A minha militância televisiva já teve melhores dias. Agora, já não há grandes programas que mereçam a minha atenção compulsiva dia após dia ou semana após semana. Mas há um ou outro que merece ser a excepção que confirma a regra. Por isso, com uma religiosidade quase absoluta, seja na TV, seja em alternativa na internet, tento acompanhar a Liga dos Últimos, um programa bem divertido, que já nos permitiu conhecer localidades tão exóticas como Sepim, Escalos de Baixo, ou Travassós, e personagens imponentes e de raízes tão vastas que vão desde a aristocracia – como o Visconde da Apúlia – ao mundo militar – caso do enorme Capitão Moura.
Acontece que nem toda a gente gosta. É normal. O que não é tão normal é a onda de celeuma que recentemente se levantou em reacção ao programa. Diz que existe para gozar com as pessoas, para as tratar com pouca (ou nenhuma) dignidade, e para utilizá-las para ganhar audiência de forma fácil. Tudo se agrava, dizem, por se tratar da estação pública de televisão, cujos programas devem ter um carácter cultural e educativo elevado, certamente ao nível de um Preço Certo.
A todos os que partilham dessa opinião digo apenas… vão passear! Vão passear por esse Portugal fora e parem, a cada Domingo, num qualquer campo, de um qualquer último, de um qualquer campeonato distrital. Que vejam o que se passa, que falem com as pessoas, que sintam o ambiente. E depois concluam se alguma das coisas que têm visto na televisão é forçada ou feita, ou até mesmo se é possível seleccionar as situações de riso – é que, no fundo, é difícil haver alguma que não seja.
É muito fácil criticar quando se tem o cuzinho sentado num trono urbano perdido em Lisboa ou até no Porto, sem conhecer a realidade destas coisas. Sem saber que aquelas pessoas não sentem a sua dignidade atacada, mas antes o ego inflado por aparecerem na televisão para gastarem os seus quinze minutos de fama. Sem saber que há clubes que aumentaram as suas receitas publicitárias à custa desta sujeira de programa – a não ser que tenham cometido a heresia de o ver para ficarem a saber.
Mais do que cromos provincianos, fazem-me confusão estes presunçosos da urbe. Isso é que é preciso “ber”…
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Também publicado aqui.
Acontece que nem toda a gente gosta. É normal. O que não é tão normal é a onda de celeuma que recentemente se levantou em reacção ao programa. Diz que existe para gozar com as pessoas, para as tratar com pouca (ou nenhuma) dignidade, e para utilizá-las para ganhar audiência de forma fácil. Tudo se agrava, dizem, por se tratar da estação pública de televisão, cujos programas devem ter um carácter cultural e educativo elevado, certamente ao nível de um Preço Certo.
A todos os que partilham dessa opinião digo apenas… vão passear! Vão passear por esse Portugal fora e parem, a cada Domingo, num qualquer campo, de um qualquer último, de um qualquer campeonato distrital. Que vejam o que se passa, que falem com as pessoas, que sintam o ambiente. E depois concluam se alguma das coisas que têm visto na televisão é forçada ou feita, ou até mesmo se é possível seleccionar as situações de riso – é que, no fundo, é difícil haver alguma que não seja.
É muito fácil criticar quando se tem o cuzinho sentado num trono urbano perdido em Lisboa ou até no Porto, sem conhecer a realidade destas coisas. Sem saber que aquelas pessoas não sentem a sua dignidade atacada, mas antes o ego inflado por aparecerem na televisão para gastarem os seus quinze minutos de fama. Sem saber que há clubes que aumentaram as suas receitas publicitárias à custa desta sujeira de programa – a não ser que tenham cometido a heresia de o ver para ficarem a saber.
Mais do que cromos provincianos, fazem-me confusão estes presunçosos da urbe. Isso é que é preciso “ber”…
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1 comentário:
concordo....o programa é fantastico!!!um bando de pseudo - intlectuais urbanos decidiu criticar e dizer que realmente o programa diz mal do povinho...sim mas e então? é apenas uma critica social muito bem feita...
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