segunda-feira, 3 de março de 2008

O bairro do Aleixo - recuperar ou talvez não


Começo a minha participação neste blog por falar sobre o bairro do Aleixo no Porto, um bairro que a semelhança de outros na cidade é exemplo de problemas de marginalização e guetização.Demolir ou não, recuperar, o que fazer com estas pessoas, são sempre questões levantadas e de interesse geral. O meu contributo neste blog será dentro do possível sobre temas relacionados com a arquitectura, urbanismo ou cultura.


O bairro do Aleixo foi construído para a instalação de populações desalojadas de bairros degradados, sendo o seu estrato social de nível abaixo da média.
O bairro é constituído por 5 torres de 13 pisos com 64 habitações cada, tendo no total 320 casas distribuídas em tipologias que vão do T2 ao T4.
O projecto é feito em 1970, a sua construção é iniciada em 1973 e concluída em 1976. O bairro fica localizado na freguesia de Lordelo do Ouro localizada na parte Sudeste da cidade com uma área de 3,4 km, uma freguesia considerada periférica na altura da construção do bairro, mas que actualmente fica localizada entre uma das zonas consideradas mais luxuosas da cidade, a Foz.

A emergência de novos centros urbanos do Porto ditou rapidamente a transformação paradoxal da freguesia, assistindo dentro da própria, visíveis contrastes sociais. Apesar da sua localização privilegiada, o bairro apresenta actualmente graves problemas associados ao tráfico de droga e marginalidade, constituindo-se como uma ilha no meio de um meio economicamente elevado. Todo este processo de marginalidade e degradação do próprio, deve-se em parte à população que ai reside, ser de um estrato muito baixo, e ter sido alvo de um realojamento feito à zona da Ribeira – Barredo no Porto. Outro ponto a ter em conta foi que todo o processo de realojamento no bairro não ter sido pacífico logo de início, já que muitas das habitações foram tomadas de assalto.

Um dos problemas de isolamento do próprio bairro deve-se a este estar apenas conectado à cidade por 3 vias de acesso automóvel, fazendo assim que este seja pouco visível para o exterior.

Neste bairro, o carácter de rua assim como praça desaparece como elemento estruturador e gerador do espaço urbano no sentido tradicional. Os espaços abertos são em geral incaracterísticos, desconfortáveis e principalmente dados à posterior marginalização, as zonas destinadas a ajardinamento são dificilmente conservadas devido a serem colectivas.

Toda a opinião pública tem em consideração que o bairro é um espaço marginal, perigoso e geutizado, contribuindo ainda mais para o isolamento deste em relação à cidade.
Todos estes problemas associados à degradação dos espaços sociais colectivos, e das próprias habitações, assim como uma sobrelotação, não criam aos habitantes uma boa qualidade de vida, fazendo este espaço um local vulnerável à pobreza e exclusão social.

Vinte e sete anos depois da sua ocupação pelos moradores, o bairro encontra-se num estado bastante critico, precisando urgentemente de uma reabilitação, não só tendo em conta as suas condições físicas mas também todo o espaço de degradação e marginalidade que se vivência no local.

Julga-se por isso desnecessário a demolição de torres, motivo sempre polémico, e alvo de especulação pela sociedade em geral e consequentemente comunicação social, tornado o bairro ainda mais alvo de polémica e consequentemente objecto de exclusão social. As famílias devem dentro do possível ser mantidas no local, por já terem criado um conjunto de relações de vizinhança e de sociabilidade no bairro. Por serem populações já realojadas, desaconselha-se fortemente o processo de realojamento ou demolição parcial das torres. Aconselha-se sim, a construção de novos edifícios nos terrenos sobrantes, para ocupar as famílias que possam vir a ser desalojadas fruto da conjugação e aumento das tipologias existentes.

A construção dos equipamentos é fundamental para poder dinamizar a vida do bairro e desmotivar a delinquência marginal dos jovens. O policiamento da zona com uma patrulha é desaconselhado, pois cria uma geutização do bairro em relação com a cidade. A criação de um posto provisório de policia, ocupando uma das lojas comerciais a construir é aconselhada, para uma correcta vigilância do tráfico de droga no bairro, permitindo assim que esta diminuía.

3 comentários:

Anónimo disse...

A policia desde há 3 dias que está praticamente 24 horas no bairro. Também está no bairro Pereira Torres (PT).
Estes dois lugares sao onde os toxicodependentes da zona do grande Porto se abastecem de droga, no caso do PT é a heroína a rainha, e no Aleixo é mais a branca (cocaína) que reina. Mas nos dois locais compra-se as duas, mas o PT é mais dedicado a pessoas que precisam mesmo porque a ressaca da heroina é mesmo fisicamente/psicologicamente quase impossivel de suportar para os muitos depedentes dela.

Pronto, sei que esta atitude de vigia da policia agrada a muita gente, visto que tornou o trafico nesses locais muito difícil..

A policia está nos 2 bairros onde estava concentrada a venda de droga durante o dia no Porto, o que tem provocado com isso é que os toxicodependentes não conseguem comprar droga e isso faz com que certas situações de violência e roubos surjam.

Hoje já vi 2 pessoas a levarem navalhadas devido a tentativas de venda de droga marada (droga que não é droga), e a policia que estava a ver a luta à distancia nem se mexeu, mas no entanto sabiam que existiam armas brancas no meio..

Eles estão praticamente 24horas e com isso estão apenas a lixar a vida dos coitados dos toxicodependentes porque os traficantes nada sofrem com isso, ou vão tirar ferias com o dinheiro que não lhes falta.. ou simplesmente ficam em casa com as comodidades que possuem.

Isto é uma atitude indecente! Estas medidas da policia nada mais fazem do que fazer com os ressacados sofram a ressaca e com isso muitos deles mais dados à violência roubem mais para comprar a droga que se raramente consegue a preços inflacionados ou droga marada (droga que não é droga, aldrabice..) mesmo que nem sequer lhe tira a ressaca e têm logo que ir arranjar mais dinheiro para tentar comprar mais...

- A policia está 24 horas a não fazer mais nada senão estar num sitio de pé onde se mexem por vezes...

- Os traficantes foram de ferias ou então em casa a gozar os luxos que possuem..

- O viciado em heroína PRECISA de heroína para funcionar normal SOFRE e SOFRE e SOFRE.

- O toxicodependente trabalhador que tem horario para começar de trabalhar não consegue ir trabalhar a horas porque a policia nao o deixa, ele tem de esperar por uma brexa de minutos em que por vezes é possivel comprar..
Se calhar está sujeito a perder o trabalho... devido à atitude da policia..

- O toxicodependente anda a tentar comprar droga em todos os bairros do Porto, sujeitando-se a levar com droga marada (ou seja droga que não é droga..), ou droga com preço super inflacionado.. Os marginais têm de roubar mais porque gastam mais.




QUEM SOFRE È O RESSACADO! MAIS NG!

Anónimo disse...

sofrem porque assim o quiseram!

Anónimo disse...

Querer não tem nada a ver... É tão fácil acusar quando se vê as coisas à distância.
E mesmo que tenham querido ou não, a verdade é que estas represálias apenas fazem aumentar a criminalidade visto que torna a droga mais difícil de obter e mais gastos com ela.. A sociedade é que paga a factura destes teatros policiais que não apreendem nada nem ninguém.