terça-feira, 4 de março de 2008

Fuga para a frente!

Feitas as devidas apresentações, vamos ao que realmente interessa, ou seja, o debate de ideias e pensamentos.
Certamente que todos estão a par do conflito que se gerou na América do Sul, entre Colômbia, Equador e Venezuela. Por incrível que pareça, o Equador – que viu o seu Estado invadido, ainda que numa pequena porção de terreno – parece ser o País mais calmo e que, ao que parece, encara os acontecimentos com alguma naturalidade.
Se não se tratasse de Hugo Chávez, podíamos ser levados a julgar que o conflito se deve ao raide aéreo Colombiano, no Equador. Contudo, é importante não esquecer, em Novembro, o Presidente Colombiano e o Presidente Venezuelano entraram em rota de colisão. Tudo porque Uribe recusou a mediação de Chávez nas conversações com as FARC. Acredito que foi este o momento que despoletou toda esta novela Latina. Chávez gosta de ser o centro das atenções (veja-se a ideia de alterar o horário na Venezuela) e foi exactamente isso que procurou com a proposta de mediação. O problema do Presidente da Venezuela foi não saber que Uribe já “não vai na cantiga”. E ao não aceitar a ajuda – que de boa vontade tem pouco – demonstrou as fragilidades de Chávez. O General – que ambiciona liderar um Movimento Socialista na América do Sul, senão me engano “O Novo Socialismo” – ao ver a recusa do Presidente Colombiano sentiu o tapete a fugir e, pior, não tinha um pretexto válido para ir ao “Alô Presidente” atacar Uribe. Agora, já o tem – e assim o fez!
Daí afirmar que o conflito – pelo menos, na cabeça de Chávez – teve início em Novembro e não agora com a entrada Colombiana no Equador. Vejo este facto como um pretexto, se quiserem, uma oportunidade para o Presidente da Venezuela ter algum mediatismo.
É unânime que as forças Colombianos entraram no Equador e não na Venezuela. Pois bem, então que razões terá Hugo Chávez para tanta excitação? O que verdadeiramente o move? Que vantagem pode alcançar em ameaçar a Colômbia?
A meu ver, Chávez quer importar o problema com um único objectivo – benefícios políticos. Isso está bem patente na forma como anunciou o envio de 10 batalhões de tanques para a fronteira – que por acaso até é selva densa – ou ainda, como expulsou o corpo Diplomático Colombiano da Venezuela. Deste conflito, entre Colômbia e Equador, Chávez quer retirar o máximo aproveitamento político. Isto porque sabe que está a perder o apoio popular. No dia 2 de Dezembro, o Presidente Venezuelano sofreu a primeira derrota, ao ver a proposta de Revisão Constitucional chumbada. Actualmente, os níveis de popularidade do General desceram de 62% para 44%. Chávez não é parvo e sabe que ao aproveitar o conflito, fazendo uso de um Nacionalismo exacerbado, aumenta os seus (dele) níveis de popularidade. No fundo, tudo não passa de uma fuga para a frente…

4 comentários:

Rodrigo Lobo d'Ávila disse...

Concordo inteiramente. Chavez juntamente com o seu vassalozinho do equador, está a tentar, que em nome de um nacionalismo exacerbado, o povo se esqueça do absoluto e total fracasso da sua politica económica e cerre fileiras á sua volta. O problema de Chavez é que ele sabe que está a jogar um jogo muito perigoso: chavez, não pode passar do espectáculo, porque nunca sobreviverá a uma guerra com a Colômbia, mesmo com o auxilio do Equador: as forças armadas venezuelanas e do Equador juntas, não passam dos 130000, cuja a única experiencia de combate é a torturar civis. Já o exército colombiano é composto de 400000 homens, treinados e equipados pelos EUA, e endurecidos por 30 anos a lutar com as FARC.
Daí a reacção calma de Uribe: ele não tem nada a temer. Já Chavez teme muitas coisas. Nomeadamente que o povo Venezuelano comece a pensar.

João Ribeirinho Soares disse...

Neste post concordo com o André!

André Barbosa disse...

:)

André Barbosa disse...

O raide aereo resultou em várias e importantes informações. Pelos vistos, Hugo Chávez financiou as FARC em 300 Milhões de Dolares;
As FARC preparavam-se para criar uma bomba radioactiva;

E agora, Chávito?