sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dissertações várias.

Tudo fala da crise, tudo escreve sobre o tema onde, na maioria das vezes não percebe rigorosamente nada do que se trata. No entanto, desde que empregue conceitos como Wall Street, Dow Jones, PSI-20, enfim, digamos que, pelo menos o tique de entendido passa e, afinal, numa sociedade mediática, de sound-bites é isso que convém - Não importa não ser, é suficiente parecer.
E, no meio de tudo isto, muitos escrevem, quase todos se atropelando para ver quem escreve mais (e melhor) sobre a temática numa lógica de exaustão e repetição para "ver se cola (finalmente!)".
Curioso ou não, e, desmentindo todas as convenções da lógica, desatam aos berros os liberais radicais, os liberais retrogrados, os liberais não sei o quê, enfim, tudo quanto há grita, berra, numa ânsia em defender o um liberalismo descontrolado, numa ânsia em ser o primeiro a "revelar" a solução para a crise, ou, para se auto-promover mostrando uma atitude supostamente moderna e sofisticada.
Contudo, os mais perigosos de todos são os liberais religiosamente/fanaticamente liberais, os liberais (como alguém disse em matéria de socialismo) "beatinhos" (muitos deles também "betinhos"), os quais terroristicamente tentam convencer tudo e todos que a solução para a crise está nas suas propostas, um tanto ao quanto wild.
Em suma, uma disfarçada nouvelle vague.
Ironicamente escrito, serve tal para mostrar de que a resposta da direita, (onde se incluí claro, a portuguesa) deve ser a seguinte: deve a direita defender em absoluto sim a economia de mercado mas, uma economia de mercado responsável, regulada o suficiente e, não indiferente às questões sociais. A política é das e serve para todas as pessoas, a política não pode ser uma tábula rasa indiferente à pobreza (que, em Portugal atinge cerca de 20% da população nacional - 2 milhões de seres humanos) e à fome no mundo.
A política deve ter na sua base ideais, devendo estas ser necessariamente praticavéis, caso contrário ou tornar-se-ão comunistas (na forma de o ser, hoje em dia), ou, um dia encontrar-se-ão todos aqueles que se podem dar ao luxo de dissertarem livremente sobre tudo aquilo que quiserem, numa qualquer sala virtual ou física em processos de "masturbação intelectual" sem consequências/conclusões práticas.
Como afirma Pacheco Pereira numa das suas crónicas semanais, já quase não existem seres livremente pensantes no sistema político-partidário português mas, o reduto que ainda persiste metaforiza um "harém" no deserto da política actual.

6 comentários:

Tiago Freitas disse...

está muito bom concordo a 100%

Anónimo disse...

tem que ter mais cuidado com a ortografia!

Anónimo disse...

Esse discurso é um bocado vago...O que é para si uma economia de mercado responsavel?

André Barbosa disse...

Gonçalo,

Incomoda assim tanto que se escreva sobre a crise? Tu que és um fundamentalista da Educação, que defendes o cultivo da leitura e da escrita, vens, agora, criticar quem comete a “loucura” de escrever umas linhas sobre um tema que está na ordem do dia? Em vez de discutir a boa e a má escrita, prefiro (ideias parvas de um Conservador-Liberal, bem sei) debater politicas – sejam Liberais ou Conservadoras. Acaba por ser um bom exercício democrático.
Pelo que tenho lido, quer neste, quer noutros Blogs, não partilho da tua visão de liberais histéricos. Infelizmente, não posso dizer o mesmo quando se trata da defesa da velha Europa. Ah! A bela Europa (com direito a suspiro, e tudo). O que tenho lido, isso sim, são posições assumidas e fundamentadas. Se o drama é apresentarem soluções, sou forçado a não concordar contigo. Ainda bem que as apresentam, é um óptimo sinal. Antes soluções que constatações (nestas já o mal está feito). Porventura, ando distraído, mas, não me recordo da gritaria e berraria na defesa de um liberalismo descontrolado – a não ser que o Caps Lock conte!

Afirmas que “os mais perigosos de todos são os liberais…”beatinhos” (muitos deles também "betinhos")”. Chamo a atenção para o pormenor (muitos deles betinhos), que, suponho, vai no sentido de: Sim, esse betinhos que se renderam a Lúcifer e agora agitam as bandeiras do liberalismo. Malvados, esses porcos. Não compreendo a referência aos “betinhos”. Será que para ser liberal é requisito ser brolho? Estou intrigado, portanto, se me puderes elucidar, desde já, agradeço. Cuidado, porque uma mente conspiradora – e hoje em dia, são tantas que andam à solta – pode ver aí algo de inquisitório. O que, certamente, não vai ao encontro da tua personalidade.

Finalmente, acenar com dados estatísticos (como os que apresentas em relação à pobreza) é, de facto, muito bonito e enternecedor. Quase comovente, diria. Agora, isso não resolve nada. Ou resolve? É inegável que a politica não pode ser indiferente à pobreza. Nisso, estamos de acordo. Não obstante, o que é realmente necessário é apresentar medidas – as tais soluções que tanta comichão te faz. De discursos candidatos a “Miss” EUA já estamos cansados.

Forte abraço

Rodrigo Lobo d'Ávila disse...

resumo do post:

"Bla Bla Bla os liberais são burros e fanáticos! Bla Bla são estericos!! Bla Bla Bla é preciso economia regulada!" (ja te disse para não confundires regulação com intervenção)... Os liberais não tem nada contra a regulação, antes contra a intervenção". Bla Bla é preciso acabar com a fome no mundo, e ja agora acabar com as guerras e salvar as foquinhas bebes... Sinceramente cevada, devo concordar com o André: essa cliché é mto miss america.
"!Bla Bla os liberais masturbado-se intelectualmente (onde é que eu já ouvi isto?). Bla Bla Bla eu é que sei. Bla Bla termino a citar o gajo mais neo-con e mais neo-liberal da politica portuguesa." Boa!!Mto conteudo.
Meu caro, sinceramente és capaz de muito melhor...

Miguel Portocarrero disse...

Eu não entendo!

Se para ti, ser Liberal é = a ser betinho, será que quem é conservador é provinciano? Ou mesmo camaleão?
Cevada, será que não te enganaste? Queres um chavéz que distribui comida a quem nada faz e ao mesmo tempo, esvazia as prateleiras dos super-mercados (dos que trabalham. Os mesmos que, com o fruto do seu trabalho, se querem alimentar). Queres um Chavéz na Europa?
Não te esqueças de gritar: VIVA O COMUNISMO!
Organiza as ideias e fala/escreve o que tu (e só tu) pensas. Vais ver que vale a pena.

Abraço