quinta-feira, 2 de outubro de 2008
País de advogados...
As faculdades de Direito deste país estão a aumentar o número de vagas disponiveís para resolverem problemas de financiamento... Acho esta notícia absolutamente deliciosa!
Este ano em Lisboa, Coimbra e Porto entraram perto de 1000 novos caloiros (isto só a contar com as públicas). Só como curiosidade Portugal tem um advogado por cada 350 habitantes e um país como a França tem um por cada 1800...
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5 comentários:
João,
1. As Faculdades – independentemente do curso – devem ter toda a legitimidade para aumentar ou diminuir vagas, aliás, este devia ser um princípio – regra do Ensino Superior. Tomando como exemplo a Faculdade de Direito, se esta entende que tem capacidade para aumentar o número de vagas, ou, constata que a procura supera a oferta, é de inteira justiça que possa admitir mais entradas. Aliás, este aumento não garante o preenchimento total das vagas. Mais, só lamento que outras Faculdades não adoptem o mesmo procedimento, veja-se o caso de Medicina, este, então, é gritante.
Às Faculdades – sejam Publicas ou Privadas – não compete empregar. Se o Curso perde qualidade, esse é um problema que os novos alunos vão ter que resolver no momento da escolha da Faculdade e o próprio Mercado, se não sofrer pressões externas, vai regular. Ou seja, se um Curso aumenta o número de vagas e com isso a Faculdade, na procura de dinheiro fácil, diminui os seus critérios de qualidade, ou aposta no Ensino “deixa andar”, quem se candidata sabe de antemão o que pode esperar durante e depois.
Repara que até poderia ser desfavorável ao aumento de vagas, uma vez que isso acarreta mais concorrência, mas, como acredito que a concorrência é salutar, e, consequentemente, os padrões de qualidade sobem, sou totalmente favorável.
2. Esses dados que te deram – talvez oriundos do Marinho Pinto – são falsos. Ora, se a Ordem dos Advogados tem à volta de 25.000 Advogados inscritos e se Portugal tem Sensivelmente 10 milhões de habitantes, não me parece que esses números batam certo.
Sendo esses os números, o ratio será 1 advogado por cada 400 habitantes (isto se eu ainda sei fazer contas). Convenhamos que é, de facto, um pouco ridículo, sobretudo para um país como Portugal.
Mas, se tendo a concordar com o André no princípio da Liberdade, a verdade é que também nesta matéria me parece haver lugar para a intervenção do Estado Regulador (agora tão na moda), impedindo a proliferação de cursos de Direito tirados na "farinha amparo", mais até do que pela limitação de vagas no ensino público.
De todo o modo a verdade é que Portugal é um país de Drs. e Eng. e este problema (grave) de mentalidade não se muda por decreto. Assim, que se continuem a formar muitos advogados (a maioria dos quais mal sabe escrever) que o mercado logo trata de os reciclar para "Novas Oportunidades". :)
Sim, as tuas contas estão correctas (como sempre), mas, nem todos os inscritos na ordem estão a exercer. Se excluirmos as inscrições suspensas, e os que, ainda com a inscrição em vigor, já não exercem, ficamos com um número bem inferior aos tais 25.000.
É só fazer as contas :)
“De todo o modo a verdade é que Portugal é um país de Drs. e Eng. e este problema (grave) de mentalidade não se muda por decreto. Assim, que se continuem a formar muitos advogados (a maioria dos quais mal sabe escrever) que o mercado logo trata de os reciclar para "Novas Oportunidades"”
Nem mais!
Caros,
O grave, no meu ponto de vista, é o seguinte: as faculdades públicas recebem o dinheirinho pelo número de alunos que tem... Como as faculdades de Direito estão com falta de massa toca a aumentar o número de vagas...
Concordo plenamente contigo André, quando dizes que as faculdades possam ter a liberdade de decidir quantas pessoas ingressam por ano agora que passem mas é a ter financiamento próprio...E sim, o caso de medicina é gritante...
Os dados estavam no publico
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