tipo do caraças: sempre que pensamos que ele atingiu o máximo do ridiculo , ele vem á TV e surpreende-nos:Desta vez resolveu derigir o seu ódio para os MacDonalds.
Esta atitude faz-me pensar, (como já tenho escrito), que Chavez sente-se cada vez menos seguro. Apesar do armamento russo (que Putin oferece as carradas só para chatear os EUA) , apesar do berreiro e dos insultos no "olá presidente", apesar de todo o peito feito percebe-se que o Caudilho, sente o chão a fugir-lhe rapidamente de baixo dos pés. Na Bolívia, o seu irmão Morales aguenta-se cada vez com mais dificuldade, ameaçando arrastar a Bolívia para uma perigosa guerra civil; por outro lado a fantástica revolução bolivariana não parece alastrar aos outros países da América do Sul, como tinha sido prometido: na sua arqui-rival, a Colômbia , a democracia liberal e o estado de direito parece estar implementada cada vez com mais força; no México passa-se a mesma coisa, e o Brasil ,a grande potencia da América do sul, parece dar cada vez menos importância ao Caudilho. Pior que isso o preço do petróleo desce a pique, fazendo reduzir a quantidade enorme de dinheiro que Chavez tinha para gastar na sua politica de "Pan et circenses", que manteve até agora uma boa parte do povo venuzuelano do lado dele. Concluindo: Chavez está com medo. Chavez está com muito medo... Por isso desafia , insulta e ataca os EUA, e o que é visto como os seus interesses e simbos (MacDonalds). . Assim tenta impedir a dissidência interna, através da união nacional contra o inimigo comum. Veremos durante quanto tempo esta estratégia adia o inevitável...

sábado, 11 de outubro de 2008

Vão passear!

A minha militância televisiva já teve melhores dias. Agora, já não há grandes programas que mereçam a minha atenção compulsiva dia após dia ou semana após semana. Mas há um ou outro que merece ser a excepção que confirma a regra. Por isso, com uma religiosidade quase absoluta, seja na TV, seja em alternativa na internet, tento acompanhar a Liga dos Últimos, um programa bem divertido, que já nos permitiu conhecer localidades tão exóticas como Sepim, Escalos de Baixo, ou Travassós, e personagens imponentes e de raízes tão vastas que vão desde a aristocracia – como o Visconde da Apúlia – ao mundo militar – caso do enorme Capitão Moura.

Acontece que nem toda a gente gosta. É normal. O que não é tão normal é a onda de celeuma que recentemente se levantou em reacção ao programa. Diz que existe para gozar com as pessoas, para as tratar com pouca (ou nenhuma) dignidade, e para utilizá-las para ganhar audiência de forma fácil. Tudo se agrava, dizem, por se tratar da estação pública de televisão, cujos programas devem ter um carácter cultural e educativo elevado, certamente ao nível de um Preço Certo.

A todos os que partilham dessa opinião digo apenas… vão passear! Vão passear por esse Portugal fora e parem, a cada Domingo, num qualquer campo, de um qualquer último, de um qualquer campeonato distrital. Que vejam o que se passa, que falem com as pessoas, que sintam o ambiente. E depois concluam se alguma das coisas que têm visto na televisão é forçada ou feita, ou até mesmo se é possível seleccionar as situações de riso – é que, no fundo, é difícil haver alguma que não seja.

É muito fácil criticar quando se tem o cuzinho sentado num trono urbano perdido em Lisboa ou até no Porto, sem conhecer a realidade destas coisas. Sem saber que aquelas pessoas não sentem a sua dignidade atacada, mas antes o ego inflado por aparecerem na televisão para gastarem os seus quinze minutos de fama. Sem saber que há clubes que aumentaram as suas receitas publicitárias à custa desta sujeira de programa – a não ser que tenham cometido a heresia de o ver para ficarem a saber.

Mais do que cromos provincianos, fazem-me confusão estes presunçosos da urbe. Isso é que é preciso “ber”…


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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Descubra as semelhanças...



Lembram-se de “family ties”, o sitcom americano dos anos 80? Provavelmente lembram-se devido á estrela da série, Michael J. Fox, que intrepretava um jovem génio financeiro, ávido de dinheiro (Alex P. Keaton). Também devem-se lembrar do pai (Steven Keaton), um idealista, que tinha sido hippie na sua juventude, e que era director duma empresa não lucrativa. Provavelmente também se lembram de Robert Keaton, o avô de alex: este era um “blue collar worker” reformado, que passava o tempo a criticar as opções politicas esquerdistas do seu filho.
Eventualmente, a meio da série, o avô Keaton morre. Na noite após funeral , Steven mostra ao filho um bloco de notas de 1954, que tinha encontrado juntamente com o portfolio de Robert. Neste estava escrito que a IBM, era uma empresa destinada ao sucesso , e que quem quisesse, fazer fortuna deveria comprar acções da mesma, mostrando a Alex de quem tinha herdado a sua propensão para a economia. Ao ouvir isto o jovem “yuppie” logo pergunta porque é que o avô não comprou acções , abdicando assim duma vida bastante mais confortável. O pai pondo um ar fatilista explica-lhe que o seu pai viveu na grande depressão, e que como tal habitou-se a comprar investimentos prudentes como commodties, seguros etc. Aqui delineia-se o grande gap entre a geração do Robert, e a que lhe sucede (a geração baby-boomer). A primeira nasceu numa época dourada, durante os “roaring twenties” : o mundo dançava ao som do “foxtrot” , havia uma grande prosperidade económica e toda a gente dizia que nunca mais se repetiria outra loucura, como a I Guerra Mundial. Esta geração (chame-mos-lhe “Geração Robert”), passou assim o principio da sua infância em grande conforto. Tudo isto mudou quando numa tarde de Outono de 1929, estas crianças viram os seus pais chegarem a casa, de gravata desapertada e cabelo desgrenhado, dizendo que tudo estava perdido: começava a Grande Depressão. Os anos seguintes foram de penúria e de miséria, e quando 10 anos depois, tudo parecia voltar ao normal rebenta a segunda guerra mundial. Todos estes jovens imberbes, foram atirados, para campos de batalha longínquo, para lutarem contra dois dos mais ferozes inimigos que o seu país tinha defrontado: o III Reich e o Império Japonês . Todos estes acontecimentos marcaram esta geração , tornando-a muito prudente, conservadora e desconfiada. Esta visão aplicaram-na á sua forma de trabalhar, ao seus costumes (tornando-se bastante conservadores, mesmo em comparação com a dos seus pais) e a todo o seu modo de viver.
Mais tarde nasceu a “geração Steven” . Criados no pacifico e próspero ambiente do pós-guerra, os Steven , cedo se revoltaram contra as convenções sociais que os seus pais lhe tinham imposto, dando assim inicio durante na década de 60, á revolução sexual. Mais tarde nasce a geração Alex: para esta a grande depressão não é mais que uma memória. Algo que leram nos livros de história e que parece impossível voltar acontecer. É esta geração que apoia Reagan, na sua luta pelo fim da maior parte da regulação que já vinha do tempo dos seus avós, tanto a boa como a má. É esta geração que defende a máxima autonomia económica do individuo relativamente ao estado. Em suma se uma geração fez uma revolução social, a outra fez uma revolução económica.
Até agora pensei que a minha geração se assemelharia á geração Alex: tanto no aspecto sócio-cultural como no aspecto económico. Seria a geração liberal, por excelencia. No entanto…
Nascemos nos anos 80, e crescemos nos anos 90. A URSS tinha acabado e com ela a história (como dizia Fukuyama) , e o mundo parecia caminhar para uma nova era dourada, tendo como líder os USA. Contudo isso acabou com o virar do milénio. Apareceu a Al-Quaeda, rebentou a guerra contra o terrorismo; a China e a Russia começaram a flectir os músculos e a demonstrar ter vontades e ambições próprias. Em suma o mundo já não parecia tão pacifico e tão dourado como tinha sido. Mais tarde começou a crise financeira, que parece estar ainda no principio. Em suma as nuvens acumulam-se nos horizontes da minha geração, e ao que dizem, a borrasca ainda nem começou.
A reflexão que eu deixo é a seguinte: que efeitos sócio-culturais terão na nossa geração (e na que se segue), os recentes acontecimentos mundias? Tornar-nos-ão mais próximos de Steve? De Alex? Ou de Robert?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sim, mas, não...

O Grupo Parlamentar do PS está indeciso: "os deputados expõem, em três pontos que o grupo defende intransigentemente a igualdade dos direitos expressos na constituição e que não põe em causa o conteúdo programático dos diplomas que irão a votos amanhã, posicionando-se a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo".

Mas,

"o grupo parlamentar socialista justifica o seu voto contra os dois projectos com o facto destes virem na altura errada".

Podia ser cómico, não fosse mesmo verdade.

Inevitabilidades, prioridades e a nova Direita

Quando pensava na minha primeira intervenção nesta ilustre casa blogosférica tentei lembrar-me de um tema, para trazer à discussão, que fosse suficientemente polémico e actual. Nada melhor, portanto, do que deixar a crise económica de lado, e falar de um dos temas do momento no nosso país: o casamento entre pessoas do mesmo sexo, cuja discussão vai amanhã à Assembleia da República.

Para começo de conversa devo dizer que não sou a favor desse tipo de casamentos. Para que fique claro, também não sou a favor do casamento entre pessoas de sexo diferente. Acontece que não sou grande fã do casamento enquanto instituição tutelada pelo Estado, apesar de defender a sua manutenção, embora em moldes bem diferentes dos actuais. Mas sou a favor, isso sim, de que, existindo um contrato de casamento civil, obedeça ele a que regras obedecer, todos os casais devem ter a liberdade de o celebrarem, independentemente do género de quem os compõe. A própria Constituição assim o sugere, através da inclusão (acordada por todos os partidos) da orientação sexual como factor não-discriminatório, no seu artigo 13º...

Mas, bem para além disso, tenho a convicção de que o casamento homossexual, tal como o aborto, é daquelas coisas que, mais tarde ou mais cedo, chegam para ficar e com a qual a generalidade dos partidos tenderá a concordar um dia. Se é assim, concordando ou não com elas, julgo que as inevitabilidades, quando ameaçam instituir-se, não merecem grande esforço na colocação de obstáculos.

Nos últimos dias, enquanto à esquerda o tema vai sendo utilizado como arma de arremesso político e como factor de gestão do voto, à direita a premissa tem sido a de que tema é de somenos importância e que não vale sequer a pena discuti-lo. Ora, se a primeira parte merece o meu acordo (há, de facto, outras coisas prioritárias para se falar), a segunda parte merece-me dúvidas. Tantas quantas a direita me permite ter ao adiar a sua discussão definitiva permitindo ao tema regressar ciclicamente para roubar tempo de antena ao que realmente interessa. Esse mito de que o que não interessa merece um voto contra que, no fundo, lhe permite voltar à discussão de ano a ano, em vez de uma resolução definitiva do assunto para não mais se ouvir falar nele, nunca me pareceu muito bom.

Enquanto a velha direita assume esse pressuposto, nada como um blogue da "nova Direita" para o tentar denunciar…

Quem vem a ser este indivíduo?

Convocado a alistar-me neste exército de bravos pelo Rodrigo, continuarei a minha luta de ideias também neste novo campo de batalha. A minha arma será, como sempre, a minha opinião. Uma opinião republicana, palmaníaca, liberal e sportinguista…

Património - uma visão

Pousada de Santa Maria do Bouro - intervenção do Arq. Eduardo Souto Moura


O património de uma nação é muitas menosprezadas, actualmente as populações nem sequer sabem correctamente o significado da palavra, quando falamos de património, na grande maioria dos casos a resposta imediata remete-se para o património edificado, verificando-se claramente a falta de sensibilização pelo património natural, pelo património arqueológico assim como o património arquitectónico, bem como o desrespeito e vandalização do mesmo. Este legado é nos deixado pelas gerações precedentes, e é importante manter e preservar pois constitui a memória, os símbolos, as marcas do nosso Pais no Mundo.

A salvaguarda desse património, desse legado, e a sua posterior valorização e usufruto é importantíssima para a base sólida de um Pais.

Portugal encontra-se numa fase de aculturação das suas populações pelo fenómeno da globalização. A globalização é um fenómeno a que nenhuns pais do 1º mundo podem ultrapassar. Os mass – média, a Internet, as deslocações aéreas fáceis e a preços reduzidos entre países passam cada vez mais a ser veículo de transporte destes novos modos de vida e consequentemente a aculturação das suas populações.

Um plano sólido de educação torna-se assim importante. Esse plano deverá ser baseado em valores nacionais, de defesa dos símbolos de uma nação assim como de preservação do nosso património edificado, arqueológico, natural, arquitectónico, bem como as tradições e lendas, pois serão estas as nossas marcas identitárias no mundo. O património é por isso um dos veículos detentores de maior carga simbólica de um Pais.

Portugal é detentor de vestígios civilizacionais importantíssimos, testemunhos da passagem de impérios como o Romano pelo nosso território, ou até de vestígios de civilizações milenares da idade da pedra que aqui fizerem os seus assentamentos. São disso exemplo o parque arqueológico do Vale do Côa ou as nossas actuais cidades, muitas delas implantadas sobre cidades ou vilas romanas, das quais se pode destacar Braga ou Chaves.
Estes sítios arqueológicos devem ser valorizados e divulgados às populações, assim como a criação de importantes sinergias entre estes e os concelhos onde se inserem para a sua posterior valorização no mapa estratégico e económico do Pais, tendo como base o turismo cultural.

A escola deve estar presente no desenvolvimento destes sítios, ao mesmo tempo que pode participar na sensibilização das gerações vindouras para o património.

Mértola é exemplo disso. Em Mértola encontramos uma atracção turística face à sua transformação em vila museu, e consequentemente o seu desenvolvimento face ao património que possuía. A localização desta pequena vila alentejana no mapa internacional e nacional. Isto deve-se ao facto da inteligente coordenação entre populações e autarquia e valorização do legado arqueológico da vila. As escolas profissionais de Mértola ajudam à preservação e conservação do património ai encontrado. A formação dos jovens em técnicos arqueológicos ou de restauro, permitiu que os próprios desenvolvam um interesse cada vez maior na preservação do património da vila, participando activamente neste processo, como base do ensinamento técnico da escola. A Escola Bento Jesus Caraça em Mértola é um exemplo perfeito desta parceria património / educação. O caso de Mértola é paradigmático mas serve de exemplo para outras vilas ou localidades que deveriam adoptar Mértola como exemplo.

O Caso de Guimarães é diferente, em Guimarães houve um sábio entendimento entre autarquia e população, obviamente com uma insistência que perdura já há alguns anos.
O processo de Guimarães demorou bastantes anos para poder funcionar em pleno. A criação de um gabinete técnico local em Guimarães, GTL, como em outras cidades, com o intuito de revitalização do centro histórico não era novidade, a novidade consistia, que este gabinete estava não só munido de técnicos de qualidade comprovada em processos de revitalização e restauro como é o caso do arquitecto Fernando Távora, como este gabinete devido ao sucesso atingido manteve-se e não foi extinto passado dois anos como normalmente acontece com um gabinete deste cariz. O esforço feito pela Câmara neste sentido foi evidente e é de louvar. É óbvio que passados alguns anos Guimarães começa a colher os frutos semeados.

Guimarães possui um património já por si inigualável, o castelo e zonas circundantes já tinham sido intervencionadas e valorizadas, mas o que interessa salientar aqui foi a revitalização do seu centro histórico. O Centro histórico de Guimarães de características medievais, precisava de uma revitalização urgente, devido ao uso indevido do seu património edificado, e posterior vandalização.
O processo de reabilitação do centro histórico, passou por um envolvimento da população nas próprias obras e na requalificação das suas próprias casas e ambiente urbano. Este processo permitiu que a população pudesse passar a desfrutar de entendimento do próprio património vernacular que possuíam. Percebendo que as casas que foram habitadas pelos seus avós que agora eram suas, possuem valor, que há interesse por quem é de fora, até interesse mundial nas suas casas. Com alguma persistência conseguiu-se educar uma população e faze-la preterir caixilhos de madeira por caixilhos de alumínio.

Neste momento Guimarães é uma cidade próspera, que consegue atrair investimento turístico e económico muito á custa de todo o investimento e valorização que foi feito no legado patrimonial que possuíam.

O caso da Enatur Pousadas de Portugal, é outro exemplo em intervenções feitas sobre tutela do IPPAR da altura, em património edificado de inegável valor arquitectónico.
A revitalização destes espaços e sua posterior valorização económica como pousadas de luxo, que por sua vez se tornaram motores da economia destes locais é sem duvida um caso e um modelo a repetir. As intervenções feitas por arquitectos de reconhecido valor nacional nestes monumentos ajudaram à reutilização sábia destes antigos conventos.
Contudo não podemos estabelecer uma regra, que todos os conventos abandonados se transformem em estabelecimentos hoteleiros de luxo, muitos destes edifícios não comportam meios para albergar tais funções, e podem se transformar em autênticos crimes ao património.

Estes 3 exemplos servem para se perceber como é possível conciliar património e a sua valorização e posterior rentabilização ao mesmo tempo que se sensibiliza e educa as populações para o legado que lhe és transmitido e que importa transmitir dentro do possível inalterado às gerações vindouras.

Conselho de Segurança

Tocou-se aqui numa questão fundamental para as relações internacionais: a redefinição do papel e alteração da composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Não é, porventura, apenas a entrada dos BRIC (sem a China e a Rússia, que já lá estão) que faria sentido e o Gonçalo tocou num ponto interessante: a Alemanha. Todos sabemos as razões histórias que levaram a que esta não estivesse entre os membros com assento permanente, mas hoje em dia será que ainda faz sentido termos Inglaterra e França, deixando de fora a Alemanha, a Itália ou até mesmo a Espanha? (Isto só para falar de alguns países Europeus com legítimas pretensões.) Será que a ideia do senhor Solana – UE representada no Conselho de Segurança - não será mais equilibrada? Estariam a França e a Inglaterra dispostas a abdicar do seu direito a favor da UE?

E é legítimo deixarmos de fora a África e o Médio Oriente como fazemos hoje em dia?

Dando um passo ainda mais à frente, será que o Conselho de Segurança ainda faz sentido no mundo em que vivemos? Ou, melhor dizendo, será que ainda faz sentido nos moldes em que existe, actualmente, como órgão no qual nem todos os países estão representados – o que deita por terra o princípio da igualdade -, e em que cada um dos membros tem direito de veto?

Não vejo ninguém da política a querer ter esta discussão. Esta vai entretendo apenas os teóricos e os “scholars” e quem acha estimulante discutir este tipo de questões que sendo muitíssimo interessantes do ponto de vista intelectual são perfeitamente desprezadas pelo mundo político.

Não há coincindências

Meus amigos, é que nem de propósito...

Entidade reguladora


Caros amigos, como já devem ter reparado, tem havido um aumento dos comentários duma forma quase "especulativa", levando à ameaça de ocorrência de um crash da credibilidade deste blog. Devido a isto a administração, resolveu seguir a moda vigente , passando a intervir nesta área, sendo os comentários, a partir de agora regulados por mim ou por qualquer outro dos administradores. Este estado de coisas manter-se-á até que a administração decida o contrario.
Lamento mas acabou a brincadeira.

TIJ + KOSOVO

De regresso ao O Novo Século:
Foi aprovado hoje na Assembleia-Geral (AG) da ONU um pedido da Sérvia para que o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) de Haia analise a independência do Kosovo. O mesmo foi aprovado com 77 votos a favor, 6 contra e, 74 abstenções. Aos segundos contamos além da Albânia os Estados Unidos da América.
A ter em conta: como é sabido, Portugal reconheceu ontem o Kosovo como Estado independente sendo o 48º país do mundo a fazê-lo, e o 22º europeu.
Não serve este post para reflectir sobre a matéria directamente em causa, na medida em que a BSC já o fez e, onde na generalidade concordo, mas antes para um repensar algumas instituições internacionais afectas às Nações Unidas.
Assistimos hoje mais uma vez à louvada natureza democrática da AG da ONU a qual também deveria caracterizar já hoje o Conselho de Segurança (CS). Finda a Guerra Fria entendo já não fazer sentido a existência do poder de veto neste organismo internacional. Apesar da natural coexistência pacífica que deve sempre pautar as relações internacionais, facto é que, a conjuntura se alterou devendo tal figura jurídica desaparecer do âmbito de funcionamento do CS da ONU. Esta só atrasa o processo de resolução (legítima) dos problemas internacionais.
Por outro lado, é hoje urgente um processo de alargamento dos países com assento permanente no CS. Fenómenos como o terrorismo, os choques cultural, religioso e civilizacional, as economias emergentes, a pobreza, além das questões ambientais e ecológicas devem ter um "directo representante" no já referido organismo. Assim, Brasil, Índia, Alemanha, África do Sul e outros deverão ser nomes a estar em cima da mesa.
No que diz respeito ao Tribunal Internacional de Justiça, deixo as minhas dúvidas quanto à sua necessidade de existência nos actuais parâmetros. Fará sentido a existência de um organismo jurisdicional de âmbito mundial, (independente e imparcial) sem poder coactivo?! Ou seja, até que ponto pragmaticamente é útil nos actuais moldes que o TIJ exista sem poder vinculativo das suas decisões. Com isto digo que juridicamente o pedido da Sérvia é inútil (surjindo em qualquer sentido que seja) na medida em que, são os Estados autonomamente soberanos para deliberar sobre estas matérias não havendo aqui qualquer interferência de algum organismo internacional.
Em suma, considero que o TIJ é meramente um órgão virtual e ficcionário, não tendo uma matriz jurisdicional/judicial mas sim uma natureza marcadamente politica e politizada.
Entendo que qualquer Estado que dele (TIJ) faça parte, em matérias com relevância internacional, e nas quais seja parte na questão, deva cumprir as suas decisões como as de outro qualquer Tribunal interno.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sarah



Tenho uma relação amor-ódio com Sarah Palin. Por um lado sinto-me atraído pelo seu carisma, garra, competência administrativa, agressividade em debate e pelo seu "good looks". Por outro lado, esta "chruch girl", diz que a guerra do Iraque foi vontade de Deus, defende a teoria do criacionismo, e parece ter um gostinho especial em participar em exorcismos. Eu tento-me dizer a mim próprio que as crenças pessoais dos candidatos, não devem interferir na sua escolha. Mas logo me lembro que esta senhora pode ter acesso ao botão vermelho. E isto faz-me sentir arrepios na espinha...

P.S.: "Obamistas": não cantem vitoria, pois eu não passei para o vosso lado. Até porque o vosso herói gosta muito de falar em bombardear o Paquistão, o que tambem me provoca arrepios na espinha.

MECdreamy

Para todos aqueles que, como eu, gostam e têm saudades do Miguel Esteves Cardoso e do seu estilo primoroso, eis uma entrevista imperdível na qual se fala de comida, de política, de cultura, de livros e do Portugal que temos... tudo regado com aquele delicioso humor "MEC" do qual já sentíamos falta.

A ouvir, aqui.

Obrigado.



Fez, no passado dia 6 de Outubro, 9 anos que Amália Rodrigues morreu. Por tudo o que deu a Portugal e o legado que nos deixou, o meu muito obrigado.

Cultura - uma visão.

Tiago,

Inteiramente de acordo com a importância da Cultura para o desenvolvimento de um Povo, assim como, também, entendo que a Cultura pode servir de indicador de desenvolvimento de um País. Pois, como dizes, e bem, quem se preocupa com Cultura em principio já ultrapassou todo um conjunto de questões primárias e essenciais.
No entanto, isso não significa que a População tenha que ser educada ou forçada a apreciar e entender qualquer tipo de Arte. Andas mal, quando esqueces todas as causas que promovem o aumento do nível cultural de um Povo. Os Nórdicos não são mais cultos que nós porque sim ou porque alguém, de repente, se lembrou de decidir que todos eles deviam ler no metro ou no autocarro.
De facto, falar das franjas (vanguardas) é muito bonito e romântico, mas, não dizes quem define o que é bom ou mau! Quando defendes o subsídio/financiamento – como é comum no meio artístico – omites i) quem deve subsidiar ii) quem deve ser subsidiado iii) o que realmente é importante subsidiar iv) porque é que deve ser subsidiado. Ora, como não partilho dessa visão Socialista e como não acredito que as Pessoas devam ser educadas por decreto, prefiro que sejam as pessoas (se quiseres, o Mercado) a decidir, por elas próprias, o que querem comprar, ver ou pagar. E não uma entidade qualquer com gostos no mínimo duvidosos. Não é pelos subsídios acabarem que a Arte deixa de existir, longe disso. Preocupante é a situação actual, onde o Público é concorrente directo do Privado (o que, desde logo, vai contra todos os princípios de mercado livre), ou seja, enquanto o Estado continuar a subsidiar, vai afastando o investimento Privado. É impraticável concorrer com quem dispõe de dinheiro para esbanjar.
Vê o caso do Rivoli – que conheces bem! Durante a fase dos subsídios tinha uma média de 15 espectadores por espectáculo, após a mudança para um Privado está cheio, deu vida à baixa, dinamizou o turismo e, consequentemente, a Economia da Cidade. Isso é mau?
Mais, o que é criticável nos artistas (?) é exactamente esse pensamento de se acharem superiores e mais cultos que os outros. Essa postura está bem patente no texto anterior, onde afirmas o seguinte “…não enche salas de cinema e nem todos têm a sensibilidade para o poder entender…”! Bom, seguindo um critério lógico, se milhões não entendem e apenas algumas dezenas o conseguem…A conclusão deixo-a para ti! Outro exemplo dessa superioridade moral, que vigora no meio artístico, é a frase pérolas a porcos. Ao que parece, quem partilhar os teus gostos é um erudito, o contrário é um porco! Gostava era de saber quem é que decide o que é bonito ou feio, bom ou mau, etc... Pena que não se perceba que o que uns gostam outros podem não gostar. Chama-se Democracia e respeito pela vontade diferente. No fundo, é a Liberdade!
É lamentável acreditares que o subsídio é sinónimo de Arte, pior, sofres do preconceito que quem é contra os subsídios (no caso, à Cultura) não gosta de Arte ou é ignorante.